Just A Ride

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Amanda Meirelles

Chequei todos os compromissos e nada, Antonio ficaria na empresa o dia inteiro. Será que meu azar poderia ser maior? A noite passada foi um tanto conturbada, quando em meus planos eu apenas jantaria ao lado de Cris. Depois do eventual quase beijo entre Antonio e eu, sai um tanto distraída demais daquele lugar.

"Está tudo bem, Amanda?" – ouvi a voz do rapaz ao meu lado.

- Sim, claro. Só um pouco de dor de cabeça, pode me levar em casa?

Recebi um olhar incomodado, sei que ele esperava mais daquela noite, mas com Antonio a poucos metros de mim, era praticamente impossível pensar em Cris, concordam? Dei de ombros ajeitando minha bolsa.

- Certo, vamos. Lhe levo em casa – ele apenas disse.

Olhei pela última vez a mesa onde Antonio estava antes, mas nem sinal dele ali, será que ele havia ido embora ou saído com alguma garota? Bruna não estava mais lá, com toda certeza já não estavam mais ali.

O caminho de volta foi em puro silêncio, era de se notar a quilômetros o quanto aquela noite havia sido um fracasso, nem tanto assim, Larissa e Aline saíram ganhando aquele dia, pois Fred e Igor se mostraram ótimas pessoas, já Cris se emburrou e reclamou desde o exato momento que pôs os olhos em Antonio junto a mim. Será que ele sentia alguma coisa diferente em nós dois? Não, não pense nisso.

- Aqui está - ele falou parando o carro em frente ao meu prédio.

- Obrigada pela noite, eu adorei – menti, ou não, ver Antonio foi maravilhoso.

- Gostou mesmo? Creio que fui um tanto chato, mas é que você me entende não é? Algo em mim não gosta daquele homem.

- Antonio? Eu não entendo, ele é uma boa pessoa.

- Com você, não é? O que me parece muito estranho, ele é apenas um homem fútil e arrogante.

- Não, porque nós nem o conhecemos. Além de que, você não deveria falar assim dele.

- Eu não tenho medo dele, Amanda, ele mal chegou e já desarrumou tudo ali, o que foi aquele balancete?

- Cris, de verdade. Estou morrendo de dor de cabeça, e não quero falar de trabalho agora. - falei irritada.

- Me desculpe, fui um idiota. Sei que a noite não foi das melhores, mas podemos melhorá-la.

Olhei em seus olhos que por sinal eram lindos, mas não era eles que eu queria olhar agora. Abaixei a cabeça, pensando na forma mais educada de dizer que por hoje já tinha sido demais. Porém notei que o mesmo se aproximou mais de mim, tocando levemente sobre meu queixo, fazendo-me fita-lo novamente.

- Você é uma mulher linda, Amanda.

- Obrigada, mas tenho que ir. Vemos-nos amanhã - sai do carro sem mas.

[...]

"Quero você em minha sala em dois minutos" ouvi a voz rouca de Antonio, fazendo todo meu corpo estremecer.

Levei a vista e só vi os rastros de Antonio entrando em sua sala, eu estava pedindo a Deus que ele não lembrasse de nada da noite anterior. Segurei minha agenda, ajeitando os óculos em meu rosto, caminhando lentamente para dentro de sua sala.

- Sr. Figueiredo.

Ele virou a cadeira ficando de frente para mim, fitando-me com seu par de castanhos brilhantes, me sentia fraca todas as vezes que o encarava. Percebi seu olhar descer por toda extensão de meu corpo, fazendo-me engolir em seco, vi sua expressão tensa, Antonio fechou os olhos com força, balançando a cabeça negativamente.

The Night Dancer - DocshoeOnde histórias criam vida. Descubra agora