Capítulo 31

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Na sala cheia de monitores Julian acompanhava os movimentos de Malu. Ela se aproximou da moto, acariciou a carcaça nova e esboçou um meio sorriso. Depois tirou seu jeans e sua camiseta, caralho na frente do segurança, e vestiu seu macacão de mecânica.

Anahí entrou e olhou para a tela.

-Ela vai ceder.

-Eu vejo que sim. Ninguém resiste ao luxo e às facilidades de uma vida financeira abundante minha querida.

-Todo mundo tem um preço afinal?

-E não? Malu pode amar o bastardo do tutor, mas tinha uma situação econômica bastante limitada. Quando ela teria uma moto cara e sofisticada como essa em sua antiga vida?

-Ela tem gosto bem peculiares.

-Foi criada com um homem rude, sem a presença de uma mulher aos arredores por muito tempo. Não seria uma lady jamais. Eu vi você conversando com ela. O que estavam falando?

-É...a menina está resistente em se vestir adequadamente para seu jantar de gala, mas eu sei que vou consiguir que ela use um vestido e um salto para a ocasião.

Julian riu.

-Eu sei que vai meu bem. Você sempre consegue.

Anahí esboçou um meio sorriso para ele e voltou a olhar a tela.

Malu rodava a chave de roda entre os dedos enquanto observava a moto no elevador. Fuçou aqui e ali e começou a mexer na moto.

-Ela parece saber o que faz.

-Sim. Minha filha é fodidamente diferente de tudo que eu pensei sobre ela nesses anos todos.

-Decepcionado com o que encontrou?

-Não. Ao contrário. Estou muito eufórico com o que vejo nela.

-E o que você vê nela?

-Determinação, ousadia e coragem.

-Como a mãe.

-É, exatamente como Dolores foi.

-E o tal do Marcos?

-O que é que tem?

-Confia nele?

-Nem um pouco.

-O que vai fazer com ele?

-Vou observá-lo de perto. Acabei de atribuir uma tarefa à ele. Preciso ver como vai levar o assunto e de que forma vai resolvê-lo. A ficha que levantei diz que é um homem com alguma influência no mercado negro. Bem relacionado dentro de alguns departamentos.

-Departamento policial?

-Sim. Parece que tem algum crédito com os homens da lei que trabalham para o mercado paralelo.

-Não acha isso perigoso?

-Não. Acho que se ele for mesmo um desses negociadores, tê-lo por perto é uma carta na manga. Um bônus que veio junto com a minha filha.

-E como vai descobrir se ele é mesmo o tipo que procura para seus negócios?

-Tenho muitos olhos observando-o quando sair daqui hoje.

Gu estava arrasado. Podia ter pensado muita coisa sobre o aniversário da Malu, menos que estaria longe dela e que não poderia sequer ligar para a menina. Há dois dias ele não dormia e trabalhar parecia um inferno. Pensava e repensava em como ela devia estar. Achou que fosse enlouquecer.

Naquele dia à noite, já bem tarde ele passou pela oficina. Os caras estavam desconfiados que havia alguma coisa errada, mesmo com a história que Henry tinha jogado no R.H.

A Fugitiva - 1o.Coligado aos Agentes do BSSOnde histórias criam vida. Descubra agora