O som da cela abrindo foi o que me despertou do sono.
- senhor Sheavre, você está livre.
Levantei-me devagar, sem saber ao certo o que estava havendo, e o policial com as chaves continuou falando.
- sua fiança foi paga, e você tem escolta para ir para sua residência. - no momento em que ele disse estas palavras, uma garota apareceu atrás dele com um sorriso animado no rosto - espero que conheça a doutora Elizabeth.
Dito isso, o policial desapareceu nos corredores me deixando sozinho com a garota, que falava enquanto caminhávamos até a recepção.- prazer, Anthony. Meu nome é Elizabeth. Vou explicar o que aconteceu, não precisa se preocupar- falou ainda com um sorriso simpático- pode fazer perguntas.
Parei de caminhar para assimilar o que estava acontecendo, a garota tinha minha altura, cabelos escuros cacheados, usava oculos e tinha grandes olhos verdes, ela usava um jaleco branco com algumas canetas no bolso bordado com o nome "lizzie". Eu me lembraria dela se a conhecesse, então por que do nada uma garota que eu não conheço pagou minha fiança e está me escoltando até a saida? Nem eu mesmo sabia o valor da fiança! Apesar do meu conflito mental, a primeira coisa que perguntei à garota foi:
- eu te conheço?- cuja pergunta foi imediatamente respondida
- não! Mas não se preocupe, sou... uma amiga! Conheço muito de você, te admiro e sempre quis te conhecer pessoalmente, inclusive tenho uma lista de perguntas que quero que você responda...- ela colocou a mão na bolsa que até então eu não havia percebido que ela carregava e procurou algo ali dentro. Depois de alguns segundos ela turou de lá um pequeno caderno colorido, abrindo ele rapidamente e tirando a caneta que marcava a página na qual ela queria abrir - achei! Hã... quantas coisas você ja conseguiu invocar? Consegue disparar lasers pelos olhos? É à prova de balas como todos dizem? Você tem mesmo....
Ela falava tanto que eu não conseguia raciocinar nada, como ela sabia quem eu era?
-pera ai, garota! Não consigo te acompanhar, e isso só me trouxe mais perguntas!
- desculpe, Anthony- ela respondeu rapidamente, fechando o caderno e pressionando-o conta o peito -acho que me empolguei...
- acho que sim, mas você havia dito que responderia todas as minhas perguntas, vai responder mesmo?
- se eu responder, você responde as minhas?
- com prazer! Eu acho...
- perfeito! - ela exclamou, soltando o caderno que saiu voando (sim, literalmente voando) - KIRI, VOLTE AQUI -o caderno voltou para suas mãos como um pet voltando para sua dona, ela acariciou a capa e o colocou novamente dentro da bolsa - então vamos?
Chegando na recepção, uma garotinha que estava sentada num banco desatou a correr em nossa direção assim que nos avistou e abraçou Elizabeth com cuidado para não machucar o gato preto que estava em seu colo e depois me fitou atentamente
- esse é o Anthony, liz? - a garotinha perguntou, curiosa, parecendo um pouco enojada, imediatamente me perguntei há quanto tempo estava sem tomar banho e acidentalmente acabei perguntando
-quanto tempo fiquei preso?
Elizabeth me olhou confusa, como se fosse algo óbvio
- Anthony, você foi preso ontem de manhã, agora são quatro e quinze da tarde do dia 10 de julho.
- pareceu... muito mais tempo.
- talvez porque você não tinha muita ocupação estando... preso, não é?
- deve ser isso, e eu não tinha um relógio
- agora imagine, Anthony, se você, que ficou apenas um pouco mais que 24 horas preso e ja perdeu a noção do tempo, como se sentem aqueles que ficam anos presos?
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Conexão Imaginária
Romancea história de amor de um garoto com muita imaginação. [leia o prólogo como se fosse uma sinopse]