Fight

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Antonio Figueiredo Jr.

Eu não conseguia acreditar no que havia acabado de fazer. Eu havia dispensando uma boa e prazerosa noite de puro sexo com Alice. Deus! Eu andei de um lado para o outro naquele corredor pensando na ideia de voltar atrás e tomar aquela mulher nos braços. Mas e Amanda? Por mais raiva que eu tivesse sentindo aquela noite, eu não faria tamanha traição.

E seria traição? Eu não tinha nada com Amanda... Ou tinha, não sei.

Neguei mentalmente caminhando para fora da Imperium. O barulho enlouquecedor da música sensual ficou para trás, deixando apenas o silêncio daquela noite. Eu precisava colocar os pensamentos em ordem, eu precisava entender o que se passava em mim.

Entrei em meu carro, respirando fundo. Encostei a cabeça sobre o volante tentando acalmar meus pensamentos. Eu voltaria para casa e dormiria. Essa era a melhor escolha. Por mais que eu ainda desejasse Alice com todas as forças do meu ser, eu gostava da Amanda, e era com ela que eu queria ficar.

Liguei o motor do carro dando partida, saindo daquele lugar para quem sabe nunca mais voltar. Rodei algumas vezes pelo centro de Las Vegas, pensando na ideia de buscar Amanda. Com toda certeza o problema com Larissa já havia se resolvido. Demorei cerca de meia hora até passar em frente ao seu prédio.

Com o carro seguindo lentamente eu pude ver duas mulheres mais do que familiares. Uma delas eu sabia, era Amanda. A loira estava com mesmo vestido do jantar de horas atrás. E ao seu lado?

Aproximei mais com os vidros fechados. E não era possível, eu não queria acreditar nisso.

Bruna abraçava Amanda por um longo tempo e a mesma cuidava de retribuir da mesma forma. Então era esse o problema com Larissa?

Uma súbita vontade de sair daquele carro e ir de encontro as duas tomou conta de mim, mas eu não fazia tal gênero. Eu era superior a tudo aquilo. Por mais raiva que eu tivesse, eu não falaria nada agora. Fiquei mais alguns minutos assistindo a cena, até que Amanda soltou Bruna. E fitou em direção ao meu carro. Droga! Ela sabia!

Acelerei o veículo saindo daquele lugar sem sequer dar um sinal. Eu estava com raiva, me sentindo um otário. Era por esse tipo de coisa que eu odiava me apaixonar.

E eu estava apaixonado?

Não.

Não.

Não!

Eu sentia raiva de mim, por ser imbecil a ponto de recusar uma noite com Alice. Minha vontade agora era voltar naquela boate e foder até cansar. Mas eu não o faria, eu trataria de forma fria, como Amanda merecia.

[...]

Mau humor, raiva, e impaciência.

Definiam-me aquele dia. Tomei um gole seco do uísque mais forte como café da manhã e cuidei de sair para Figueiredo Industry. O trânsito estava infernal, como o meu estado de espírito. Fechei os olhos e as imagens de Bruna e Amanda se faziam presente, como durante todas as horas que eu não havia dormido aquela madrugada.

Lembrei do momento desperdiçado com Alice.

Merda!

Buzinei uma, duas, três vezes para o carro enferrujado à frente. Se não tinha dinheiro para um carro melhor que saísse das ruas.

Infeliz!

Minutos depois, eu estacionei em minha vaga. Subi pelos elevadores. Os funcionários correram para os seus devidos lugares como de costume. Eu caminhei entre as pessoas com um olhar mortal. No décimo andar, vi Larissa entrar.

The Night Dancer - DocshoeOnde histórias criam vida. Descubra agora