Capítulo 14

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Vou ter que acampar na frente do apartamento dela, até eu encontrar-la, porque esta difícil. Bufo segurando o volante do carro. Olho novamente o andar de Luana. Sinto meu celular vibrar no bolso da calça. O pego. Minha roupa ainda está úmida.


Luana.

"Oi... vou passar no seu apartamento daqui a pouco precisamos conversar."


Leio a mensagem com um sorriso largo nos lábios. Dou partida no carro e vou direto pra casa. Sinto uma pontinha de esperança misturada com alegria, não será fácil essa conversa, porém faz tempo que não ah vejo, e estou morrendo de saudade.

Entro todo bagunçado pela minha portaria. Aceno para o porteiro.

- Senhor , o senhor tem uma...

- Já sei, tenho visita,obrigado. - Entro no elevador. Passo minhas mãos sobre a camisa toda amarotada e molhada. Chego em meu andar. Caço as chaves pelos bolso. Coloco a chave no miolo da porta. Dou um giro. Fecho meus olhos. Respiro fundo. Dou outro giro e entro. Fecho a porta devagar. Olha a sala, ela não esta aqui. Vou ate meu quarto. A porta esta toda arreganhada. Perco meus olhos pelo quarto. E avisto uma mulher olhando pela janela. Não é Luana. Ao perceber minha presença, se vira. Acendo a luz. E não acredito no que meus olhos vêem. Clara? Mais que diabo ela esta fazendo aqui. Fico calado. Ela vem em minha direção. Para na minha frente. Seus olhos estão cheios de lágrimas e vermelhos.Passa a mão em uma lágrima que escorre pelo seu rosto. Me olha com tanta fúria. Só sinto sua mão chocando em meu rosto. Deixando-o queimando, ardendo. Fico com o rosto virado de lado. Eu acho que merecia esse tapa.

- Parabéns Túlio, ou melhor senhor Túlio. - Ela anda pelo quarto olhando cada centímetro, cada detalhe. - Fico feliz que tenha alcançado tudo o que queria, e nem se quer ter se despedido ,ou pelo menos deixado um recado. Seu covarde. - Ela levanta a mão para me bater novamente, e seguro seu pulso.

- Quem disse que foi fácil? Quem te disse, que eu não estava lá? Eu fui no hospital. - Solto-a . Aliso a barba. - Sua mãe estava lá aos prantos. Me pedindo pra fazer isso parar.

- E você... - A interrompo.

- E ... eu não fiz por ela. Fiz por você, como você acha que me senti? Ver você ali toda machucada, inconsciente. Pelo amor de Deus sabíamos que ele não iria parar. E cada vez só estava piorando. Você me chamou, mais estava sedada, e eu estava lá do seu lado.

- Porque Túlio? Porque? Você nem se quer se despediu teve uma consideração pelo o que vivemos. - Suas lágrimas caem pelo seu rosto, mas seus olhos não se descruzam dos meus.

- Não tive consideração? Eu sabia que se eu me despedisse de você, ia ser como todas as outras vezes, eu não iria ir. Porque eu não iria conseguir. - Fico de costas pra ela. Apoio minha mão na parede. Que dor meu peito estava naquele momento.

- Agente sempre teve um o outro, como você acha que me senti? Quando eu soube que você tinha ido pra outro pais. Você não imagina o inferno que passei. As feridas curaram, mais aqui você deixou, só sangrava e dia após dia me matava aos poucos. Tive paz do meu padrasto, mais vive no inferno sem você. - Ela segura meu ombro. Fazendo eu me virar. Fico de frente com ela. - Ai Túlio, agora que realmente decide da uma chance pra mim mesma, decide viver e te esquecer. Você aparece no altar do meu casamento. Sendo meu cunhado. - Ela soluça entre as palavras.

- Eu não sabia, eu nem se quer imaginava isso. Você acha que eu não sofri? Eu morava em outro pais, mais o meu pensamento vivia aqui com você.

- Então porque não voltou? E me explicou o que tinha acontecido?

- Porque, ia acontecer tudo de novo.

- Sabe o que é pior? E te ver. E tudo aquilo que eu lutei durante anos pra esquecer, foi em vão ao te ver. - Sua mão que me bateu agora me acaricia. Fecho meus olhos sentindo seu toque. Era tão bom sentir ela novamente. Todos esses anos fiquei na lembrança e agora estou sentindo ela novamente.

- Túlio. - Abro meus olhos. Nossos olhares se cruzam. Ela segura as laterais do meu rosto. Se aproxima. Sinto seus lábios bem de leve tocando o meu. Ela me beija lentamente. Retribuo o beijo. Mais não sinto nada. Me afasto. Seguro a lateral dos seus braços.

- Eu não posso fazer isso. - Luana vem em minha mente. - Não posso Clara. Vivemos uma historia linda, eu fui apaixonado por você, sim eu fui. Mais hoje tudo mudou, somos diferentes.

- Não Túlio, eu estou aqui, você também. - Ela encosta a testa na minha. Alisa meu rosto.

- Não faz assim. - Tiro suas mãos do meu rosto. - Eu fui apaixonado por você sim e muito, mais tudo mudo. Era você Clara. Era você...

- Mais agora é a Luana né? - Ela diz com certa raiva entre as palavras. Pega a bolsa que está na minha cama.

- Sim... Eu ... - tento falar mais ela está com tanta raiva. E grita me interrompendo.

- Não termina. Já vi, ouvi e sofri o bastante, pelo menos guarde isso pra você. - Ela abre a porta do quarto e damos de cara com Luana.

- Luana? - Falo surpreso.

Clara olha para Luana não fala uma palavra, e vai em direção a porta. Olho para ela surpreso, será que ela está ai a quanto tempo? Ela se vira e vai em direção a porta também.

- Luana? Não calma, vamos conversar. - Seguro seu braço.

- Já ouvi o bastante. - Ela se solta, e sai para o corredor, vê a Clara entrando no elevador. E vai pelas escadas. Fico parando olho o elevador fechar com a Clara chorando. Vejo a Luana descer a escadas apressada. Saio correndo deixando a porta do apartamento aberta.

- Luana espera. - Ela desça apressadamente. - Dou um pulo sei lá como. E paro na frente dela não deixando ela descer. - Precisamos conversar e vamos conversar. Não vou te deixar ir. - Pego ela no colo.

- Me Solta Túlio, me solta. - Diz se batendo e me batendo.

- Não, não vou soltar. - Entro em casa. - Fecho a porta com o pé. Coloco ela no chão. - Vamos conversar e deixa tudo acertado. - Cruzo meus braços e paro de costas para porta.







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