10. Amanda

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O mês de agosto chegou, e o Antônio tinha uma luta marcada para o final do mês. Eu estava feliz dele estar conseguindo ficar no Brasil e sabia que no próximo ano a chance dele permanecer aqui era bem baixa, mas eu não queria pensar nisso no momento.

Os ingressos da luta já estavam esgotados, estávamos mais do que felizes com tudo que vinha acontecendo com a gente. Eu estava organizando minha agenda pra no próximo ano voltar os meus atendimentos, a medicina era a minha paixão e eu não queria viver apenas como digital influenciar, eu queria poder conciliar as duas agendas.

Eu havia conseguido mudar a vida dos meus pais e meu irmão, que hoje levavam uma vida tranquilos e sem dificuldades, podiam viajar, se divertir e viver como eu sempre desejei que vivessem.

Eu e o Antônio já estávamos no nosso quarto mês de namoro e mais sintonizados do que nunca. Hoje minhas amigas viriam de Curitiba pro Rio pra despedida de solteiro da uma grande amiga nossa, a Babi. Já de noite me arrumei pra sair e fiz minha pequena mala, já que passaríamos dois dias hospedadas em um iate nos divertindo. O Antônio não gostou muito inicialmente, ele cada vez mais demonstrava ciúmes e eu achava bem fofo a forma que ele cuidava de mim, mas nesse caso não dei brecha e achei desnecessário.

- Tchau lindo, nos vemos em dois dias, no casamento da Babi. - falei.

- Juízo, não vai beber muito e extrapolar. - ele falou.

- Eu vou apenas me divertir, como sempre faço. - falei.

- Espero que tudo dentro dos limites, por que ultimamente está extrapolando demais. - ele me alfinetou.

- Vem cá Antônio, eu não tenho culpa que você não goste de sair e se divertir com seus amigos, pois saiba que eu gosto e gosto muito e, não vou ficar medindo o que eu faço ou não em relação a isso. - falei.

- Bom, quem perde é você. - ele falou já saindo e batendo a porta.

Eu poderia ir atrás dele e arranjar uma briga daquelas, mas como não estava a fim, resolvi pegar minha pequena mala e partir pra minha pequena aventura.

Os dois dias se passaram e não trocamos uma única mensagem, uma única ligação, nada. Eu estranhei o silêncio, por que vindo do Antônio era muito mais do que estranho essa atitude, mas quando eu chegasse em casa mais tarde nos acertariamos como sempre fazíamos.

No final da tarde minhas amigas começaram a me olhar estranho e eu percebi que elas queriam me contar alguma coisa. Depois de muito insistir elas me mostraram uma notícia do Antônio numa casa de festa com vários dos amigos dele e várias modelos ao redor, em uma das fotos ele abraçava a ex dele pela cintura, em outra, ele beijava ela no canto dos lábios e, na última ele estava saindo de mãos dadas com ela da casa de show.

Eu não sabia o que fazer, ou o que falar. O mundo que eu acreditei que nós dois havíamos criado, acabara de cair aos meus pés e eu não sabia qual seria o próximo passo. Eu me sentia traída e humilhada. Todos os traumas e sentimentos antigos voltaram com tudo.

Já na hora de ir embora eu liguei pra um hotel e fiz uma reserva, eu apenas queria ficar sozinha, sem ninguém falando na minha cabeça o que fazer ou o que falar. Mandei um áudio pra minha mãe avisando que estava bem e que ela não precisava se preocupar comigo e desliguei o celular.

Eu precisava pensar no que fazer, qual próximo passo dar e saber se precisava ou não recalcular todos os meus planos e sonhos. Eu não estava me sentindo bem, a sensação era que um trem desgovernado passou atropelando tudo dentro do meu peito. Eu só me perguntava o por que? Será que eu não fui o suficiente? Será que ele realmente me amou de verdade?.

Eu resolvi tomar um remédio e dormir por que no rumo que meus pensamentos iam, eu só ia sofrer e me martirizar mais, depois de algumas horas eu acordei com uma sensação gostosa de alguém acariciando meu cabelo. Era ele.

Docshoe - AfterOnde histórias criam vida. Descubra agora