Alquimia das Almas: Amor e Lado Negro

Capítulo 24 "O Poder do Pássaro de Fogo!"

Abri os olhos sentindo a dor de cabeça latejar.
Sentei na cama do hospital de Songrim, olhei para os lado e Sung Jin estava sentado com o corpo para frente e a cabeça apoiada sobre o braço, sua cabeça estava virada para o meu lado e sua mão livre segurava a minha.
Algumas lembranças da noite anterior me vieram a mente, o fogo, o olhar de medo do Sung Jin, minhas veias pareciam que iam saltar para fora do meu corpo, o fogo caindo por cima de mim. Olhei para Sung Jin, estiquei minha mão livre e passei a ponta dos dedos pelos fios negros do seu cabelo, como desejei que fosse os fios ruivos avermelhados, como desejei que fosse o corpo do Chamgseob.
Fechei os olhos e olhei para frente, Sung Jin mexeu a cabeça, olhou para as mãos dadas e depois para mim, se sentou direito e logo em seguida se levantou, virei para ficar de frente para ele, ele ficou de frente entre as minhas pernas e segurou minha cabeça com ambas as mãos, aproximou sua cabeça da minha e beijou minha cabeça, em seguida se afastou e me olhou nos olhos, os olhos ficaram azuis e logo em seguida laranja-claro.
- Você meu deu um baita susto! - revelou ele.
Olhei em seus olhos e vi alivio.
- O que fiz ontem? - questionei com algumas lembranças ainda vagando pela minha mente. - Eu machuquei alguém?
A lembrança do fogo invadindo meu corpo me fez fechar os olhos e colocar a mão no topo da minha cabeça. Primeiro veio meus braços se erguendo, depois uma força surgindo do meu peito e se espalhando pelo meu corpo e indo para as pontas dos dedos, depois o fogo a nossa volta se tornando em um tornado a nossa volta, por último, ergui meus braços e o fogo se tornou um redemoinho sobre a minha cabeça e caindo sobre mim.
Quando o fogo tocou a minha pele, eu não senti nada além da sensação quente na pele, parecia que minha pele iria derreter e eu ficaria em carne viva, mas depois, segundo depois, o fogo se tornou gelo na minha pele, era como uma água fria tocando meu corpo. O fogo entrou penetrou na minha pele, pareciam formigas tentando entrar no meu corpo, queimando as minhas veias, depois meu peito.
- Eu senti tudo isso! - Sung Jin disse me abraçando, apoiando sua cabeça no topo da minha, logo em seguida beijou o local e voltou a apoiar nele.
Ainda com os olhos fechados, a sensação do fogo se misturando com o meu sangue não se afastou mesmo agora, sentia o fogo deslizar dentro de mim, pulsando me meu coração, não era quente e nem frio, era natural.
- Se alguém entra aqui e vê vocês assim, acho que vai dar uma impressão errada. - Mestre Lee falou.
Abri os olhos, Sung Jin se afastou, olhei para o Mestre Lee que estava na porta com sua bengala, ele desceu as escadas e ficou no nossa frente, Sung Jin se sentou na cama ao meu lado.
- Vocês devem estar se perguntando o que aconteceu lá, assim como os conselheiros da Assembleia? - ele nos questionou.
Olhando para ele e lembrando de tudo o que fiz, confirmei com a cabeça. Jyx estava sentada em baixo da cama, ela olhava para Mestre Lee com as orelhas atentas.
- O que acontece é que, quando seus pais derrotaram o pássaro de fogo, Jin Seol-ran sugou o poder do pássaro para dentro dela, guardando para si esse enorme poder para que nenhuma outra pessoa fosse tentada a usá-lo - ele fez uma pausa e me olhou. - Porém, quando Jin Cho-Yeong ficou grávida de você, Seol-ran enviou para o bebê todo o poder do pássaro de fogo, transformando você, na portadora da pedra de gelo que ela tinha e portadora do pássaro de fogo. - ele olhou para Sung Jin. - Assim, acreditando que Jang Uk e Jin Bu-Yeon mataram o pássaro de fogo e ficou assim até quando você nasceu e colocou fogo no próprio berço e saiu intacta. - ele me olhou. - Eu reconheci seu poder assim que você nasceu, mais seus pais não poderiam lhe ensinar, não como eu poderia e eu ensinei, mais tinha coisas que eu não poderia ensinar e sim o Ceifador, coloquei vocês dois um na frente do outro mesmo sabendo que o destino faria isso por vocês e aqui estamos, falando sobre o enorme poder da Jang Jin Alkmene, que além de ser filha da Mutante Naksu, é filha da Estrela do Rei, Herdeira do Trono e Esposa do Deus da Morte, a Rainha dos Mortos.
Olhei para ele e me levantei.
- Se eu sou tudo isso, então eu serei tudo isso! - falei erguendo um pouco a cabeça.
- Se o que você está dizendo é o que ela é, isso significa que ela é muito poderosa. - Sung Jin se levantou e ficou ao meu lado. - Mais então, porque os olhos dela ficaram brancos, porque o cabelo dela ficou branco? - ele questionou.
Essa parte eu não me lembrava, me lembrava de sentir no poder.
- Porque causa de ser sua esposa. - explicou. - O poder do Pássaro de fogo a deixou poderosa, mais quando vocês se casaram ela se tornou Rainha dos Mortos, assim, quando o poder do pássaro e dos mortos se fundiu dentro do corpo dela, o cabelo e os olhos se tornaram um só dos dois, por isso que no início eu fiquei com receio de deixá-la ser quem ela é, mais percebi que prendá-la não faria com que ela ficasse menos forte. - Mestre Lee se virou e começou a andar na direção da saída.
Olhei para Sung Jin que parecia que estava pensando mais do que eu sobre tudo isso, o estranho é que parecia que eu já sabia de tudo isso, lá no fundo, eu sabia quem eu era, eu só me negava de ser essa pessoa.
- Quando o fogo caiu sobre mim, parecia que eu havia sido transportada para meu subconsciente - olhei para Sung Jin. - Eu estava em um lugar escuro com apenas uma pessoa lá, eu mesma. - Sung Jin não parecia entender. - Minha versão a qual eu tinha tanto medo de aceitar, minha versão que eu estou sendo agora a qual eu preciso ser nesse momento, nesse conflito que está tento, por incrível que pareça, eu a recebi de bom grado e não tive medo - coloquei minhas mãos sobre seu rosto. - Porque tinha outra pessoa lá - fiz uma pausa e me aproximei dele. - Você, mas não nessa versão, você como nos era antes, no antigo corpo, eu lembro de olhar para você e você me enviar forças com o olhar como está fazendo agora. - ele sorriu e eu também.
- Deve ser porque eu sou seu marido! - se elogiou.
Neguei.
- Não, é porque você está destinado a me manter viva! - confirmei.