Capítulo 10 "Aniversário!"

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Todos os meus aniversários foram solitários e delirante, por assim dizer.
Lembro que no meu primeiro aniversário assim que meus pais me entregaram para o Mestre Lee foi de esperança, na esperança dos meus pais com a minha irmã virem me ver, virem com o meu presente e dizer que vai ficar tudo bem, porém eles não foram, assim como nos anos seguintes, por anos disse a mim mesma que eles estavam ocupados, que eles estavam ajudando o Tio Won sendo Rei. Pensei na possibilidade deles terem morrido e o Mestre Lee não queria me dizer, falei para mim mesma que na verdade eles estavam bravos comigo e que aquilo era um castigo de longa data e sem previsão de termino e esses pensamentos com o passar dos anos foi me mostrando a verdade até a primeira carta da minha mãe chegar.
Ela contou a verdade naquela carta, no acordo que ela e meu pai fizeram com o Mestre Lee para me treinar, ela escreveu que aquilo foi necessário para mim, que eu tinha um poder que meu pai e ela não podiam me ensinar, somente o Mestre Lee, dai por diante eu aceitei que esse acordo, claro que no inicio foi difícil, porém o difícil mesmo foi aceitar que aquilo seria até os meus 18 anos sendo que na época eu tinha 7 anos.
Crescer sem os pais faz você pensar em muitas coisa, inclusive em como sobreviver sem eles, ser independente, vamos se dizer que eu fazia alguns serviços sem o Mestre Lee ou meus pais saberem, ganhei dinheiro com isso, fiz amigos inesperados em todos os lugares inesperados. Apesar de crescer sem meus pais posso dizer que foi uma aventura e tanto.
Assim que entrei na casa dos meus pais a onde passei cinco anos da minha infância me fez ter lembranças do passado, nos meus medos que hoje vejo como bobos.
Subi os degraus da entrada com Sung Jin atrás de mim, Mestre Lee havia ido mais cedo para falar com os meus pais sobre o meu treinamento. Olhei para os lados para procurar por meus pais e pela minha irmã, odiava usar vestido, porém naquela ocasião foi necessário, olhei para o lado direito, não era bem eles que eu queria ver naquele momento, porém era eles que estavam na minha frente, ambos com os braços cruzados, a mesma altura, apenas com os óculos diferenciando e o tom de roupa.
- Sabe o que é mais engraçado? - perguntou Park Dan para o irmão.
Dan era o mais velho, usava um hanbok verde claro, já Gang, usava óculos redondo que o deixava mais fofo que o normal e um hanbok amarelo.
- Não, por favor, me diga! - soltei o vestido e cruzei os braços com o rosto em uma expressão fechada.
- Que acha que só porque foi treinada pelo Mestre Lee é superior a todos nós. - Gang respondeu descruzando os braços e apontando o dedo indicador para mim.
Sorri e baixei o olhar, senti o olhar de Sung Jin me observar e se segurar para não voar nos meus primos.
- Mais eu sou superior a vocês! - respondi.
Gang e Dan soltaram uma risada e abriram os braços, peguei o vestido e corri na direção dos dois, assim que me aproximei o suficiente deles, soltei o vestido e os envolvi em meus braços, ambos ao mesmo tempo. Eles retribuíram me abraçando fortemente, Dan que estava do lado direito afundo seu rosto em meu ombro. Gang apoio seu queixo em meu ombro e apertei eles mais ainda.
- Como vocês estão? - perguntei me fastando, olhando nós olhos de cada um, primeiro na do Dan e depois a de Gang.
- Com saudades! - Gang revelou me analisando de cima abaixo.
- Prima, você já era uma beleza de perfeição, mais agora é uma obra prima! - Dan pegou minha mãe esquerda e me fez girar sobre meus pés.
Voltei a encara-los e sorri sentindo as minhas bochechas rosarem.
- Obrigada primo! - agradeci, olhei sobre o ombro, para Sung Jin e sorri. - Pode se divertir se quiser, eu estou em boas mãos.
Sung Jin curvou um pouco o corpo e saiu logo em seguida, voltei para gêmeos e ambos me deram os braços, entrelacei os meus nas deles e saímos andando, como fazíamos quando criança.
Os gêmeos sempre foram os mais próximos de mim, não por causa dos nossos pais, mais porque somos famílias.
A festa é num jardim externo e pequeno, num pequeno espaços da casa, assim que passei pela entrada percebi o quão iluminada estava aquela área. Pendura nas árvores, continha varias luzes de velas e algumas de vagalumes que eu acredito que sejam soltas logo após a festa, no centro, um circulo de madeira para que os músicos fiquem tocando ali, atrás estava o acento da Família Real, no canto direto estava a da Família anfitriã, no canto esquerdo da família real estava os acentos para os convidados, começando pela família da minha tia, logo em seguida a do Tio Yul, logo por ultimo o da avô Kim e sua família.
- Quando te vimos entrar na Assembleia Unânime a gente quase voou para os seus braços. - Gang falou olhando em volta.
Olhei para ele e sorri.
- E eu quase na de vocês! - revelei. - Porém, agora eu quero ver minha família. - comentei me soltando deles.
