Reencarnation 2

XII

- A quantidade não foi esclarecida?

   Fora do centro da capital, Jack caminhava tranquilamente pelas ruas, seu uniforme preto e sua espada na cintura mostravam que era um guerreiro para as pessoas a sua volta e ele a parte dos olhares estava distraído encarando o painel do seu sistema enquanto conversava com Sora.

[O usuário deve conseguir o máximo possível, informarei quando atingir o objetivo.]

   O guerreiro se perguntava pra que Benjamin iria querer tudo aquilo, eram recursos para sobrevivência e pelo visto não era apenas para os dois.

"Ele está se preparando para uma guerra?" Pensava se aproximando de uma banca que estava vendendo espetinhos de carne, ainda não havia batido sua meta de proteína diária, sendo que aumentou a quantidade exigida.

- Como é bom ter dinheiro e poder gastar. - uma expressão muito aliviada toma conta do rosto quando pega algumas moedas de bronze e prata do bolso para pagar o alimento. - O sabor é ainda melhor quando não preciso me preocupar, tudo graças ao jovem mestre. - se lembra do dono de olhos azuis. - Então vamos correr atrás do que ele pediu, não importa pra que ele queira isso, devo apenas confiar e seguir suas ordens. - fala para si mesmo mordendo a carne suculenta de três espetos de uma vez.

   Num todo a tarefa estava fluindo facilmente, dinheiro não era um problema, mas o guerreiro fez questão de pexinxar o máximo possível em cada loja que entrava, conseguiu economizar uma fortuna do cartão Black do mago e estava orgulhoso pelo feito, ele mesmo se recompensou com mais alguns petiscos e bebidas durante sua caminhada.

- Ainda estou surpreso com o tamanho desse espaço de armazenamento. Tudo que comprei poderia lotar meu quarto facilmente.... - comenta para o nada.

[O armazenamento dado pelo mestre, tem a capacidade de dez quilômetros quadrados, não há por que se preocupar com espaço.]

- Mas que porrr... - o palavrão é cortado quando um aglomerado de guerreiros mágicos é visto um pouco mais a frente pelo moreno. - O que está acontecendo ali? - comenta enquanto se aproximava com cautela.

   Vários guerreiros mágicos de vestes azuis escuro estavam gargalhando da cena diante deles, tal cena faz o maxilar do moreno ficar rígido por sentir a raiva fluindo no seu corpo e ele nem se quer pensa antes de agir. Gael estava sendo segurado por três guerreiros, um em cada braço e outro no seu pescoço num mata leão, marcas de golpes salpicavam seu rosto que deixava claro ter sido atingido diversas vezes. Seu temperamento calmo e sério havia ido pelos ares, olhos arregalados e pedidos para que parassem o que estavam fazendo com seu irmão eram ouvidos por todos os lados, mas mesmo que algumas poucas pessoas ouvissem ninguém fazia nada já que se tratava de guerreiros mágicos. No centro da roda Caim segurava sua espada com fúria nos olhos, vários e vários cortes sangravam abundantemente pelo seu corpo, sua respiração ofegante mostrava que estava cansado mas nem por um momento abaixou sua cabeça ou espada. A sua frente um guerreiro de vestes brancas o encarava com esnobe, um sorriso presunçoso nos lábios vermelhos, os olhos verde musgo afiados e venenosos como uma serpente e em sua mão direita uma espada muito bem forjada com lindos detalhes que cobriam toda sua extensão.

- Vocês servos são apenas uma escória que não sabem ser fortes e ficam que nem cachorrinhos atrás de seus magos. - cospe no ar fazendo as pessoas a volta caírem na gargalhada.

- Mas isso não te dá o direito de fazer o que quiser com os mais fracos. Você me dá nojo. - Caim podia até ser um garoto brincalhão que só falava merda do dia inteiro, mas quando as coisas ficavam sérias ele sabia se impor. Seu adversário o encara com raiva devido a resposta afiada do garoto e investe mais uma vez em sua direção, a diferença entre os dois no quesito força e habilidade era gritante, ainda mais pelo guerreiro mágico ter uniforme branco só aquilo o difere ridiculamente dos outros. Caim tentava o seu melhor para evitar os golpes, ele é sim um guerreiro exemplar, estava naquele duelo a um bom tempo sem tomar um golpe fatal, porém, a perda de sangue começou a cobrar seus juros fazendo seu corpo o trair por um breve instante, claro, aquilo foi o suficiente para abrir uma enorme abertura.