Na manhã seguinte eu acordei cerca de nove horas, como de costume. Meu objetivo naquele dia era só um: encontrar Anthony antes que ele embarcasse no trem que o levaria de volta à Oklahoma. Eu só sabia que ele iria à tarde, não sabia o horário exato. Depois da noite anterior, pedi que Elfonso voltasse ao hotel onde Anthony estava, porque o queria em segurança de todos os perigos que estavam por vir, perigos que ele não imaginava.
Depois do café da manhã, me deitei novamente, fechei os olhos e me concentrei
_Anthony_
Quando abri meus olhos novamente, estava no hotel, no quarto de Anthony. Verifiquei minhas mãos, estavam translúcidas. Ele provavelmente mal conseguiria me enxergar, então concentrei um pouco mais de minha energia naquela projeção de minha consciência e o chamei, interrompendo o que ele estava fazendo, que era arrumar o quarto tirando a bagunça que fez em cinco dias que havia ficado lá.
- Anthony.
Ele não pareceu me ouvir, então falei novamente
-Anthony!
Ele se virou para mim e pareceu ter levado um choque.
- Allana, é você? Por que está assim? Você está bem?
- sim, sou eu, estou assim porque estou projetando minha consciência até sua presença, meu corpo físico está em casa, deitado na minha cama em estado de coma, como sempre fica quando projeto minha consciência à outro lugar. Você não lembra?
- ah, lembro sim. Mas você sabe que eu tenho muita imaginação.
- entendo. Ei... Elfonso me contou que você vai embora hoje...
- sim, eu vou, tive alguns problemas que tenho que...
- ele me contou tudo, eu entendo que você precisa ir. - minha forma começou a oscilar - Anthony, logo vou desaparecer. Quero que me diga que horas seu trem parte.
- às 14h30min.
- eu vou te encontrar lá fisicamente, precisamos conversar um pouco sobre isso.- me aproximei e pus a mão em seu rosto- e me despedir de você temporariamente.
-tudo be... - nossa conexão foi severamente cortada pelo meu estado enérgico.
Voltei a abrir os olhos no meu corpo físico, no meu quarto que era todo colorido e enfeitado como se fosse de uma criança, mas eu gostava assim. Me levantei novamente, mas dessa vez fui tomar um banho quente de espumas e lavar meu cabelo. Quando saí do banheiro já era cerca de 12h -sim, eu demoro muito no banho- então me vesti, um short jeans rosa com uma camisa preta soltinha, roupas que eu adorava combinar. Penteei meu cabelo e prendiminha franja longa com uma presilha de flor como de costume. Peguei minha bolsa e fui descendo as escadas.
- onde você vai? - meu pai perguntou antes que eu pudesse sair desapercebida
- eu vou.. passear.
- arrumada desse jeito, filha? Você não me engana.
- eu vou na estação de trem para falar com o Anthony antes dele ir embora para Oklahoma.
- tudo bem, pode ir.
- simples assim?
- volte antes das 18h.
-Sem problemas. Obrigada pai!
Então eu saí rumo à estação de trem.
Dallas tem 999,2km² e minha casa é longe da estação de trem, então chamei um taxi. Com minha magia, podia criar pequenas coisas eventualmente, logo, dinheiro não era problema. Desci do táxi próximo à Estação Texas Trem de Prata com muita fome por volta das 13h. Observei as pessoas que caminhavam por lá, homens de terno chique e refinado, mulheres de vestidos formais, crianças organizadas e comportadas, típico de um restaurante de gente rica, que era o Trem de Prata. No mesmo momento em que reparei no traje de todos, me senti incrivelmente deslocada por estar de short jeans e camisa como se fosse para o shopping. Mas quando enxerguei o rosto que procurava, essa preocupação sumiu. Anthony estava apenas com uma bermuda jeans e uma camisa verde com as escritas "more holidays, please!". Ele estava olhando ao redor também, não sei se estava me procurando ou se estava observando os trajes chiques das outras pessoas ao nosso redor, mas ele estava vindo em minha direção. Instantaneamente eu sorri. Ele era irresistível, não importando as condições, eu sempre iria sorrir ao encontrá-lo com os olhos nos meus. Mas então me lembrei que ele estava indo embora e não sabíamos até quando demoraria para que aquele problema fosse resolvido e pudéssemos seguir rumo à Elfenheim.
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Conexão Imaginária
Romansaa história de amor de um garoto com muita imaginação. [leia o prólogo como se fosse uma sinopse]