O dia de ontem foi bastante agitado, e eu definitivamente não fiz curso — duvido que exista um — para lidar com o que passei e, com certeza, ainda iremos passar. Meu melhor amigo iniciou um sono que vai durar pelo menos mais 2 dias, alguém invadiu o hospital por algum motivo que todos, digo Bryan e os amigos, tentaram fazer de conta que não faziam ideia; embora, ao menos, pareça estar relacionado ao alfa. E durante a perseguição, Bryan ainda foi atropelado, mas, por sorte, não foi nada grave; Jiwon se sentiria culpado se acreditasse ser o motivo dessa situação inesperada.
Quando mais seguranças do alfa passaram a circular disfarçadamente nos corredores do hospital, além de ter certeza — ou fingir crer — que Jiwon não corria mais riscos, e confirmar que não poderia vê-lo naquele dia, sem escolhas, ainda preocupado e incomodado, fui trabalhar; claro, não sai sem ter uma conversinha com o charmoso Doutor Reilly e algumas enfermeiras.
No desastre do meu dia, perdi a conta de quantos pratos servi nas mesas erradas, e apesar de, por uma sorte que não sabia que tinha, não ter quebrado e nem derrubado nada em ninguém, não consegui escapar de ouvir minha chefe me dando um sermão. Meu expediente havia acabado e finalmente pude ir para casa, contudo, estava tão distraído que passei direto dois pontos de onde devia ter descido. Eu me encontrava tão pilhado, ansioso e frustrado que desisti de tudo que havia planejado fazer, me joguei no sofá e liguei para Naty, acreditando que quando ouvisse sua voz de fada, finalmente me acalmaria, porém, foi puro engano meu; apenas saber de Jiwon não seria o bastante para afastar esta inquietude que acabava comigo.
Ao telefone, Naty me disse, sob muita insistência e a alegação de que iria até ela pessoalmente, que não acharam mais pistas sobre quem poderia ser o suspeito; Ivan ainda estava verificando o tal canivete e não tinha porquê eu me preocupar, pois eles iam resolver tudo; como se eu pudesse apenas sentar assistir quando é o meu melhor amigo no meio de tudo isso.
Antes de desligar, a ômega me confirmou que Jiwon receberia alta às 9h, e que se eu quisesse, ela passaria aqui para eu estar lá quando ele saísse e fosse levado de volta para a mansão do alfa Bryan Grigory; dona Maru, minha chefe, já havia me dito que se eu precisasse chegar atrasado de volta, no mínimo tinha que a avisar, e me disse para continuar dando notícia sobre nosso garotinho. Saber que aquela velha rabugenta está do nosso lado me deu certo alívio e não pude deixar de sorrir pensando nisso, mesmo que meus olhos estivessem ardendo pelas lágrimas que ameaçavam cair.
***
Droga! Não consegui dormir direito e acabei perdendo a hora, não sei onde estão as calças que decidi que usaria hoje, tem um urso fazendo barulho no meu estômago e a senhorita Blanco deve estar chegando- Ah, não, a campainha!
No percurso do quarto para cozinha, tentando desvirar minha camiseta do avesso, lembrei de ter dito ao porteiro que viriam me buscar de manhã, portanto, que devia deixar que subisse, mas poxa, por que tão cedo? Naty não vai se importar em esperar um pouco, certo? Não posso atendê-la assim. Minhas calças, onde estão? Na lavanderia? Corri para lá, esperando que ninguém nos prédios vizinhos me visse desse jeito. Na pressa, andando de um lado para o outro, não tive sucesso com a peça em mãos, pior, derrubei alguns baldes e quase cai, contudo, acabei lembrando onde o jeans estava.
A passos largos, fiz o caminho de volta para meu quarto, cruzando a cozinha e... céus... a única coisa em mim era uma boxer vermelha e a camiseta amarrotada embolada em minhas mãos, essa que não me ajudou a esconder exatamente nada.
— AHH! — gritei, pegando, por reflexo, a vasilha sobre a mesa e a arremessando contra o homem parado na minha sala. — COMO ENTROU AQUI?! — questionei, tentando, sem sucesso, me esconder atrás de minhas mãos, cambaleando minimamente para trás, a ponto de chocar minhas costas contra uma das pontas da mesa.
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Destinados!
RomanceO destino, uma força maior, invisível e incontestável que, supostamente, decide por nós, o rumo de nossas vidas; fugir, se esconder, negar ou lutar, contra ele, não há nada que se possa fazer. O porém é, as escolhas anteriores foram nossas e o "dest...