CAPÍTULO SEIS

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Simplesmente chegamos ao ápice juntos e aquilo me assustou de certa forma. Senti o corpo de Marie, que estava por cima, cair sobre o meu e seus fios loiros se esparramar pelo meu peito, suspirei profundamente entrando em mais uma das altas reflexões sobre a merda que havíamos acabado de fazer, ou melhor que eu havia acabado de fazer, já que para a patroa nunca teria dano algum, mas para mim já era outra história.

— Estou cansada. — senti ela se aninhando mais ao meu corpo e me senti meio incomodado. Aquilo definitivamente não estava nem um pouco certo.

— Acho melhor você ir dormir no seu quarto. — disse tentando tirá-la de cima de mim.

— Hmm... tão chato... — ela sorriu e se levantou um pouco, permanecendo sentada em meu colo. — Hoje foi melhor que da primeira vez. — disse me encarando e eu engoli em seco desviando o olhar. — Por quê você está agindo como se não fosse bom? Você não gostou ?

— Você sabe que não é isso. — resmungo e então suspiro a encarando. — Isso que estamos fazendo é um erro. Você é minha patroa, você namora e eu sei que fora desse quarto, você vai voltar a me tratar como um nada, como você sempre fez! Você tem consciência de que está me usando?

— Ah não seja dramático Jake! Não é assim. — disse se levantando de cima de mim. — Você é meu empregado, como quer que eu te trate? — questionou com humor. — Quer que eu te assuma?

— Não, claro que não, eu jamais namoraria alguém como você. — reuni toda a minha coragem para proferir tais palavras. E curiosamente minhas palavras fizeram algum efeito nela, pois ela fechou a cara no mesmo instante a me encarar.

Sua pose, era de uma patricinha mimada, que era o que ela realmente era. Tinha tudo o que queria e na hora que queria.

— Acho que devemos parar de fazer isso. — concluo enquanto visto minha cueca às pressas.

— O que você acha não importa. — diz com um sorriso maldoso.— Enquanto eu te quiser, você será obrigado a lidar com isso.

— E o seu namorado? — questiono incrédulo como se não acreditasse nas palavras dela. Caráter Podre.

— Ah o Alerrandro bom, no fim das contas eu só estou com ele por status e popularidade. — deu de ombros. — Não gosto dele, não me importo.

— Você é horrível. — digo me sentindo cada vez mais enojado.

— Sou realista Jake. — sorriu. — Bom, não quero você perto de Ashley mais. Estamos entendidos?

— Isso é ciúmes? — provoco mesmo sabendo que não era, Marie só achava que era minha dona mesmo. Era possessividade. Eu era apenas o escravo dela, literalmente.

— Ciúmes de você ? — gargalhou. — você é engraçado Jake, por quê eu teria ciúmes de você? Está se achando tanto assim? Você não passa de um empregado.

— Claro... — ignorei o certo incômodo que se instalou em meu peito. — Então qual a razão de eu não poder me comunicar com a Ashley?

— Porque eu não quero. — afirmou. — Você é meu.

— Seu escravo? — questiono suspirando. — Parece que sim.

— Não sei do que tanto reclama, você tem casa, comida, tudo que necessita para viver. E agora ainda têm o privilégio de dormir comigo e ainda está ruim pra você? — questiona meio irritada.

— Dormir com você não é um privilégio, você me obriga. — a confronto a olhando nos olhos. — Eu sempre digo não, e você ignora. Sabe o nome disso?

— No fim, você acaba cedendo preto idiota ! — rolou os olhos. — vai dizer que eu abuso de você? Que você não quer? Que você não me deseja?

— Você sabe muito bem que eu nunca ficaria com você por livre e espontânea vontade. Mas não pelo fato de você não ser atraente, mas por suas atitudes em relação a mim e por respeitar os seus pais. — disse um tanto quanto magoado.

— Agora se faz de vítima. — disse entediada rolando os olhos.

— Marie, não vamos mais fazer isso. Eu não vou mais transar com você, então não me procure para isso. — digo de maneira firme enquanto ouço sua risada.

— Isso quem decide sou eu! — disse autoritária e então prende o cabelo enquanto me encara com um sorriso falso. — Vai dormir, amanhã você tem muito trabalho a fazer !

Não consigo dizer nada, me sento na pequena cama e bufo frustrado enquanto ouço ela sair. Eu precisava dar um jeito de sair daquela casa, antes que as coisas ficassem ainda mais complicadas. Mas como eu sairia? Não tinha dinheiro, não conhecia ninguém. Não sabia como, mas precisava.

Se o Sr Delacoir descobrisse que eu estava transando com a filhinha dele, eu não teria tempo para me explicar e nem espaço. Ele com certeza não acreditaria que ela quem me obrigava a fazer, ela quem ia atrás de mim, com certeza eu não poderia ganhar de Marie nessa, seria a palavra dela contra a minha.

E a palavra de um preto, e ainda por cima empregado, não tinha valor algum.




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ESCRAVIZADO [DARK ROMANCE] ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora