Capítulo 18

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- Não vai me examinar? - Túlio diz quebrando o gelo, ou melhor o albergue que esta entre agente.

- Claro. - Pego os papéis do chão. Coloco nos pés da cama. Vou até ele, minhas pernas não me respondem estão com dificuldade de se mover. Não acredito que ele tenha vindo ate aqui. É um louco. - Na onde dói? - Pergunto friamente.

- Aqui. - Ele mostra com a mão direita o ombro esquerdo.

Coloco minha mão sobre seu ombro. Olho atentamente, não fecho fratura nenhuma. Ele me olha sério. Escuto sua respiração forte. Olho de canto para ele que não tira os olhos de mim.

- Aparentemente não tem nada. - Digo-o examinando. - Não tem hospital no Brasil? - Eu sei que não deveria cutucar a onça com a vara curta, mas não resiste.

- Ter tem, só que minha medica virou as costas para mim, então vim aqui ver se a encontrava. - Diz ironicamente. Em momento nenhum solta se quer um sorriso, sei que ele é sério, mas hoje esta ate me surpreendo não conhecia esse lado dele.

- Vou pedir um raio X, Bateu o ombro em algum lugar? Algo do tipo? - Disfarço mexendo no ombro dele.

- Eu não bati, eu levei uma surra, não sei se pode ser isso. - Uma surra como assim? Quem bateu nele. Calma Luana, mantém seu profissionalismo. - Não é preciso Raio X, eu te mostro onde dói. - Ele pega minha mão coloca no meio do seu peito. - Dói exatamente aqui no meu coração. Seus olhos enchem de lágrimas mas não cai se quer uma. - A dor começou quando eu acordei e não encontrei a mulher que me amou na noite passada, mas não era uma dor tão forte, porque eu pensei que ela tinha ido fazer algo. sei lá tentei entender, só que dai eu encontrei uma carta e a dor aumentou e pegou todo meu peito. - Ele passa minha mão pelo seu peito todo. - Li cada letra, não acreditando no que estava lendo. Não era possível alguém se entregar numa noite e no outro dia simplesmente virar as costas, sem ao menos dizer um adeus. Seguro meu choro mais está difícil. Suas palavras são tão sinceras, ele não esta só dizendo com a boca, está dizendo com a alma.

-Então eu não pensei e fui atrás dela, não era possível tudo aquilo, uma noite daquela e só ter uma carta, eu merecia ouvir da boca dela um adeus digno. Sim eu fui até o aeroporto, com um frio na barrigada, um medo de ver que o voo já tinha saído, mas não tinha saído pra minha sorte, sorte na qual eu acreditava. Eu encontrei ela, no corredor do embarque, gritei, me bati tentando me soltar dos seguranças, só pra tentar entender o porque! E sabe o que ela fez ao me ver? Ela seguiu me deixando lá, sem se quer olhar pra trás, naquele exato momento minhas pernas perderam o chão. - Ele desce minha mão e para em sua coxa.- Eu fiquei sem força ao ver ela dar passos pra frente e se distanciar de mim, corri para aqueles imensos vidros e ver o seu avião decolar me desmourou por completo eu não tinha mais força nem pra gritar, não era só meu corpo por fora, era por dentro também. Ver o avião desaparecer com ela, a mulher da minha vida, não e algo para se levar assim tão fácil, mas eu sou teimoso e achei que deveria achar a cura para minha dor, então aqui estou. - Ele solta minha mão. Enxugo minhas lágrimas. Mordo meu lábio de tanto nervoso. Engulo seco. Parece que o gato comeu minha língua, não consigo falar uma palavra se quer.

Ele da um pulo da cama fica na minha frente. Seus olhos percorrem pelo meu rosto. - Eu não estava enganado, estou bem melhor. - Abaixo minha cabeça. - Se quer desiste, ou não me quer por perto me diga olhando em meus olhos. - Ele me entrega a carta que escrevi pra ele. - E sabia que mesmo assim eu não vou desistir. Ele alisa meu braço com a mão direita. Beija minha cabeça e sai abrindo a cortina.

É ele deixou seu recado. Encosto as costas na cama. Procuro ar. O que foi isso meu Deus. E agora? como vou fazer? Como lidar com ele aqui. Fecho meus olhos com força. Ai meu Deus me ajude.

Passo as duas ultimas horas no hospital em total nervo, não vendo a hora de chegar em casa e me trancar no quarto e ficar sozinha. A vida só pode esta de zoação comigo mesmo.

Saio do hospital vou para o metro ainda custando a acreditar no que aconteceu. Ando olhando para o chão em passos largos, como desejo de chegar ao meu quarto. Paro enfrente de casa o som no ultimo. A casa está lotada, tem gente se pegando, bebendo por cada canto. Entro como um furação, puxo Giovanna dos Braços de Maycon. Meu Deus quem falta mais vim pra cá.

- O que é isso? - Digo soltando fogo pela boca.

- Uma festa? - Diz irônica como sempre. Se solta de mim.

Balanço minha cabeça negativamente. - Sério? - Olho para sala e vejo o Túlio me olhando. Reviro os olhos e saio com tudo pro meu quarto. Tiro um casal se traçando na minha porta. Bato com tudo e me jogo na cama, fico deitada de barriga para baixo. Passo a mão pelo meu cabelo. Devo estar num pesadelo.

Giovanna entra como um furação misturado com um desunami bate a porta com tanta força que treme a cama. Viro rapidamente e fico sentada de frente a ela.

- Que porra é essa Luana? Qual é a sua? - Ela fica parada batendo o pé com os braços cruzados. Fico com cara de interrogação.

- Eu entendo, é sério eu entendo que ta foda pra você, que a vida não tem sido fácil pra você, olha te juro por Deus que entendo, mas porra atura menininha mimadinha não, chega. Eu só sua amiga e isso tem que acabar. Porra tem gente pior que você e não fica nesse mimimi do caralho. Eu to aqui, eu te esculto, ajudo, dou meu ombro, não to jogando na cara, mas agora quando eu faço uma festa pra comemorar a nossa chegada no pais, você faz essa puta cara do caralho de bravinha comigo?

- Não é você... - Ela não deixa eu tentar me explicar.

- Eu já sei, é o Túlio, nossa que vida fudida a sua, o cara vem de outro continente e você fica puta. Olha só pra te avisar nessa confusão que esta você, ele, Pedro e Clara só tem vitimas, desculpa a Clara é tão vitima quanto você O Túlio e o Pedro então nem se fala, agora fica aqui chorando, fazendo birra, não vai resolver porra nenhuma desse caralho, porque enquanto você ta fazendo doce, tem muitas lá fora querendo passar doce nele e muito mais. Então se você quer ser essa filha da puta do caralho ótimo. - Ela faz joia com as duas mão pra mim. - Mas chega, porque eu vou curtir minha festa, se quer ser egoísta, foda-se você. - Ela sai do meu quarto com a mesma fúria que entrou.

Deito na cama. Olho meu teto branquinho. É... hoje meu dia só foi de tapas na cara mesmo. Eu sei que os dois tem razão, eu sei disso.







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