The Night Dancer - Docshoe

A Sweet Illusion

Amanda Meirelles

"O que faz aqui?"

Aquilo só podia ser loucura, fechei os olhos algumas vezes para tentar ver outra pessoa. Mas era ele. Antonio estava parado em frente a minha porta, com os braços encostados na soleira, usava uma roupa diferente da de hoje mais cedo, agora era uma camisa preta e uma calça jeans da mesma cor. Seus cabelos estavam desgrenhados, e extremamente sexy. Eu o fitei por longos minutos, ele não parecia estar normal, talvez tivesse bebido, só isso explicava.

- Sr. O que faz em minha casa? – perguntei.

- O que eu faço? Vim atrás de explicações Amanda, ou melhor, Alice.

No instante em que ouvi aquele nome sair de sua boca, eu senti todo o sangue do meu corpo parar, para logo correr sobre minhas veias, bombeando meu coração tão rápido, que podia ouvir suas batidas em meus ouvidos. Eu sentia meu corpo suar, a voz sumir, ele havia descoberto, a única dúvida era: como?

- Como a Sr..

- Não importa como eu descobri – ele foi rápido, e firme – Achou que iria me enganar?

Antonio tinha um brilho diferente nos olhos, estavam escuros, e ferozes. Ele em passos lentos se aproximou, me acuando entre a parede. Dei alguns passos para trás, até sentir minha costa bater contra o concreto.

- Eu não tive a intenção... Antonio

- Foi bom? Brincar comigo desse jeito?

Eu não sei o que sentia naquele instante, Antonio estava em minha frente com um sorriso diabólico, entrando em jogo no qual eu não conhecia. O que ele queria de mim?

- Não quis, apenas... Aconteceu..- falei dando alguns passos para dentro do apartamento.

- Aconteceu... - ele repetiu.

Fiquei calada, enquanto o mesmo me fitava.

- Você não devia ter feito isso Meirelles, não devia. – ele falou.

Eu sentia que meu coração queria rasgar meu peito, de tão forte que batia. Nesse exato momento eu estava encostada na soleira da porta, com o homem cujo olhar era destruidor me fitava, ele tinha uma mistura de raiva, ódio, desejo, e tesão. Era possível em plena tensão eu me sentir atraída por ele?

- Eu sinto muito... – sussurrei.

- Não sinta, não se arrependa feito uma covarde. – sua voz era cortante. – Eu vou lhe ensinar a não mentir para mim.

Antonio levou as mãos até meus cabelos calmamente, colocando as finas mexas para trás, deixando meus ombros livres. O mesmo acariciou a pele desnuda, subindo pela extensão de meu pescoço, até chegar sobre meu rosto. Encarando meus olhos que gritavam por ajuda, ele sorriu maldoso.

- Antonio... - sussurrei.

- Shii' – seus dedos foram de encontro aos meus lábios – Calada, acha que vai brincar comigo e sair impune Amanda? Você não me conhece.

Ele falou tão próxima de mim, que eu pude sentir seu hálito sobre meu rosto, cheirava a uísque. Engoli em seco, quando suas mãos foram de encontro a minha cintura, apertando a mesma com vontade.

- Me desculpe...

Não havia perdão para Antonio, ele agora me comia com os olhos, esperando o momento certo para me atacar feito um felino raivoso.

- Eu não desculpo ninguém! Eu vou te ensinar a não mexer comigo Amanda.

Antonio segurou rapidamente em meus cabelos, puxando minha cabeça para beijar meus lábios com raiva, com força. Eu não pensava, eu só sabia sentir, medo, tesão, pavor do que ele faria. Mas vontade de continuar.