Escritório
Após deixar Will na sala de estar e dizer-lhe o mínimo sobre o amigo, Bryan foi para seu escritório com Roger, eles precisavam começar a colher e organizar as informações sobre o que havia acontecido no parque.Grigory estava em frente ao notebook, verificando o e-mail que mandara para o líder dos Azzuls, aborrecendo-se novamente por não ter recebido uma resposta; Tam, ao telefone, finalizava uma conversa com Ivan que tinha acabado de ligar, pois sabia que Bryan pediria um relatório em breve, além de todos os dados possíveis sobre o ômega com quem passaria a estar ligado mesmo sem uma marca. Roger pediu à Ivan que também levantasse a ficha do beta que, caso se tornasse um problema, teria que ser… descartado.
Um alfa dominante como Bryan — diferente de várias maneiras em relação aos outros — não era do tipo fútil, mas era de sua natureza declarar posse sobre algo para mostrar quem estava no comando. Com um parceiro atirado aos seus braços e amarrado a ele sem a possibilidade de romper a união, Grigory teria que redobrar sua atenção em relação a basicamente tudo em sua vida; o garoto passaria a ser seu ponto fraco, fosse pela ligação que compartilhavam ou pela brecha que isso dava ao seus inimigos que poderiam tentar atingi-lo e, ou, subjugá-lo através do parceiro.
Tam guardou o celular e fitou o amigo, certo de que, embora ele estivesse ali, firme e indiferente, sua mente estava no quarto onde o jovem dos cabelos loiros se encontrava. Tudo aquilo com certeza era surreal, ele pensava, sabendo que não dava para apenas acreditar no que estava acontecendo, contudo, também sabia que, quanto à conexão dos dois, não tinha como haver mentiras. A história, o que os pais de Bryan viveram, servia como prova para o que estava acontecendo com ele.
O moreno dos olhos verdes lembrou dos últimos anos de vida do pai do amigo, de como foi difícil para ele não ter mais a parceira destinada, recordando-se também como Bryan sempre pareceu indiferente a sentimentos, mesmo achando bonito o que os pais tinham. Para Roger, era inusitado imaginar seu amigo, o líder da grande Dracon, com os mesmos tipos de sentimentos, mesmas carências e… vulnerabilidades.
Será que ele, que sempre foi distante em relação a suas emoções, vai se deixar guiar pela conexão? Bryan correu daquele parque sem olhar para trás, sem dar qualquer ordem para os seus seguranças: encontrem quem está fazendo isso, evacuem os civis, confrontem… Nada. Bryan apenas focou em tirar o ômega de lá e nem se deu conta disso.
Analisando a situação, Tam só conseguia pensar que a vida "normal" deles não seria mais a mesma.
Horas depois…
Bryan havia ficado no escritório por pouco tempo, sentindo-se extremamente incomodado por estar longe do ômega; condição que o fez retornar ao quarto — à contragosto — e ficar lá até o momento. Eram 16 horas e ele estava sentado na lateral da cama, lendo o relatório que Ivan enviou em seu celular com os dados de Jiwon. Como Will havia dito, ele não fazia muito além de trabalhar; sem relacionamentos anteriores, e de família, apenas a madrasta; sendo o beta, um amigo tão próximo quanto um irmão de sangue.Grigory desviou seu olhar para o jovem desacordado e agiu inconscientemente quando aproximou sua mão, deixando seus dedos resvalarem nos dele, permitindo-se sentir o calor e a maciez daqueles brancos e finos dedinhos.
Ao ouvir batidas na porta, o alfa recobrou a postura.
— Diga.
— Menino, o médico está aqui, deixo-o entrar? — Sina avisou, ainda do lado de fora.
— Sim.
Após a permissão, a governanta entrou, dando passagem para um homem trajando um jaleco por cima de impecáveis vestes sociais. Um beta, pensou Bryan, levantando-se do colchão sem desviar os olhos do recém-chegado; Roger havia entrado logo em seguida.
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Destinados!
RomanceO destino, uma força maior, invisível e incontestável que, supostamente, decide por nós, o rumo de nossas vidas; fugir, se esconder, negar ou lutar, contra ele, não há nada que se possa fazer. O porém é, as escolhas anteriores foram nossas e o "dest...