Prólogo

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Babi estava há três dias no hospital. Ela estava irredutível quanto a deixar o marido sozinho. Ele não tinha melhorado, permanecia inconsciente e em estado gravíssimo. Dois outros agentes do departamento que estavam com ele tinham falecido e a menina estava apavorada em pensar que ele poderia ser o próximo.

Chloe e Nick vieram ficar com ela. Os agentes se revezavam em fazer lhe companhia no hospital. Tiago estava firme ao lado da irmã, embora um pouco passado.

No quarto dia, depois de chorar por horas seguidas Babi estava observando o marido do lado de fora do vidro quando se sentiu mal. O irmão a segurou rapidamente evitando que ela caísse e se machucasse.

Ele gritou pela enfermeira e no instante seguinte ela tinha sido socorrida.

Babi foi colocada na sala de observação e quando voltou a si foi resistente em ficar lá.

-Preciso ficar ao lado dele Ti. Eu quero ficar lá.

-Não está aguentando parar em pé Tata. Ele está sendo cuidado. Não há nada que possa fazer quanto a isso. Descanse um pouco.

-Ele não pode morrer. Deus, ele não pode me deixar.

-Tenha fé. - O rapaz se sentou na cama com ela. - Precisa se alimentar. Quer que eu te traga alguma coisa?

-Não quero comer.

A enfermeira entrou e mediu sua pressão, seu pulso e fez todo o procedimento de praxe.

-Aparentemente está tudo bem, mas o médico pediu que fizéssemos um exame de sangue porque você está muito abatida e pálida.

-Ela está há três dias aqui, não tem se alimentado bem.

-Eu sei. É esposa do agente, não é? Está preocupada, eu entendo, mas se ficar doente, quem vai cuidar dele quando sair daqui?

Babi concordou sem falar nada. A enfermeira fez a coleta do sangue e saiu.

-Ela tem razão Tata. Precisa estar bem porque Murilo vai precisar de cuidados quando acordar.

-Ele vai voltar pra casa, não vai?

-Claro que sim.

Tiago tentava ser forte porque a irmã estava derrotada. Deus, o que seria dela se Murilo não resistisse? Do jeito que eles eram grudados e apaixonados, sempre juntos e carinhosos um com o outro, Tiago temia que ela não suportasse a perda.

Ele ficou com ela até o final da tarde quando a mesma enfermeira voltou e falou muito séria.

-Senhora Marconi, está ciente de que está grávida?

Tiago se levantou surpreso e Babi ficou estática. Jesus Cristo, há um ano e meio ela e Murilo estavam tentando ter um bebê. O tratamento que estava fazendo não vinha dando resultados e ela encontrava-se um pouco depressiva por causa disso. Agora, uma surpresa dessas em um momento tão difícil.

-Deus...estou grávida? Tem certeza?

-Sim. Absoluta. O exame de sangue é preciso.

Tiago sorriu pra ela e pegou em sua mão.

A menina começou a chorar. Chorou descontroladamente porque sonhou com o dia em que Murilo chegaria do trabalho e ela estaria esperando por ele com o exame positivo na mão.

-Fique tranquila Tata, pensa que agora tem um bebezinho ai dentro. Não pode se descontrolar.

-Ah Ti...sonhamos tanto com isso e agora ele nem pode saber que eu carrego nosso filho.

A enfermeira se aproximou dela.

-Eu não apostaria nisso menina. Nunca sabemos ao certo o que se passa na mente de alguém que está em coma. É uma incógnita que não podemos prever. Houve muitos casos de pessoas que voltaram do coma e disseram que se sentiam como se tivessem dormido por muitos dias, assim como há quem diga que podia ouvir e sentir as pessoas que estavam por perto.

A Fugitiva - 1o.Coligado aos Agentes do BSSOnde histórias criam vida. Descubra agora