Back To Vegas

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Antonio Carlos Jr.

Las Vegas - Nevada – 08:34min

Eu já havia esquecido como Las Vegas  podia ser quente. Acostumado com o frio da Europa, aquele clima para mim agora era estranho, pensei tirando o terno que usava naquela manhã. Caminhei entre as pessoas que andavam de um lado para o outro, grudadas aos seus aparelhos celulares ou em conversas entretidas.

Ajeitei meus cabelos, colocando meu Ray-ban aviador no rosto, enquanto me dirigia até a saída do aeroporto de Las Vegas. Do lado de fora, vi a Mercedes preta à minha espera.

- Bom Dia, Sr. Figueiredo! – O motorista falou de forma educada.

- Bom Dia, Gabriel. – Falei entrando no carro.

Entrei no carro que estava com uma ótima temperatura graças ao ar-condicionado milagroso.

- Por Deus! Quando Las Vegas foi tão quente? – Resmunguei largando meus pertences sobre o banco.

- Sempre senhor, o clima aqui sempre foi quente – ouvi Gabriel dizer em meio a um riso baixo. – Desculpe perguntar, mas como está seu pai?

- Tem razão, eu que já estou esquecido daqui – falei calmamente enquanto me acomodava no banco do carro. – Ele esta bem, esta em L.A. com a minha família.

- Isso é ótimo, gosto muito do Sr. Figueiredo! Para onde devo levá-lo? – Ele perguntou olhando pelo pequeno espelho.

- Ao meu novo apartamento, Gabriel, siga caminho por essa rua, que eu lhe darei as coordenadas.

O homem assentiu, saindo daquele lugar.

Olhando pela janela do carro as ruas de Las Vegas, eu podia recordar dos meus tempos vividos ali, e que belos tempos eu diria. Conhecia aquela cidade como a palma de minha mão.

Afinal eu nunca fui apenas esse Antonio que só pensa em trabalho. Eu já tinha aproveitado um pouco da vida. Um pouco não, muito.

Meus pensamentos vagaram por lembranças de todas as coisas que aprontei, mas aquilo agora havia ficado no passado.

O Antonio imaturo e irresponsável não jazia mais aqui.

- Vire à esquerda no próximo quarteirão – Falei para o homem que obedecia minhas coordenadas perfeitamente bem.

Finalmente chegamos ao prédio onde agora eu iria morar. Gabriel rapidamente saiu do carro caminhando em passos largos até a minha porta, onde em um gesto a abriu.

- Obrigado – eu falei com um sorriso.

Gabriel era meu motorista desde quando o seu pai se aposentou. O pai dele era meu motorista desde quando era mais nova e morava com meus pais e ele seguiu os passos do pai, sempre estava disposto a trabalhar, não importa quando fosse.

Caminhei para dentro do saguão do prédio, onde rapidamente os funcionários se colocaram em seus devidos lugares. Era cômico como eles se portavam em minha presença, as pessoas geralmente se acuavam comigo. Talvez seja o jeito rude e arrogante que eles imaginavam que eu teria, e eu não fazia questão de desmanchar essa imagem.

Hoje para ser respeitado, as pessoas tinham que temer sua presença.

- Bom Dia, Sr. Antonio, nosso funcionário vai colocar suas malas no seu apartamento, é o 308, o único da cobertura.

Eu nada falei, apenas assenti em um breve aceno e segui para o elevador.

Chegando ao meu apartamento, o rapaz ruivo entrou logo atrás de mim empilhando todas as malas perfeitamente bem em meu quarto.

The Night Dancer - DocshoeOnde histórias criam vida. Descubra agora