Pude pensar muito durante as seis horas que passei no trem. Em vários momentos eu me senti assustado. Não queria ter que passar por essa situação. Minha mãe me ligou quando eu estava no trem, avisei que já estava voltando e que pretendia me justificar, explicar que não fiz nada, mas que se fosse necessário que eu fosse detido até a verdade aparecer, porque ela com certeza apareceria, mas pedi a ela que não contasse à ninguém que eu já estava voltando, e ela disse que não contaria. Mas ela provavelmente esqueceu essa parte. Quando cheguei em casa, parecia que ela tinha chamado até a NASA para estudar a chegada do filho 'incendiário', havia umas vinte coletivas de imprensa gravando para suas matérias "e agora, exatamente às 21h do dia 8 de Julho podemos presenciar a chegada do garoto apaixonado que colocou fogo numa pousada no Texas para chamar a atenção de sua amada." Aquilo me deu vontade de vomitar.
Cortei a multidão e entrei em casa, disparando direto para meu quarto. Meu plano era claro: eu sabia que Kaylie iria falar comigo, e que se eu a pressionasse, ela admitiria tudo o que fez. Eu pretendia deixar uma câmera gravando no meu quarto antes dela entrar, mas eu não esperava que ela já estaria lá quando eu entrasse, e ela estava.
- Anthony - disse a atriz, com os olhos marejados - você chegou. Estava preocupada com você.
Coloquei minhas malas num canto do quarto, ignorando-a e sentei na minha cama.
- por que não me responde?
- Kaylie, você não precisa de resposta. Eu sei tudo o que você fez.
- sabe? De tudo? Eu duvido. - ela respondeu com um sorriso cínico maldoso no rosto- eu fiz muitas coisas.
- me refiro ao incêndio. Eu sei que foi você.
- sim, fui eu. Mas todos pensam que foi você. Pode-se dizer que sou uma ótima atriz.
preciso de ajuda falei na minha mente e me senti mais tranquilo para continuar logo em seguida.
- como você fez tudo isso?
- foi bem fácil, na verdade. Eu primeiro me certifiquei de que você não estava por perto, que não tinha voltado para casa depois da sorveteria. Pedi um café na lanchonete da pousada e levei até o disjuntor elétrico e joguei lá. Depois eu alterei o sistema de câmeras para elas explodirem e não haver vestígios de que fui eu.
- mas você fez isso porque estava com raiva de mim?- sinceramente, Anthony. Eu não tenho raiva de você, fica tranquilo com isso, ok? Eu sempre fui meio piromaníaca, eu adorava queimar pequenas coisas quando era pequena, como papel, moscas, lagartas, lagartixas, borboletas, as plantinhas da minha mãe... quando fui crescendo eu comecei a colocar fogo em coisas que eu brincava quando era criança, como minhas barbies e a casa de boneca delas - ela falou com um ar nostálgico como se lembrar daquilo fosse incrível - a melhor coisa de incendiar algo é a parte de ver queimar. Recentemente eu comecei a fumar, claro que eu nunca te contei porque você é muito certinho e não apoiaria, mas eu gosto de fumar porque eu vejo as cinzas surgindo a cada tragada que dou, e é incrível. Consigo separar a fumaça do fogo do cigarro! É como um poder. Você não entenderia... enfim, eu já planejava aquele incêndio. Mas não consegui aproveitar muito porque tive que ser entrevistada e colocar a culpa em você porque, bem, eu não queria ser presa.- ela finalizou sorrindo. Abaixei a cabeça.
- Por favor, saia da minha casa.
-você não pode me culpar por isso, ficou bravo comigo mesmo? Sempre foi tão indiferente para tudo! Você não vai contar para ninguém que fui eu. Vai cumprir pena no meu lugar e quando sair eu vou aproveitar para fazer pior.
- Kaylie, por favor, saia.
-Sinto muito por isso.- disse ela e saiu do quarto.
Procurei em meu bolso o meu celular e não o encontrei, comecei a me desesperar, e então Imediatamente apareceram no meu quarto duas criaturinha familiares : Elfonso e Isabelfa e Elfonso estava com o meu celular.
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Conexão Imaginária
Romancea história de amor de um garoto com muita imaginação. [leia o prólogo como se fosse uma sinopse]