Capítulo 2 "O Assaltante de Almas"

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"Muitos anos atrás, quando as primeiras eras de Daeho, existiu uma pessoa que era considerada O Assaltantes de Almas, não poderia identificar se era uma mulher ou um homem, sabia que essa pessoa era tão poderosa que só em pensar em seu nome muitos já sentiam sua presença.
Quando a era dos mutantes de almas atingiu seu maior onda de acontecimentos, Seo Gyeong pediu ajuda para o essa pessoa para acabar com os mutantes de almas, como forma de pagamento, o único pedido foi que Gyeong não atrapalhasse as almas que O Assaltantes de Almas pegasse, ele os levaria para o seu devido lugar. Não se sabe se essa pessoa usou isso ao seu favor para roubar almas ou apenas os mutantes de almas
.
Sabe-se que depois de anos, após a morte de Jin Seol-Ran, que essa pessoa era um homem e que também ele foi o ultimo a ver realmente a Jin Seol-Ran viva e bem, quando a menina morreu falaram que ele a matou, ninguém nunca chegou a essa confirmação, nem mesmo os mais próximos dela."
- Mestre Lee estava sentado sobre a pedra branca e olhava para a água, eu acompanhava seu olhar enquanto Sung Jin pescava mais a frente.
- E porque não questionamos a ele? - perguntei olhando para Sung Jin.
Mestre Lee me olhou como se aquela pergunta fosse obvia demais para ser respondida, ele voltou a olhar para frente e eu continuei a encara-lo.
- Se você vivesse o mesmo tempo de vida que ele viveu e alguém lhe questionasse sobre coisas que aconteceu no seu passado, você responderia? - foi a vez dele de me questionar.
Olhei para Sung Jin que me olhou da beira das pedras com o anzol nas mãos.
- Não, não responderia! - confessei baixando a cabeça.
O sol estralava sobre nossas cabeças, era inicia de outono, como todos diziam em Daeho, é a estação do Tio Yul, o vento ainda era quente e forte por causa do verão, como gosto de brincar, a estação do Rio Dang-Gu e do Gang, olhei para o céu, fechei os olhos e esperei ansiosamente para a continuação da história mais o silencio predominou o local, com apenas o som das ondas batendo contra as rochas e do exercito.
Abri os olhos e olhei para trás, minha audição, olfato, paladar e tato eram bem aguçados mais naquele ponto nunca tinha conseguido, antes era o treinamento no meio da floresta me deixava mais atenta as coisas mais aquilo foi demais.
Me levantei e percebi que era a guarda de Songrim com Sang-Ho e meu Tio Dang-Gu liderando o pequeno grupo que vinha na nossa direção. Sung Jin apareceu do meu lado assim como Jyx que ficou ao meu lado com as orelhas em alerta, ela sentou perto de mim e olhou para Dang-Gu que parou na frente do Mestre Lee, que por sua vez estava mais a frente de mim.
- Precisão de algo? - Mestre Lee perguntou ao Dang-Gu que virou para mim com um olhar triste e preocupado.
- A Senhorita Jin...
- Senhorita Jang Jin. - o corrigi cortando o que ele estava dizendo.
Ele sorriu.
- A Senhorita Jang Jin Alkmene está sendo chamada pelo conselho da Assembleia Unânime por algo que aconteceu ontem a noite e sua Loba está envolvida com isso. - ele falou em um tom preocupado.
- Então vamos! - olhei para o Sung Jin que confirmou com a cabeça. - Jyx! - a chamei, ela erguei a cabeça e me encarou. - O que você aprontou?
Ela desviou o olhar como se eu não tivesse falando com ela, ela se levantou e começamos a andar, olhei sobre o ombro direito e o Mestre Lee não estava me acompanhando, ele voltou a sentar e percebi que aquela luta seria só minha.
- Sang-Ho, você sabe o que aconteceu? - questionei para a única pessoa que poderia me responder agora.
Ele olhou para o Tio Dang-Gu que me olhou sobre o ombro, logo em seguida, Sang-Ho diminuiu os passos e ficou ao meu lado, Sung Jin me acompanhava a alguns passos atrás.
- A Senhorita está sendo acusada de tentativa de assassinato contra a Princesa Herdeira. - ele explicou.
- O quê? - tanto eu quanto Sung Jin falamos ao mesmo tempo.
Tio Dang-Gu parou abruptamente na minha frente me fazendo bater nele, assim como eu era criança.
"Uma vez, estava brincando em Songrim com os gêmeos que me trolaram, quando nos separamos eu me peguei atrás do Tio Dang-Gu, provavelmente eu tinha uns dois anos e meio de idade, brincando de segui-lo, a onde ele ia eu estava atrás, até que uma hora eu parei de prestar a atenção nele e quando dei por mim estava esbarrando nele e sentindo a minha bunda no chão, lembro-me de olhar para ele com um sorriso que mostrava os dentes, ele se agachou ficando o máximo na minha altura.
- O que você está fazendo aqui pequena? - ele me questionou.
Apenas sorri para ele. Ele me pegou no colo e me conduziu para algum lugar, para mim foi divertido, provavelmente para ele também."