Ambos apontaram para a casa, olhei para ela e vi uma menina correndo em direção a ela, não uma menina qualquer era eu quando criança, sorri e caminhei atrás de mim mesma.
Antes de entrar tirei o sapado, segurei o vestido e subi para entrar, empurrei a porta para o lado, passei por ela e caminhei pelo enorme corredor gelado, mesmo minha mãe estando ali, algumas partes da casa sempre serão geladas.
Olhei cada canto, cada mesinha com suas flores dentro delas, olhei até que tipo elas eram antes de continuar.
Uma movimentação no canto dos meus olhos me fez virara para encarar, minha mãe estava parada, em choque, não como na Assembleia Unânime, talvez lá ela estivesse se segurando assim como eu estava, porém agora, com ela ali na minha frente, a passos de mim, eu não me segurei, corri na sua direção, ela continuou parada apenas abriu os braços e deixou que eu abraçasse seu corpo contra o meu, lágrimas encheram meus olhos, mais não deixei que nenhuma delas escorresse.
Ela me afastou segurando meus ombros, uma lágrima escorreu de seus olhos, ela limpou rapidamente e sorriu para mim.
- Minha pequena! Como você está enorme! - ela disse soltou meus ombros e segurando meu rosto.
Quando eu era pequena achava a minha mãe a mulher mais bonita de toda Daeho, quando fui crescendo eu percebi que aquilo nunca ia mudar, como agora, onde ela está na minha frente com seu hanbook rosa claro e perfeito, com o cabelo preso em uma rabo de cavalo baixo.
- Obrigada mãe! - falei aquela palavra depois de anos, anos sem pronuncia-las, apenas escrevendo para ela.
Outra lágrima escorreu e desse vez uma minha também deslizou por toda a minha bochecha.
- Assim que acabar a festa de aniversário da sua irmã, vamos nos quatro sentarmos e conversar sobre tudo o que aconteceu com você! - ela pediu.
Confirmei com a cabeça.
- Cho-Yeon, você... - a voz do meu pai ecoou pelo corredor, assim que minha mãe saiu da minha frente e ele colocou os olhos em mim ele parou de falar.
Olhou da minha mãe para mim e assim novamente. Corri na sua direção, o abracei, sentindo seu peito subir e descer, ele retribuiu o abraço e apoiou seu queixo na minha cabeça, agora algumas outras lágrimas escorrerem sobre as minhas bochechas, sai do abraço com ele segurando meus ombros.
Seu sorriso ainda era do jeito que eu me lembrava, ele secou minhas lágrimas, com uma das mão segurou meu rosto e puxou minha cabeça para perto dos seus lábios, beijando minha testa com um pouco de força.
Fechei os olhos e aproveitei aquele momento, aquele beijo de pai para filha, da última fez que ele fez isso foi para me entregar ao Mestre Lee. minha mãe foi com a gente naquele dia, lembro de estar no barco e sentada no colo do meu pai, com sua espada perfeita e bela, segurando meu corpo contra o dele o mais forte possível.
Assim que me colocou no chão para me explicar o que estava acontecendo, apenas segurou meu rosto, apertou minhas bochechas brancas como a neve e beijou minha testa como agora.
Abri os olhos e sorri para ele, ele retribuiu.
- Estou orgulhoso de você! - ele revelou.
Era o que eu mais queria ouvi quando mais nova, senti uma ponta de emoção percorrer por todo o meu corpo, sorri mais ainda. Agora, parecia que era uma coisa tão simples a se dizer.
"Estou orgulhoso de você Alkmene!" - A voz do Chamgseob ecoou na minha mente, continuei segurando o sorriso, o máximo que eu pude.
- Obrigada papai! - falei.
Me afastei e fiquei no meio dos dois.
- Agora eu quero ver minha irmã. - declarei olhando para minha mãe e logo depois para o meu pai.
- Está no quarto dela. - minha mãe apontou para trás do meu pai.
Sorri mais uma vez e caminhei para longe deles, soltei o ar assim que entrei no outro corredor, neguei com a cabeça e fui em direção do quarto da minha irmã, onde fica do lado do meu.
Abri a porta e ela ergueu o olhar, assim que me viu soltou seu espelho e se levantou já correndo na minha direção, abri os braços e senti seu corpo contra o meu. A apertei fortemente e senti ela soltar o ar, ela se soltou de mim e me apertou, verificando se era eu mesmo.
- Não acredito que você está aqui! - ela declarou olhando nos meus olhos. - Me belisca, isso é um sonho.
- Se for, por favor não me acorde! - falei a puxando para mim, apertando o máximo que eu podia.
- Tá, já entendi, não é um sonho! - falou me soltando dela.
Ela estava perfeita. Seu hanbook era todo rosa claro, sua saia era tão rosa claro que parecia branco, sua saia arrastava no chão, continha uma pequena peça presa na sua cintura, seu cabelo estava em uma transa com uma flor da mesma tonalidade do vestido.
- Vamos, eles estão esperando. - ela segurou minha mão e me puxou para fora do quarto.

Alquimia das Almas: Amor e Lado NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora