ESCRAVIZADO [DARK ROMANCE] ✓

CAPÍTULO UM

By Jake 🫀

O que é liberdade para você? Para mim é se sentir vivo, porém eu mal consigo respirar... 🥀

Acordo com longas e barulhentas batidas na porta velha quase caindo aos pedaços do quartinho localizado aos fundos da casa, que é onde durmo há mais ou menos quatorze anos. Minhas costas doem, e já não adianta mais tomar analgésicos porquê eu sei que no dia seguinte irá doer novamente afinal, eu durmo em cima de um colchão fino a esfarelar e ainda por cima pequeno demais para o meu tamanho de 1,97 m e para o meu corpo pouco musculoso.

Após as batidas ouço gritos, e sei que são os gritos finos e irritantes de Matilde a governanta da casa que levanta exatamente ás cinco horas da manhã e faz questão de acordar todos os empregados, inclusive eu, aliás eu sou quem ela tem mais prazer em acordar.
Ainda sonolento, me levanto e dobro meu único cobertor de qualquer maneira e visto uma das poucas camisetas que tinha enquanto caminho até a a porta a abrindo.

— Bom dia Matilde.— digo com ironia enquanto a velha me olha com desgosto.

— Trate de ir logo fazer o seu trabalho, hoje você limpa as duas piscinas, pois é aniversário de Ashley melhor amiga de Marie e elas vão passar o dia por aqui. Depois, você vai dar banho no Trovão, no Sirius e no Dominus e então vai aparar toda a grama dos fundos da casa, guardar em sacos que já estão separados e vai limpar os banheiros, a sala de jogos, os quartos de hóspede e as duas saunas. — diz tudo em tom autoritário com seus olhos verdes faíscantes e então se vira sumindo no corredor.

Dou um longo suspiro e me preparo para ir trabalhar. Para a melhor compreensão, talvez eu tenha que ressaltar que eu vivo nessa casa desde os meus quatros anos de idade, que foi quando minha mãe antiga empregada faleceu. Eu não tinha com quem ficar, pois ninguém sabia do meu pai e então ao invés de me levarem para a adoção, a senhora Delacoir resolveu ficar comigo. Mas não se enganem, não ficaram comigo porque gostavam de mim ao contrário, ficaram visando o futuro, ou seja em me transformar em mais um de seus empregados.

E não, eu não recebia por isso porque em troca eu tinha casa e comida por mais que não fossem nas melhores condições. E claro que desde que completei dezoito anos, eu tentava encontrar um emprego para sair daquele pesadelo, mas era muito difícil. Afinal, ninguém quer dar um emprego para um garoto negro que mal consegue falar. E também não era como se eu tivesse muito tempo para procurar.

— Seu preto burro!! — fui atingido por um tapa na nuca enquanto tomava minha caneca de café puro. — sua obrigação é limpar o banheiro, e não quebrar as minhas coisas! Você achou que eu não ia perceber que você quebrou o meu frasco de perfume novinho que minha mãe trouxe de Milão? — a loira simplesmente berrou no meu ouvido.

Marie Delacoir, era o pior tipo de ser humano que eu conhecia na vida.

— Foi um acidente senhorita Delacoir... eu vou dar um jeito de pagar...

— Ah é? E como? Você não tem um só centavo seu vagabundo! Como vai me comprar um frasco daqueles? — disse com veneno enquanto me empurrava pelo peito.— Por causa dessa sua gracinha, você vai ficar dois dias sem almoçar e eu vou falar para a Betina não lhe dar comida, ouviu bem? — disse tudo sem um único vacilo em sem tom de voz e eu assenti de cabeça baixa, não me atrevia a olhá-la. — Ótimo, quem sabe assim você aprende a ser mais esperto!

Ela disse e me deu as costas saindo da cozinha enquanto rebolava e jogava o cabelo. Não que ficasse a olhando desde jeito, aliás Deus que me livrasse de tamanho perigo, castigo e eu já nem sabia mais. Era apenas uma observação, Marie estava sempre esfregando na cara de todos, inclusive da minha, que era superior. Eu era mais velho que ela três anos, mas ela não me respeitava de forma alguma, acho que ela nem sequer me enxergava como ser humano. Era deprimente, era terrível, e quando ouvi buzinas ao lado de fora eu soube, Ashley havia chegado, o dia seria um inferno.

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Sim, mais uma obra interracial para vocês 💖
amaram?