Eu não sabia que tela assistir
Na minha frente
Passava um filme na TV
Ao meu lado
Existia um filme em pessoa
Aqueles olhos vidrados
Nem piscavam
Aquele rosto marcado
Aquele nariz arrebitado
Existia uma beleza
Admito
Mas o filme que eu queria ver
Estava dentro daquela cabeça
Uma vez eu soubera
Que por falta de TV
Ela olhava pra uma tela
E imagina os filmes que passavam nela
Tinha uma cabeça imaginativa
Mas estava cansada
Cansada da vida
Não sonhava mais, contara
Mas ali, eu via aquela engrenagem funcionar
Sabia tudo
Cada passo, cada ator, cada nota
Ela era uma atrtista
Tudo era uma arte
Tudo tinha criatividade
E só ela não sabia
E era uma pena
Pois quem olhasse
Reconhecia
Que ali, uma artista vivia
Ela morreria
Sem saber que era bela
Sem saber que era amada
Sem saber que tinha talento
Ela era meu filme preferido
Nua, crua, dramática
Firme e forte
Mas nada disso ela sabia
Terminava o verso em uma prosa
Não sabia de tudo
E observava
E não mais sonhava
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Punhos de Gesso
PoetryPosso dizer, com certa audácia e um pouco de pretenção, que esta é a obra da minha vida. Sim... são anos escrevendo e compartilhando com os amigos. Talvez hoje eu esteja aqui por ter conseguido abrigo na leitura e na escrita. E hoje compartilho tud...
