Capítulo 20

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Flávia foi a unica que ficou sóbria a noite passada. Contou tudo o que aconteceu e o que não aconteceu. Passei a noite toda chiando pela Luana, me lamentando. Ela tirou minha roupa depois que virei a garrafa toda no meu corpo. Vai entender o porque eu fiz isso. Prefiro deletar essa noite que mal lembro. Graças a Deus não fiz nada para me arrepender.

Escuto um toque de mensagem no celular. Desbloqueio. E o nome Luana aparece no visor. Meu lábio se forma um sorriso bobo. Abro a mensagem.

Luana: Infantil, imbecil.

Meu sorriso desmanchou ao ler a mensagem. Franjo minha testa. Mais porque ela me mandou isso. Pego a chave do quarto em cima da comoda. Saio. Passo em uma floricultura compro um boque de lírios roxo, os preferidos dela.

Vou ate o hospital onde ela trabalha. Converso com recepcionista para chama-lá. Ela manda eu esperar na sala de espera. Na sala tem algumas pessoas sentadas, outras em pé. Fico ao lado da porta. Olho o boque de flores. Porque será que ela me chamou daquele jeito.

- Túlio. - Luana me chama, com uma cara que tenho ate medo. Sigo ela que vai ate um corredor vazio. Ela olha para os lados. - O que quer aqui? Tem a cara de pau, de vir até aqui. - Ela diz em voz baixa e coloca as mãos no bolso do jaleco.

- Eu trouxe pra você. - Dou-lhe o boque. Ela pega e joga na minha cara.

- Você é um idiota mesmo. - Suas palavras saem com tanta raiva. Fico sem entender. - Desaparece da minha vida. Volta pro Brasil e me deixa em paz. Ela sai andando. Seguro ela pelo braço.

- Porque está me tratando assim, posso saber pelo menos o que eu fiz. - Ela tenta se soltar. Olho fixamente pra ela. Ela pega o celular do bolso. Começa a mexer nele.

- A próxima vez que for fazer sua festinha erótica, não precisa me mandar as fotos. - Ela esfrega o celular na minha cara. Pego-o. Vejo minha foto com as meninas sem roupa. Vou passando e são várias. Elas beijando meu rosto. Eu abraçando elas. Devolvo o celular pra ela. - Desaparece da minha vida, seu canalha.

Fico parado. Luana entra em uma sala e fico um tempo ali. Vejo as flores no chão. Aliso minha testa. Não acredito que enviei essas fotos. Essa noite foi um erro enorme. Já esta tão fácil aproximar dela, agora com essa só vai ficar pior.

Volto pro hotel. Jogo as chaves na cama. Abro a cortina branca que está sobre minha janela. A noite está agradável. O som dos carros e a vista da cidade me fazem companhia.

Comecei tudo errado mesmo. Vim pra me aproximar dela, e o que faço é afasta-la mais de mim. Preciso mudar as coisas, não dá mais pra fica em um quarto de hotel, brincando de pega-pega.

Pego meu notebook. Sento-me no chão. Abro meus e-mails. Eu e meu pai falávamos frequentemente por e mail, ele mandava alguns processos, mas só pra encher linguiça mesmo, porque longe eu não posso resolver nada.

Abro minha caixa de entrada. Clico em seu nome. Abre uma janela em branco. E começo a escrever.

Olá pai...

As coisas estão caminhando, infelizmente não pra frente, mas pro lado oposto. Chegou a hora de fazer isso se inverter.

Não dá mas pra brincar de intercambio ou de morar em outro pais.

Não vim pra ficar de braços cruzados pai, e é o que ando fazendo ultimamente. Perdi meu foco e meu objetivo.Sinto que estou perdendo ela., por isso devo ser rápido. E já tomei uma decisão.

Obrigado pelos processos que me envia pelo apoio financeiro, mas não vai ser mas preciso. Estou deixando minha carreira por enquanto, vou procurar uma forma de viver por aqui mesmo, não se preocupe comigo pai. Eu sei me virar.

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