A New Chance

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Domitila Barros

Sabe a sensação de estar totalmente realizada? Feliz? Era exatamente dessa maneira que eu estava me sentindo aquela tarde. Apesar do cansaço excessivo, eu me encontrava em um estado radiante de pura realização. Os planos do dia anterior não poderiam ter dado mais certo. Antonio e Amanda haviam dado um fim no que eles chamavam de relacionamento. E eu? Bom, eu continuaria com Alice, a minha máquina de dinheiro dentro da Imperium.

Confesso que de início, eu havia me sentido mal por enganá-la, afinal a garota esteve comigo durante anos me ajudando a alavancar meus negócios. Mas aquele não era o momento certo para sentimentos e nem compaixão, e sim para estratégias em um jogo que eu facilmente poderia perder se não fosse tão astuta.

Depois do ocorrido na noite anterior eu achei que deveria comemorar, para minha infelicidade Ivna não pode me acompanhar, afinal teria que se fazer de boa moça para Figueiredo. Deus, aquele homem me dava ânsia. Seu ar prepotente e puramente arrogante me fazia ter repulsa apenas ao lembrar de sua existência. Então, resolvi encontrar um velho amigo no qual me deu uma maravilhosa noite de prazer, me fazendo relaxar e saborear o gosto da vitória.

Já era tarde e eu estava a caminho da boate para revisar o balanço daquele mês, provavelmente Ivna aparecia ali para comemoramos juntas o dia anterior. Eu não havia falado com ela desde o momento que a mesma saiu com Antonio. Com tanta turbulência acabei deixando o aparelho celular para trás, ficando totalmente incomunicável. O que eu não achava totalmente ruim, precisava de um tempo para mim.

Desliguei o som do carro que tocava uma música animada assim que entrei no estacionamento da Imperium. Àquela hora só havia algumas dançarinas ensaiando e alguns funcionários da limpeza. Sai do veículo, apertando no pequeno botão do alarme para em seguida caminhar em direção a entrada de minha boate. Acenei para o segurança que sorriu simpático, e adentrei o estabelecimento. Logo na entrada percebi uma movimentação mais forte, mas nada muito grande. Caminhei em passos lentos até a escadaria em direção a minha sala.

- Domitila? – Ouvi Paula gritar do fundo.

Eu nem sequer dei atenção, não estava com a menor paciência para falar com a garota.

- Espere! Preciso falar com você! – Gritou de forma desastrada de onde estava. – Não entre aí!

Acelerei os passos e abri a porta de minha sala rapidamente, fechando no mesmo instante em que entrei para evitar a conversa desnecessária com a dançarina.

- Garota chata! – Bufei irritada contra a porta.

- Não deveria tratar sua aliada assim, Domitila. - Ouvi a voz de Alice preencher todo o ambiente.

Virei rapidamente com o susto de ter a mulher ali, quando a vi sentada em minha cadeira, com um sorriso cínico e um ar puramente arrogante.

- O que está fazendo aqui?

Ela franziu o cenho e me fitou com uma expressão que dizia "Não é óbvio?".

- Como assim o que estou fazendo aqui? A Imperium é minha segunda casa, não?

Alice falou levantando da cadeira lentamente, dando pequenos passos para a bancada de bebidas em minha sala. Eu não sabia o que estava acontecendo, a mulher tinha uma áurea misteriosa, quase indefinida. Ela nada falou, apenas despejou uma pequena quantidade de uísque em um dos copos, colocando três pedrinhas de gelo. Balançou o líquido no sentido anti-horário, para em seguida molhar os lábios.

- Claro que é sua casa, só estou surpresa de estar aqui.

A loira sorriu de canto, meneando com a cabeça negativamente. Ela voltou a caminhar até a mesa onde se escorou.

The Night Dancer - DocshoeOnde histórias criam vida. Descubra agora