Capítulo 25 "Mais eu não sou você mãe!"

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Por algum motivo não queria sair da ala do hospital de Songrim, mais eu tive, por sorte não tinha ninguém por perto, Sung Jin me acompanhou até em casa onde estava tudo escuro.
Entrei em casa no silêncio absoluto, caminhei lentamente para o quarto, a porta do quarto da minha irmã se abriu e ela saiu de lá.
- Não se preocupe, a mamãe com o papai estão no castelo, quero me deitar com você. - ela falou.
A chamei com a cabeça, ela saiu do seu quarto e veio na minha direção.
Meu corpo inteiro estava moído, então eu dormiria rapidinho, ainda mais com Sohn começasse a falar comigo. Entramos no quarto e caminhamos para a cama que estava arrumada, troquei de roupa e deitei ao seu lado, ela me cobriu e me puxou para mais perto dela, segurando minha mão por baixo da coberta e ficou passando o polegar sobre minha pele, a outra mão que estava fora da coberta ficava batendo nas minhas costas.
- Eu fiquei preocupada! - começou a dizer, olhei em seus olhos e tinha lágrimas que ela segurava. - Quando vi que o fogo estava caindo sobre você, tentei ir na sua direção, mais Dan me segurou. - a última parte ela falou com carinho e um sentimento profundo.
Sorri para ela.
- Fico feliz que ele tenha feito aquilo! - comentei fechando os olhos. - O quê você acha dele? - questionei abrindo os olhos.
Ela piscou varia vezes como se tivesse pensando e talvez estivesse já que demorou para responder.
- Bem... - ela fez uma pausa, porém não parou de bater nas minhas costas com a mão leve. - Acho o nosso primo perfeito em beleza, ele é educado e... - mais uma pausa, suas bochechas ficaram vermelhas. - Ele me respeita! - olhou nos meus olhos.
Percebi que ela estava falando de outra coisa, sorri para ela e imaginei se ambos andaram se beijando longe dos nossos pais, porém minha irmãzinha tem mais atitude que Dan, mais com um empurrãozinho dela, talvez eles tenham se beijado.
- E... - ela deu uma pausa e sorri com vergonha. - Ele beija bem! - falou em tom baixo.
Arregalei os olhos e minha boca se abriu em surpresa.
- O quê? Eu só beijei, você é a casada! - ela falou mais baixo ainda.
- Minha irmãzinha beijou o nosso primo! - falei com empolgação.
Ela ficou mais vermelha ainda.
- E quem teve a primeira atitude? - questionei um pouco mais animada.
Ela não respondeu, parou de bater nas minhas costas e apontou para si mesma.
- Sabia! - quase gritei.
Ela enfiou a cara no travesseiro e levou um tempo para sair.
- Voltando ao seu poder, o que foi aquilo? - questionou voltando a me encarar.
Dei de ombros me sentando.
- Bem, de acordo com o Mestre Lee, eu sou portadora do poder do Pássaro de Fogo. - respondi dobrando as pernas em borboleta.
Ela se sentou e pegou as minhas mãos.
- E isso não é bom? - perguntou. - Quero dizer, você não pode se queimar e é poderosa, os outros Mestres terão medo de você assim como tem dos nossos pais. - ela falou.
Fiquei em silêncio passando os polegares na curva dos dedos dela.
- Bem... - fiz uma pausa. - Eu sempre quis ser temida assim como os nossos pais, porém tenho medo de não conseguir controlar esse enorme poder. - revelei.
Ela olhou para o lado e fez bico nós lábios.
- Deve ser por isso que nossos pais lhe enviou para o Mestre Lee? Faz sentido agora! - ela respondeu.
- Espera! - olhei para ela. - Nossos pais sabiam? - questionei.
Ela arregalou os olhos.
- Foi isso que eles foram fazer no castelo, se resolver com o rei e explicar para ele que você não é um risco. - explicou.
"Preciso que fique com ele, você tem um poder que eu e seu pai não podemos ajudar e em parte a culpa é minha!" - foram as palavras finais da última carta que ela me enviou antes que eu conhecesse Chamgseob.
Me levantei saindo debaixo da coberta.
- Preciso falar com a nossa mãe. - disse me virando e indo para a porta.
- O quê? - ela questionou sem entender.
Abri a porta e Jyx ficou de pé em segundo, sai do quarto e comecei a caminhar em direção à saída, abri a porta e vi meus pais vindo na direção da casa. Não coloquei o sapato, apenas avancei na direção dos dois.
- Vocês sabiam do meu poder e não me disseram! - quase gritei.
- Filha... - meu pai começou a falar, porém, minha mãe o cortou dando um passo a frente.
- Uk, entra! - ela ordenou.
Olhei para ela, seus olhos ficaram azuis assim como a do Sung Jin, ela ergueu a cabeça um pouco, por segundos não reconheci seu olhar, apenas um olhar desconhecido por mim.
Meu pai passou por ela e caminhou para dentro da casa, Jyx estava sentada ou meu lado quando percebeu que a conversa seria longa.
- Primeiro você abaixa esse tom de voz que eu sou sua mãe. - ela falou dando mais um passo na minha direção.
- Uma mãe que mente? - questionei.
Ela parou de andar e ficou a centímetros de mim.
- Uma mãe que mente para proteger suas filhas e pode ter certeza que tudo que fiz desde quando que descobri que estava grávida de você até esse exato minuto eu não me arrependo. - revelou erguendo mais um pouco a cabeça.
- Então, porque mentiu sobre saber o meu poder? - questionei cruzando os braços.
Ela soltou o ar pesado pelo nariz e fechou os olhos.
- Quando eu e seu pai descobrimos através do Mestre Lee qual era o seu poder, concordamos em lhe entregar para ele depois que você fizesse cinco anos, para que ele te ensinasse a controlar esse poder - ela se aproximou de mim. - Fiz isso para lhe proteger! - ela segurou meus ombros.
- Tudo bem mãe em querer me proteger, mas estou falando de quando voltei para cá, poderia ter me falado. - declarei quase aos gritos.
- Eu não podia! - ela falou em voz alto soltando meus ombros. - Tínhamos que deixar você descobrir sozinha.
- Está de brincadeira? - questionei.
Ela ficou sem entender.
- Minha vida... - fiz uma pausa. - Minha vida inteirei, eu achei que eu era como você e o papai e agora eu descubro da pior maneira que sou portadora do poder do Pássaro de Fogo que pode destruir o mundo inteiro e você me diz que não podia? - uma lágrima escorreu dos meus olhos, os olhos dela se encheram de lágrima. - Você é minha mamãe e não podia me dizer que eu tenho o maior poder que Daeho já viu? - outra lágrima escorreu por minhas bochechas. - Você não estava fazendo isso para nós manter segura, estava fazendo isso para não me chamarem de destruidora do mundo ou pior, ficar conhecido como a Cortadora de Cabeças como você era. - ela me olhou sem acreditar no que eu estava dizendo, dei um passo na sua direção e fiquei a olhando, somos da mesma altura, olhei em seus olhos na altura em que ela estava. - Eu sou sua filha, mas nunca serei igual a você. - deixei outras lágrimas caírem no meu rosto.
Passei por ela soltando o ar pela boca, ouvi ela virar para mim e logo depois ela soltar um soluço, desci as escadas e não olhei para trás para saber como ela estava, apenas segui em frente, caminhando para fora da mansão.
Virei para a rua vazia e vi os gêmeos andando na rua vindo na direção da casa, assim que me viram eles param de andar. Cai em lágrimas, não deixando nenhum ar nos meus pulmões, fechei os olhos e cai de joelhos.
Quando desabei naquele dia, não me importei quem estava lá, só me importei de deixar as lágrimas caírem e sentir os braços dos meninos em volta do meu corpo. Ambos do meu lado, sentindo a respiração dos dois na minha nuca.
- Está tudo bem! - Park Gang falou. - Estamos com você, não importa o que tenha acontecido, estamos com você. - ele beijou minha cabeça.
Soltei mais lágrimas e gritos, com uma falta de ar no peito que somente eu poderia ter sentido, uma dor no peito que apenas Chamgseob poderia sentir, mais ele não estava aqui e sim os gêmeos.
- Se você cair, nós caímos juntos. - Dan e Gang falaram ao mesmo tempo.
Segurei no braço do Gang o mais forte que eu podia, Dan se afastou de mim para passar a mão no meu cabelo loiro, olhei para ele, ele sorriu, um sorriso belo e reconfortando.
- Me desculpem! - pedi ainda chorando.
Gang se afastou de mim, mas não soltou minha mão, segurou meu rosto com a mão livre e secou minhas lágrimas.
- Te desculpar pelo quê? - questionou. - De estar chorando?
Neguei com a cabeça chorando mais ainda.
- Por ter colocado vocês nisso tudo. - falei olhando para os dois.
Ambos se entre olharam e depois olharam para mim.
- Vem. - ambos me ajudaram a levantar. - Vamos levar você lá para casa. - Dan me puxou para perto do seu corpo para esquentar o meu.
- Aí priminha, sempre fazendo a gente te ajudar! - Gang comentou.
Sorri meio sem graça.

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