O Cravo da Noite!

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Depois que Sina entrou no escritório com um comunicado que apenas Bryan ouviu — o qual todos já imaginavam sobre quem era —, Roger e Ivan, entendendo que não veriam mais o amigo naquela noite, decidiram ir atrás de respostas, ou qualquer pista que o direcionasse para algum norte.

— Veja lá o que vão fazer, querido — disse Naty, acariciando o rosto do marido com uma das mãos, enquanto a outra ajeitava alguns fios rebeldes no topo da cabeça dele. — Não vão chamar atenção desnecessária, muito menos arranjar confusão. Quanto menos sinais dermos, menos problemas arrumamos para o Bryan.

O casal Blanco, Tam, Adrian e meia dúzia de seguranças, estavam diante a entrada da mansão, numerando o que ainda podiam fazer antes do fim daquele dia, e que posições os guarda-costas deviam tomar até que Grigory estivesse disponível para orientar a todos; agora que um ômega entrou na vida do alfa dominante, as rotinas de praticamente todos iriam mudar.

— Do jeito que você fala, até parece que eu sou do tipo que arruma encrenca. — Ivan exibiu um sorriso largo e brincalhão, esfregando a bochecha na mão que o afagava.

Antes de dizer algo, a senhora Blanco olhou de canto para Roger — há poucos metros deles —, encostado no carro enquanto esperava que se despedisse:

— Você talvez não… — Ela levantou a cabeça e Ivan abaixou a sua, facilitando o encontro de seus lábios. 

— Entendi a indireta, chaveirinho

— O chaveirinho está no meio do seu-! 

Blanco segurou a esposa — que havia o largado e dado-lhe as costas —, tapando-lhe a boca com a mão para impedi-la de partir para cima do alfa dos olhos verdes.

— Que ótimo! — Do outro lado do automóvel, após colocar o celular no bolso, Plus ergueu as mãos para cima, encenando um pedido de misericórdia. — Vocês vão partir para a diversão enquanto eu tenho que levar essa criatura nervosa para casa!

— Levar meu tesouro para casa vai ser mais divertido do que o chá de banco que tomaria no Cravo da Noite. — Ivan espalhou vários beijos entre o pescoço e rosto da ômega, caminhando com ela até a porta do passageiro. — Não é necessário todos nós lá.

— A intenção é ir na surdina; vamos tomar alguma coisa e sair normalmente — Roger completou. 

— Como se um gorila de olhos verdes passasse despercebido… 

— Disse algo, Adrian? — perguntou Tam, fuzilando o amigo apoiado na porta aberta do motorista.

— Não, nadinha! — alegou, movendo as mãos em sinais exagerados para negar.

— Me manda uma mensagem quando chegar, ok? 

Com um revirar de olhos brincalhões, ignorando a troca de farpas, Ivan deu um último selinho na esposa — já acomodada dentro do automóvel — e, só depois, lançou um olhar silencioso para os outros dois alfas; Plus e Tam se encararam uma última vez e tomaram suas posições. 

— Certo, mas não se esqueça de também me dar um sinal de vida — disse ela, fazendo bico e mandando um beijo para seu alfa.

Era sempre daquela forma, sempre dizendo praticamente as mesmas coisas, contudo, ninguém os apressava quando estavam se despedindo; eram um casal marcado, afinal, precisavam daquela rotina.

— Roger- — Naty chamou. 

— Eu sei! — Sabia. — “Morra, mas traga ele de volta!” 

A jovem Blanco sorriu e, em seguida, Adrian arrancou com o carro. 

Eles confiavam uns nos outros, e viviam aquela rotina há mais tempo do que era saudável, o que dispensava longos discursos. Um cuida do outro, outros mais do que uns, cada qual por suas próprias necessidades; Ivan era o único, dentre eles, casado e marcado, portanto — como uma regra não dita —, era quem, acima de tudo… deveria voltar para casa. 

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