Mais agora eu não era mais criança e não deixei meu corpo cair e ele não me pegaria no colo.
- Pela expressão de vocês dois acho que vocês nem estavam cientes? - ele parecia questionar a si mesmo.
Neguei com a cabeça, provavelmente Sung Jin também negou, já que o olhar do Tio Dang-Gu veio de mim para Sung Jin.
Ele olhou para mim, me encarou como da ultima vez antes de ir embora, um olhar de alegria e orgulho.
"Será que ele me via como a filha que ele e a Tia Cho Yeon nunca tiveram?" - questionei em meus pensamentos.
Ergui a cabeça e o encarei.
- Uma dica, não irrite o Rei nem a Princesa Herdeira! - foi a ultima coisa que ele falou antes de voltar a andar.
Tentei o máximo possível ficar atrás dele, não muito próximo ou muito perto, queria demonstrar que eu estava seguindo as regras que o Mestre Lee impôs para meus pais e familiares, apesar de já ter quebrado uma regra, ou não? Vai saber! Não respondi nenhuma das suas perguntou, ou falei com ele, apenas fiquei em silêncio.
- O Líder de Songrim parece aquele tipo de pessoa calma demais para um líder. - Sung Jin cochichou no meu ouvido.
- É porque ele é, só não é tão calmo quanto o Tio Yul. - comentei o mais baixo possível.
O encontro da Assembleia sempre foi no mesmo lugar, o estranho foi o horário em que a Reunião foi convocada, nunca tinha acontecido de dia, pelo menos não que eu saiba, sempre foi a noite. "Será que alguma vez, na época dos meus pais a Assembleia Unânime foi de dia? Se foi? Como será que terminou?" -, é muitas perguntas em minha mente e foi nessas perguntas que eu fui pensando até chegar no local. Não pensei em qual desculpa daria por uma coisa que eu não fiz, a realeza sempre teve vários inimigos pode ser qualquer um que tenha tentado matar a Princesa Herdeira.
O Tio Dang-Gu entrou na frente anunciando que eu havia chegado, a porta se abriu e eu entrei, com Jyx ao meu lado e Sung Jin um pouco mais afastado. O local estava um caos, não estava tão organizado quanto da noite anterior, as famílias estavam espalhadas, menos as famílias das Quatro Estações de Daeho, eles estavam quietos em seus cantos, como na noite anterior.
Assim que parei de frente para o Rei o silencio já estava mais que estabelecido, estava vagando sobre todos nos, Sung Jin, dessa vez, subiu no palanque junto a mim, ficou mais atrás de mim com a cabeça baixa e as mãos para frente do corpo.
- Mandou me chamar? - questionei.
- Sim! - foi a Princesa que respondeu.
Ela se levantou do acento ao lado do pai, seu vertido dourado, com os longos cabelos negros da altura da cintura, que era tão fina, caminhou até mim, ficando a centímetros, ela virou o corpo para o pai e negou algo com a cabeça.
- O desenho do grupo que está nos atacando está fazendo o enorme lobo como a sua, achamos que alguém seja o líder e está usando a sua loba para isso! - o Rei explicou me olhando.
Go Ahnsson, a Princesa Herdeira, estava parada mais para frente do mim, de lado para o Rei e de costas para os magos das outras famílias, de frente para as Quatro Estações. Ela me olhou de conto, ela é mais alta que eu, mais magra e mais bela, ela desviou o olhar para Sung Jin e o encarou, olhando de cima abaixo, sorriu e voltou a olhar para mim.
- Estava na cara que não era eu ou qualquer um que eu conheça, muito menos Jyx estaria envolvida com isso - comecei a argumentar. - Só porque tem o desenho de um enorme lobo não significa que seja a Jyx, muito menos eu. - por algum motivo estava ficando irritada.
- Eu falei que não era ela. - Ahnsson parecia dizer com indiferença. - A que me atacou não tinha cabelos brancos e os olhos eram puxados. - ela ironizou.
'Se controla!' - Sung Jin falou em minha mente.
Apertei a saia do meu vestido e foquei no olhar do Rei, ele olhou para a filha e depois para mim.
- Realmente, eu sou diferente e qualquer um notaria que não foi eu. - tentei ironizar.
- O problema é que a pessoa usava um pano azul por todo o rosto, deixando somente os olhos a amostra. - a voz do meu pai ecoou por todo o canto, fazendo até mesmo Ahnsson se endireitar e olhar para o pai.
- Mesmo assim, só os olhos me denunciariam. - olhei para meu pai com um sorriso convencido. - E já que o problema e a acusação foi resolvida, gostaria de saber se posso voltar para os meus afazeres? - questionei ao Rei.
Ahnsson negou com a cabeça parando na minha frente, próxima demais.
- Pode ter certeza que você vai ser menos que uma farpa no meu dedo. - ela falou na minha orelha de tão próxima que estava.
Ela se afastou, deu as costas para mim e começou a caminhar para a direção do seu acento.
- Tem razão! - baixei a cabeça com um sorriso no cantos dos lábios, minha voz sobrepôs a todos ali que cochichavam o que poderia ter a Princesa dito na minha orelha. - Eu não serei menor que uma farpa no seu dedo, serei a enorme pedra do seu sapato. - ergui a cabeça e a encarei.
Ela virou o corpo para mim com a expressão em fúria, caminhei até ela, fiquei o máximo possível próximo dela.
- Se eu fosse você, questionava seu pai de como ele se tornou o Rei, prima! - me afastei e sorri.
Ela me olhou surpresa e sem entender do que eu estava falando.
Dei as costas para ela e comecei a caminhar, parecia que o silêncio estava maior no momento em que eu falei aquilo para ela, a tensão estava no ar e o desespero em minhas mãos também.

Alquimia das Almas: Amor e Lado NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora