Capítulo VIII

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Havia apenas um vazio na mente de Christine

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Havia apenas um vazio na mente de Christine. Uma completa ausência de pensamentos, o choque tomou conta dela, ela fechou a boca e olhou para ele. O lado de seu rosto que estava escondido pela máscara estava vermelho, como se alguém tivesse pegado uma ferro quente e trabalhando em seu rosto de maneira amadora e desigual. Mas não era sangue que tornava seu rosto vermelho, era apenas a sua pele, cicatrizada.

—Quem fez isso com você Erik?— Ela sussurrou.

—Eu nasci assim— Respondeu ele, sua voz estava trêmula, as lágrimas ameaçavam escapavam de seus olhos —Eu nunca fui normal, e agora você sabe. Agora você pode ser honesta comigo e consigo mesma... você não se importa comigo.. desse jeito... — Sua voz sumiu, e olhar de puro horror passava pelo rosto dele —Eu não deveria ter mostrado a você. Por que eu mostrei a você... agora você não vai querer exigir que eu saia, e eu estarei de volta na rua.. de volta a caravana.. o que.. o que eu estava pensando? eu...

— Não!— Disse Christine com um nó formando em sua garganta.

Isso o surpreendeu —O que?—

—Eu não vou... — Ela engoliu em seco desejando que sua voz fosse mais alta e clara. —Você é meu melhor amigo Erik, eu não quero que você vá embora—

Erik estava atordoado, com os olhos arregalados, congelado no local, ele olhou para ela.

Isso lhe deu coragem para ela, respirando fundo, ela sorriu para ele —Eu não penso de forma diferente, você ainda é Erik, meu melhor amigo. Eu nunca iria querer mudar isso.. nunca—

As lágrimas em seus olhos finalmente caíram, ele estava atordoado com as palavras dela. Christine, se sentiu ousada, inclinou-se para o rosto dele e o beijou com tanta ternura. Para seus lábios, sua cicatriz não parecia diferente, não havia cheiro estranho ou textura estranha. A única diferença estava em sua aparência, e isso era tudo.

Quando ela beijou a sua deformação, ele soltou um suspiro longo e audível. Ela se afastou e viu que lábios dele tremia e mais lágrimas escorriam em seus olhos.

—Por que?— ele perguntou trêmulo —Porque você fez isso?—

— Porque isso é parte de você Erik, eu queria te mostrar que eu realmente não me importo com sua aparência—

Ele balançou a cabeça —Ninguém jamais olhou para o meu rosto e reagiu assim, apenas com medo.. ou repulsa.. pena.. ou ódio. Como.. o que te faz ser tão diferente?—

—Eu não sei..— Ela pensou sobre isso —Talvez seja porque eu te conheço tão bem, mas realmente não me incomoda—

—Minha mãe me conhecia, e ela nunca me beijou. Ela me fez usar a máscara o tempo todo— Ele estava olhando para o chão agora.

—Sua mãe parece ser uma pessoa horrível e estou feliz que ela não esteja mais em sua vida—

Ele deu um aceno com a cabeça. —Acho que há algo diferente com você, e com seu pai. Algo... eu não consigo explicar. Uma espécie de leveza, uma bondade que não se encontra em outras pessoas— Ele encontrou seu olhar. —Se existem anjos Christine, acho que encontrei dois deles nesta casa—

As bochechas de Christine ficaram vermelhas. —Oh, isso é muito gentil de sua parte dizer, Erik—

—É apenas a verdade Christine— Ele a olhava com ternura.

A seriedade em seu tom de voz, a falta de uma cadência lisonjeira, a fez incapaz de fazer qualquer coisa, exceto acenar com a cabeça, totalmente sem saber o que dizer a ele.

Ele rapidamente enxugou as lágrimas do rosto e pegou a mão dela. —Venha comigo. Eu quero te mostrar uma coisa—

—O que é?

—Eu tenho praticado, nas aulas de música, principalmente no violino. Eu comecei a escrever uma música. Eu gostaria de te mostrar—

Perplexa com a aparente aleatoriedade disso, ela apenas assentiu e permitiu que ele a puxasse em direção à porta do quarto dele. Em seu quarto, ele pediu que ela esperasse um momento e só entrou para pegar seu violino. Ele agarrou a mão dela novamente e, na penumbra da noite, ela pôde ver que ele estava sorrindo e que havia colocado a máscara novamente, provavelmente ele poderia achar que assustaria alguém se acordasse e viesse para o corredor.

—Por aqui— ele sussurrou, e a trouxe escada abaixo. Ele a levou para o escritório de seu pai, onde Erik aprendeu violino, e então fechou a porta atrás deles. Ele se virou para ela.—Sente-se—

Ela fez, em uma poltrona, entre duas estantes de carvalho. Não havia escrivaninha neste escritório, apenas uma estante de partitura onde Gustave praticava. Erik ficou na frente dele, de frente para ela.

—Christine— disse ele, —desde do momento em que você estendeu sua amizade para mim, eu sabia que minha alma pertencia a você. Que eu a seguiria em qualquer lugar, para sempre. Meus sentimentos sobre o assunto são tão fortes, na verdade, que eu tenho escrito uma música... dedicada a você, ao seu coração e mente, sua alma e seu sorriso. Essa música é um reflexo de como me sinto quando estou perto de você—

Ele respirou fundo fechando os olhos e começou a tocar. A música que ele tocava era luz feita de som. Era como um dia ensolarado no parque, passado com os entes queridos, com Nenhuma única nuvem no céu azul. Era como uma noite de inverno, perto do Natal, passada junto à lareira com um livro familiar. Era o riso de um amigo, o tipo de risadinha que deixa a pessoa com pontadas absolutas na barriga e no estômago de tanto rir, mas implorando para não ser liberada da felicidade. Isso colocou um brilho em seu peito, enviando tentáculos de calor para o topo de sua cabeça e até as pontas dos dedos dos pés. Seu coração estava acelerado.

Era amor, ela percebeu.

Amor.

Em cada iteração da palavra.

E quando ela fechou os olhos, ela sabia que não vinha apenas da música. Que veio de seu próprio coração também.

Ela o ama.

O Começo do para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora