Era Você

Capítulo 12

- Túlio onde está a Luana? - Pedro me pergunta com um tom preocupante. Não sei o que falo, se digo a verdade e estrago o dia mais feliz da vida dele. Se me calo, e deixo o destino arruma essa bagunça.

- Por favor eu queria pedir um pouquinho da atenção de vocês. - Luana diz segurando uma taça de champanhe e um microfone. Pedro me dá um abraço. E senta-se ao lado de Clara que parece desconfortável. Luana esta radiante. Ela me olha. Sorrio pra ela, ela se vira olhando para o Pedro. Uma lágrima escorre pelo seu rosto.

- Uh... estou um pouco nervosa. - Respira fundo. Pedro sorri, ele a olha com tanta felicidade que não tem como não se contagiar. Me apoio em uma pilastra. Pego uma taça de champanhe. Meus olhos só estão nela. Tudo em volta desaparece e minha atenção só é para ela.

- Lembro-me de pequena, sentada na cadeira de casa chorando por ter cortado meu dedo. - Seus lábios tristes, se transformam em um sorriso apagado. - Você estava de saída pra ir joga bola, me viu chorando largou a mochila e veio correndo. Olhou meu dedo, sorriu, disse que não estava saindo as tripas. Mais sabia o quanto estava doendo. Pegou remédio desenfeitou, fez o curativo e disse que tudo ia ficar bem, que não importava o tamanho do machucado ou qualquer outra coisa você sempre iria estar comigo. E anos se passaram, e olha só hoje, crescemos, e estou aqui feliz por ver sua felicidade. Clara cuida desse menino viu. Te amo demais maninho. - Ela levanta a taça. - Viva ao casal. -Todos assim fazem - Dá um gole na champanhe que parece não descer, parece esta entalada. Ela cumprimenta os noivos e sai em sentido ao jardim. Vou atrás dela.

- Luana. - Ela esta encostada em uma arvore. Procurando ar. Seus olhos que estão no céu escuro com penas estrelas o decorando, agora estão em mim. Ela não diz nada só me observa. Aproximo-me dela.

- Para. - Ela fica parada em minha frente. - Me responde só uma coisa. É ela?

Engulo seco, não sei qual sera a reação dela, se ira terminar o que estamos tendo. Se irá pedir para eu me afastar. Duvidas me tomam, mas sempre fomos sinceros, devo isso a ela. - Sim é ela. - Tento me aproximar , mas ela da um passo para trás.

- Tanta mulher no mundo, tanta ex, e a sua tem que ser logo a mulher do meu irmão. - Bufa. passa os dedos pelos cabelos o jogando para trás.

- Lua... - Ela me interrompe.

- É melhor você ir embora. - Fica de costas. Levo minha mão ate seu ombro mais não a toco.

Chego em casa. Chutando tudo. Jogo meu palito longe. Abro os botões da camisa. Vou ate o barzinho que tem na sala. Faço uma batida com vodca. Encosto minhas costas na parede. Bato minha cabeça de leve nela. Dou um gole na batida fecho meus olhos.

" - Você não vai embora agora está chovendo muito. - Digo segurando o braço dela. Mais Luana é teimosa demais.

- Eu preciso ir pra casa, você esta me acostumando mal, eu tenho casa, cama, o que esta pensando de mim. - Tenta se soltar.

- Penso nada, só penso que não quer pegar uma baita de uma gripe, e que prefire ficar quentinha aqui comigo. - A puxo pra mim. Ela sorri, seus olhos azuis que me matam, me comem de desejo. E a beijo não deixando ela dizer não para mim"

Abro meus olhos vejo meu palito no chão. Olho para porta onde dei o beijo nela. Escorrego ate me sentar no chão. Dou outro gole na batida.

Viro um pouco de lado. Olho meu taco de beisebol no suporte preso na parede.

"- Túlio, Túlio, vem você precisar correr. - Mal estacionei o carro na frente de casa. Juliano me chama desesperado. Saio sem pensar entro no carro dele. Ele me leva ate o hospital. Abro a porta do quarto. Seguro com tanta força, que sinto o suor escorrer pela minha mão. Vejo Clara desacordada toda machucada. Fecho meus olhos com força.

- Eu cheguei a tempo, ele estava batendo nela de taco. Ele descobriu que vocês estão juntos novamente. - Juliano era um primo que veio morar com Clara o padrasto e sua mãe. - Ela sofreu fraturas graves, mais ela esta bem graças a Deus.

Seguro o ombro de Juliano forte, em forma de agradecimento. Entro no quarto bem devagar. Sua mãe está sentada ao seu lado chorando. Ao perceber minha presença vem ao meu encontro.

- Faça isso parar Túlio, você é o único culpado, será que você não entende? Que isso só vai parar quando você sumir da vida dela. - Olho minha sogra. A vontade que eu tenho é de da um chega pra lá nela, pra ela perceber que a unica culpada aqui era ela, por ainda continua com um mostro que é o atual marido dela. Tento me acalmar.

- Eu só te peço, um minuto com ela. - Ela me olha seria, sem dizer se quer uma palavra ela, nos deixa sozinhos.

Clara esta com a boca toda machucada. Passos meus dedos de leve pelo seu braço, que esta todo roxo. Começo a chorar em silencio. Não é a primeira vez que o padrasto dela faz isso com ela. Ele não aceita nosso relacionamento de forma alguma. Mas dessa vez ele passou de todos os limites.

- Túlio, ela diz bem baixinho. - tenta abrir os olhos.

- Oi meu amor sou eu, estou aqui. - Seguro a mão dela com as minhas.

- Tive medo de você não vir. - Ela esta topada, mal consegue falar.

- Amor descansa, descansa. - Aliso sua teste.

- Fica comig.... - Ela pega no sono novamente.

Sussurro. - Eu sempre estarei com você meu amor. Eu te amo alem do que você possa imaginar. - Beijo sua testa, minhas lágrimas caem sobre seu rosto.

Saio do quarto correndo, corro sem olhar para lugar algum, esbarro em algumas pessoas mais continuando correndo. Paro no meio da rua. Coloco minhas mãos sobre meus joelhos procuro ar. Não corri só por quadradas, eu corri dela. Isso nunca mais ira acontecer novamente. É hoje que eu deixo, nunca mais esse cara ira tocar nela."

Escuto os cacos no chão. Meu copo caiu. Me trazendo a minha sala de lembranças. Levanto. Olhando ao redor da sala. Uma raiva consome meu corpo. Começo quebrar tudo. Jogo o suporte que esta o taco. Pego-o e começo a bater ele em tudo que vejo pela frente. Quanto mais bato, mais me sinto aliviado. Meu peito corroê por dentro. Cada batida que dou em alguma coisa, é como uma calma, um refugio para toda a fúria que estou sentindo.