Capítulo 6

305 40 8
                                    

Ando pelos corredores do hospital e não vejo ninguém, algumas luzes estão desligadas. Passo as mãos em meus braços tentando me aquecer. Esculto um barulho vindo de uns dos quartos. Saio correndo para ver o que está acontecendo. Afinal onde está todo mundo ?

Abro a porta e vejo o Túlio de costas para mim e uma arma preta brilhante apontada pra ele, não consigo ver quem a segura.

Túlio vira só a cabeça - Corre, vai ficar tudo bem. - Seus lábios dizem essas palavras, mais seus olhos clamam por socorro.

A arma se vira pra mim. Fico em estado de choque. Túlio me olha apavorado, e olha para a arma. Esculto um disparo. Ele corre em minha direção. Fecho meus olhos em um segundo. Abro e vejo sangue em meus pés e o Túlio caído na minha frente.Um nó se forma em meu peito Me falta ar.

-Túlio, Túlio ... - o Abraço forte. Minhas mãos estão cheia de sangue, seu peito esta encharcado.

- Vai ficar tudo be... - Ele adormece em meus braços.

- TÚUUUUULIIIIIOOOOOOOOOO - Grito com toda força que tenho em meus pulmões. As lágrimas caiem do meu rosto sem parar. O abraço forte, tão forte não querendo solta-lo.

-Ei ... - Uma voz feminina me chama. Levanto para olha-lá. Só vejo duas mãos com luvas de corou preta e a arma brilhante. Ela dispara. Sinto a bala entrando em meu peito, sinto uma dor tão grande que mal posso respirar. Cai no chão com tanta força, que minha cabeça quando se choca com o chão minha visão escurece.

- Ai, minha cabeça. - Olho ao meu redor. estou no meu quarto. olha para minha cama ao lado . Coloco as mãos sobre minha testa. Meu Deus, graças a Deus não passou de um pesadelo. Deito no chão olhando para meu teto branquinho. Procuro ar, ainda estou assustada foi tão real. Preciso procurar ajuda sobre isso.Devo estar com trauma, por causa daquele pai doido.

Levanto minha mão apalpando minha cama, até sentir meu celular pego-o. Ai que ótimo! São cinco e meia ainda. Até parece que eu vou conseguir dormir de novo.

Vou até a cozinha. Abro a geladeira. Pego a garrafinha de água. Abro-a e dou um gole. Respiro fundo. Passo meus dedos pelos fios de meus cabelos. Eu não sei porque, mas tem algo que não está certo. Eu nunca me senti assim, tem algo diferente. Coloco a garrafinha em cima da pia. Túlio é mais do que um homem que salvou minha vida. Seguro com as duas mãos a borda da pia me curvando. Eu nunca me senti assim. É uma situação que era pra ser tudo de ruim, mas na verdade ela se torna tudo de bom, pois foi nessa turbulência que eu o conheci. E não consigo ter um sentimento triste só de felicidade. Respiro fundo. Devo ter batido a cabeça muito forte mesmo. Balanço a cabeça, tentando dispensar os pensamentos. Como minha mãe sempre dizia "Cabeça vazia, moradia do Diabo"

Vou te ocupar viu sua sem controle, antes que me controle ainda mais. Faço uma faxina no Apê todo, só não tiro os pisos e os azulejo porque o pedreiro o assento bem. Termino a faxina e não me sinto cansada nem um pouco. Vou para o quarto, coloco uma calça legue preta e uma regata roxa. Sento na cama calço meus tênis brancos. Paro na frente do espelho, faço um rabo de cavalo. Preciso me cansar, me ocupar.

Coloco meus fones e desço. Saio do prédio dando um tchauzinho pro porteiro. Seleciono a música (Tiesto - secrets). Corro pela ciclovia mais ou menos uns quinze minutos, minhas pernas começam a doer na coxa, parece que está tudo repuxando. Parabéns, quem mandou correr e não se alonga antes. Paro. Me agacho apoiando nas coxas. Puxo o ar pelo nariz e solto pela boca.

Sinto dois toques de leve em meus ombros. Tiro meus fones. Viro-me.

- Correndo muito ? - Túlio diz com um sorriso entre aberto. Segurando um copo com aquelas tampinhas, sei lá o que é. Esta Vestindo um terno cinza zumbo com uma blusa lilas e uma gravata listrada lilas com cinza.

Era VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora