Antonio Figueiredo Jr.
Ouvi o barulho estridente do despertador ao lado de minha cama. Em pleno domingo eu teria que trabalhar? Sim. Há uma hora, Amanda estaria me esperando no Le Café. Espreguicei-me lembrando da noite passada, me provocando um largo sorriso, as imagens de Alice se fizeram nítidas em meus pensamentos. Como ela poderia conseguir tanto de mim? Lembro exatamente da sensação prazerosa que foi lhe tocar... Por Deus. Eu poderia ficar excitado só de imaginá-la sendo possuída por mim. Seu ar superior confrontava com o meu, e aquilo me fazia a querer tanto.
"Pare de pensar nela, Antonio" falei para mim mesmo enquanto levantava da cama rumo ao banheiro.
Minutos depois, eu já estava totalmente pronto. Usava uma simples camisa cinza, uma bermuda jeans branca e meu Rayban.
Não demorei muito para estacionar a quatro quadras de meu apartamento, onde ficava o Le Café. Era uma das cafeterias que eu já frequentava há anos em Las Vegas. Tinha um ar único, como os de Paris. O prédio era de arquitetura antiga, mas muito bem conservada. Em sua frente possuía inúmeras mesas cobertas para os clientes que gostavam de ar livre. Entrei no estabelecimento aconchegante, que hoje já não está lotado, graças a Deus. O lugar possuía um clima bom, os móveis eram amadeirados com grandes luminárias e um enorme balcão. Nas paredes, havia diversos quadros com fotos de Paris, mapas, armários com livros. Era um verdadeiro pedacinho de Paris em Las Vegas.
- Antonio, filho!
Um jovem de estatura baixa falou se aproximando de mim.
- Bom dia, Luiz. – falei simpático.
- Tão cedo aqui...à que devo a honra?
- Preciso de um tranquilo lugar para trabalhar, e essa foi minha primeira opção.
O homem com seu inconfundível sotaque francês falou:
- Perfeito, está esperando alguém? Tenho a última mesa, lá é bem reservado e garanto que ninguém irá lhe perturbar.
- Sim, isso seria maravilhoso. Estou esperando minha secretária.
- Acho que ela já chegou. Uma moça muito bonita entrou aqui hoje, e tenho certeza de nunca tê-la visto aqui antes.
- Onde ela está?
- Na varanda, querido. Sabe que temos uma ótima visão do parque lá na frente – o homem falou bem humorado.
- Com toda certeza, Luiz, mande alguém nos atender, certo?
- Eu mesmo lhe atenderei, menino Antonio.
Sorri para ele que me levou até a mesa onde Amanda poderia estar, e ele não havia errado, era ela. A loira estava concentrada lendo um livro em suas mãos, assim que me viu, levantou rapidamente de sua cadeira com um belo sorriso.
- Bom dia, Sr. Figueiredo.
Hoje ela estava diferente dos outros dias. Amanda usava calça jeans clara, que marcava totalmente as linhas de suas belas pernas. Uma camiseta de seda branca e um blazer azul marinho por cima. Seus cabelos estavam soltos e com menos ondas, moldando seu rosto, coberto por um óculos simples. Ela estava linda, como sempre.
- Bom dia, Srta. Meirelles.
- Deixe-me levá-los à mesa mais reservada. – Luiz falou nos conduzindo ao final do café, onde havia uma solitária mesa perto da enorme janela vidrada.
- O que vão querer?
- O de sempre, Luiz – falei me sentando a mesa.
- Acho que vou precisar do cardápio. – Amanda falou sorrindo.
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The Night Dancer - Docshoe
RomanceAdaptação da história "The Stripper" da autora @SheWantsCamila Você já imaginou ter duas vidas? Ser duas pessoas ao mesmo tempo? Aposto que sim. Mas entre pensar e viver havia uma distância muito grande, acredite nisso. Imagine... Amanda, mulher doc...