Sinfonia, ímpar e contradição.

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São Paulo
março, 2023.

As cortinas que foram esquecidas de fechar, logo não bloquearam a luz do sol que ia nascendo, iluminando toda a sala onde as garotas ainda dormiam tranquilas.

Faltando menos de uma hora para que todos os despertadores tocassem ali no cômodo, entrando em uma sinfonia para acordá-las, Rafaella despertou sozinha, levando segundos para notar onde estava e ao perceber que ainda estava agarrada à carioca, ela se levantou no mesmo segundo e se desvinculou rápido da garota, a mineira subiu para o seu quarto, sem se importar se a falta de delicadeza para se soltar de Bianca ou o barulho que fizera saindo do cômodo, iria acordar alguém ali. Começando a se arrumar para a escola, ela tomou um banho rápido, colocou seu uniforme, fez uma maquiagem básica e deixou seus cabelos soltos, em uma rápida dúvida se ficava em seu quarto até a hora de ir ou se voltava para o andar de baixo, ela resolveu descer. 

Respondendo algumas mensagens de suas amigas, ela se sentou na grande mesa da cozinha, pronta para tomar o café da manhã que já tinha sido preparado por Magda, uma das funcionárias da casa. Entre assuntos aleatórios, as garotas entraram no assunto, aniversário de Rafaella, que seria no próximo final de semana, deixando a mineira pensativa e ansiosa, ela que ainda analisava seriamente sua lista de convidados, não via a hora de reencontrar todos os seus amigos de Goiânia e aproveitar a festa com eles. Diferente de suas outras festas de aniversário, boa parte de sua família não estaria presente, já que ela não os convidou, a mineira havia chamado apenas algumas primas e Mariana, só para não dizer que não tinha nenhum familiar lá.

A festa inicialmente seria em uma balada popular de Goiânia e contaria com a presença apenas de Estela, Ricardo e os seus amigos de Goiânia, ela não chamaria Mariana, Gizelly, Manu e muito menos Bianca, já que achava que a vibe delas não se encaixava com os seus outros amigos, mas agora a presença delas era inevitável e ela não estava tão irritada com isso como achou que estaria, talvez eles possam se dar bem.

Seis horas em ponto, o primeiro despertador a tocar foi o de Manu, tocando uma música de Taylor Swift e logo os outros três tocaram também, uma junção de músicas e toques padrões que se tornou um barulho chato, fazendo as garotas acordarem nada calmas. As quatro se espalharam pelos banheiros da casa para um banho rápido e se arrumarem, bons minutos depois Bianca que foi a primeira a terminar de se maquiar voltou para a sala, se juntando à Rafaella na mesa.

B: Bom dia, Rafa - desejou enquanto se servia um pouco de café - Gostou da festa?

R: Bom dia, Bia - sorriu fraco para a carioca - Isso não foi bem uma festa, né? Mas foi legalzinha.

B: Quais os tipos de festa você gosta?

R: Barulhentas, com álcool, músicas altas e cada cômodo preenchido por alguém vomitando ou se amassando com outro alguém - confessou.

B: Imagino que álcool, adolescentes e músicas altas, devem chamar a atenção da polícia.

R: A polícia só aparecia quando era festa de playboy, o condomínio deles sempre denunciavam as festas - revirou os olhos.

B: Eu achei que você não curtia festas.

Rafaella riu negando com a cabeça e esticou o braço para tocar na mão de Bianca.

R: Você precisa me conhecer, quase tudo o que você sabe sobre mim, já não é real.

A: Bom dia, meninas! - desejou sentando-se junto à elas na mesa.

R: Bom dia, papai - sorriu para ele.

A: Podemos conversar um pouco sobre a sua lista de convidados, filha? - perguntou sério.

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