Ajeito meu terno. Respiro fundo e bato duas vezes na porta do quarto.
- Com licença. - Digo entrando e a fechando.
- Oi meu filho, como é bom te ver aqui.- Recebo um abraço bem apertado e caloroso da mamãe. Ela está tão abatida.
- Oi mamãe. - Ah aperto forte em meu peito, não querendo solta-la. Como é bom sentir um abraço da pessoa que mas amo.
Olho minha avó deitada dormindo cheia de fios e aparelhos. Nossa como ela está abatida. Solto todo ar que está em meus pulmões, tento me manter forte.
- Ela está tão abatidinha né meu amor? - Mal sai as palavras de sua boca e se desmancha em meus braços. Coitada ela chora em silencio.
Não é fácil ver minha avó assim, sempre foi uma mulher tão forte, cheia de vida.
- Mãe pode ir para casa, tomar um banho, descansar um pouco. Vou ficar com ela. Ela tenta me convencer a ficar, mas não dou alternativa.
Fico andando de um lado para o outro. Sento na poltrona ao lado. Meus olhos estão pesados de canseira da viajem e caio no sono.
Acordo assustado. Olho para minha avó que está me olhando sorrindo.
-Essa vida viu, olha só o que a vovó te fez!
Coloco meu dedo indicador em seus lábios. - Fez eu vim matar a saudade que estava de você. - Abraço-a me acomodado em seu colo.
- Oh meu filho, e eu pensando que nem iria te ver mais. - Ela acaricia minha cabeça. Ai que saudade do cafune da vovó.
***
A semana passou rápida e corrida. Era de casa para o hospital, do hospital para casa. O trabalho eu acabava levando pro hospital, enquanto ela dormia eu resolvia alguns processos.
Olhei para o relógio em meu pulso que marcavam três e quatorze da manhã. Apertei meus olhos forte. Cansei de ler. Olho para vovó que dorme tão suavemente. Saio do quarto e vou até a cantina pegar um café.
O hospital está em um silencio agradável, gosto disso, gosto de calma, tranquilidade.
Os corredores vazies, a uma ou duas enfermeiras por todas as alas.
Peço um cafe bem forte sem açúcar e me sento no balção. Bocejo, passo a mão pelo rosto.
- Aqui está você. - Me abraça por trás , mordendo minha bochecha. - Eu te procurei pela faculdade toda.
-Clara eu estava só pegando um café, eu mal dormi essa noite. -olho-a.
- Tá, tá. Por acaso onde está seu celular ? - Pego o do bolso. Nove ligações não atendidas.
-Desculpa, é que esta no silencioso.
-É eu percebi. - Faz uma careta e cruza os braços.
Fico em silêncio.
- Sabe o porquê estou aqui ?
Faço um sinal negativo.
- O senhor esqueceu seu Pen drive lá em casa, e como vai fazer a apresentação? - O pega do bolso e coloca em cima do balcão.
-Nossa amor, eu nem tinha me dado conta que tinha deixado lá. - Abro um sorriso. - Meu anjo da guarda. - Abraço-a forte. Ela tenta se esquivar, fingindo está brava. Ah encho de selinhos.
-Assim não vale. -Me beija, acariciando meus cabelos.
- Senhor...Senhor... - Olho para o balcão e a garçonete bate forte na bancada me tirando da lembrança.
- Desculpe. - Digo pegando o café sobre a bancada. Dou um gole deixando o café menos da metade. Respiro fundo e dou outro gole terminando. Deixo a xícara em cima da balcão com o dinheiro ao lado. Me despeço da garçonete com um aceno.
Ando pelos corredores que parecem mais com um caminho sem fim com essas inúmeras portas.
Avisto o doutor que esta cuidando da minha avó e vou ao encontro dele.
Começamos uma conversa sobre a saúde dela e de repente, somos surpreendidos por gritos. o Doutor me olha e sai correndo, sem pensar corro atrás dele. Sei que não sou nenhum médico, mais quem sabe eu posso ajudar.
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Era Você
RandomTúlio um homem bem sucedido, tem uma vida que muitos desejam, porém ele deixou algo no passado que não o permite saber o significado da paz. Luana uma universitária no ultimo ano do curso de medicina, não é rica, porém não lhe falta nada. Bem humora...