Stênio tinha combinado com a Laís que sairia mais cedo do escritório para conseguir ir à posse de Helô.
A sócia, que sempre torceu para o casal, ficou feliz pela enfim aproximação dos dois. Convidada para ir à posse, Laís informou que iria chegar um tempo depois do inicio, mas garantiu ao amigo que com certeza estaria lá para prestigiar Helô.Era um dia muito quente no Rio de Janeiro. O relógio marcava 14h e o sol parecia ter um irmão gêmeo. Dentro do carro, indo para casa, Stênio ouviu o celular tocar em uma chamada de vídeo.
"Oi, Helô." Ele respondeu e quando parou no sinal vermelho, olhou para a tela do celular que estava em seu colo.
A delegada estava com o cabelo preso, de óculos e parecia estar com um roupão."Passa na farmácia pra mim?" Ela foi direta, sem comprimenta-lo.
"Ta precisando do que?" Ele perguntou voltando a atenção para a pista.
"Remédio. Tô morrendo de dor de cabeça."
"Isso é ansiedade. Você sabe, né? Fica calma." Ele orientou.
"Não quero ficar calma, Stênio. Quero meu remédio. Traz pra mim. Você sabe qual é, tchau. Tenho que me arrumar."
Stênio viu a ligação ser encerrada por Helô e riu. Ele estava muito mais próximo de casa do que da farmácia, então teve que fazer o retorno com o carro para seguir até a farmácia. Chegando lá, o advogado decidiu que compraria um remédio para cólica também. Além de, alguns chocolates. Talvez ela não estivesse próxima de menstruar, na verdade, ele nem sabia se ela havia tirado o diu, mas decidiu comprar mesmo assim.
De todas as qualidades do advogado, precaução era uma das que ele se orgulhava.Em casa, Helô se olha no espelho. Seus cabelos molhados e penteados escorriam pelo corpo da morena que agora vestia um macacão longo, preto com um decote grande em V.
Memórias da infância nunca foi algo recorrente para a delegada, desde muito jovem seu corpo e mente trabalhou arduamente para combater todas as lembranças que ela tinha na época em que os pais eram vivos, talvez por proteção, talvez por medo.
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RomanceDepois do divórcio, Helô se muda para Nova Iorque. E três anos depois, ela recebe uma oportunidade única para ser delegada federal no Brasil. Será que ela voltará ao Brasil? E se voltar, como será encarar tudo o que deixou para trás?