dezenove

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NOTAS: Os próximos capítulos terão mais detalhes sobre a profissão da Helô, então irei ressaltar que eu não curso direito, não entendo quase nada da área e tudo o que eu sei é através da minha pesquisa de campo aka três amigas minhas: uma formada em direito e as outras duas acadêmicas de direito. Se tiver algo errado, reclamem com elas 😂😂
No mais, espero que gostem.

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Uma vez, Helô leu em um livro que a decepção amorosa era uma perda, o divórcio era apenas um documento, e desde que se separou de Stênio pela segunda vez, ela conseguia entender o peso dessas palavras. E constantemente ela se sentia pressionada e sufocada por esse fato.

Foi decisão dela se separar a primeira vez, a segunda foi uma decisão mútua, mas não deixava de ser algo que partiu dela, primeiramente; não podia negar. Mas o que pegou fundo na delegada foi, justamente, a decepção que veio a cerca dos dias vividos ao lado do advogado.

A separação física e judicial foi apenas uma consequência da separação afetiva. No segundo divórcio foi especialmente difícil porque havia muitas questões do que cada um considerava justo e certo. E nem sempre os pensamentos batiam, levando os dois para o mesmo lugar onde estavam no primeiro divórcio.
Para Helô doeu muito mais a sensação de tempo perdido, de frustração, do que suas assinaturas em papéis.

Ela podia conviver separada judicialmente com Stênio, foi o que fez por muito tempo, mas quando se deu conta que teria que lidar com a separação afetiva, ficou abalada.

O amor pareceu distância naquele momento.

"Bom dia, Dr Carla." Helô entrou na sala da delegada federal animada, mas contida.
Helô era boa em ser um enigma a ser decifrado, e usava isso ao seu favor sempre. "A que pé estamos?"

"Helô." A loira se levantou da cadeira para cumprimentar a delegada civil. "Acredito que estamos nós melhores pés." A loira tentou tirar onda e Helô sorriu, sentando-se de frente para a mulher.

Incrivelmente, Helô já se sentia dona dali.

Carla apresentou toda a delegacia para a morena e explicou alguns pontos específicos daquela delegacia. Helô fazia algumas notas mentais do que, com certeza, mudaria ali.

"E bom, temos muitos casos." Carla disse voltando para a sala da delegada. "A princípio, queria já lhe dar as bos vindas. Sei que amanhã é o dia da posse, estou muito feliz de pssar esse cargo para você."

Helô sorriu.

"Muito obrigada. Estou honrada em poder continuar seu trabalho."

"Continuar? Você vai ampliar." A mulher disse rindo."Segundo é que, eu te conheço desde sempre, né, Helô? Sei da sua competência e agilidade."

Helô ouvia atentamente, concordando com a cabeça. Era óbvio que ela gostava de elogios, fazia bem para o ego, principalmente quando eram direcionados a uma das áreas que ela mais se orgulhava na vida, como sua profissão, mas ela sabia que vinha chumbo grosso.

Sabia porque era a federal. E sabia, principalmente, porque tinha ciência de que quando alguém elogia demais outra pessoa, é para pedir algo significamente grande.
Helô não era ingênua, sabia como a polícia funciona. Sabia dos interesses, e estava disposta a encará-los. Na verdade, estava ansiosa.

"Muito obrigada." Helô agradeceu simpática.

Helô observou Carla abrir uma das gavetas da mesa e pegar arquivos impressos. Muitos deles.

"Esse cara vem atraindo mulheres através da Internet para estuprá-las e matá-las. Já foram cinco vítimas só nesses ultimos 5 meses." Carla contava enquanto expunha todos os papéis, espalhando-os pela mesa. "Notamos algumas semelhanças nos métodos, o que nos leva a um possível serial killer. São poucas pistas que temos. E acreditamos que vai ter mais uma morte, se levarmos em conta todas as semelhanças."

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