CAPÍTULO ONZE

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— Olá, meu bem, sentiu saudades?



De repente, foi como se tudo ao meu redor começasse a girar. A minha vista ficou meio turva e o meu estômago embrulhado. Ela me olhava com um sorriso gigante nos lábios, assustador. Estes, estavam tingidos de um vermelho escuro, sangue.

Seu cabelo estava um pouco menor do que me lembrava, ela devia ter cortado. Usava um vestido em tom pastel, e tênis esportivos, no ombro uma bolsinha preta e o celular em mãos. Se você apenas olhasse, sem a conhecer, diria que era apenas uma garota normal, bonita e encantadora, mas isso, era o que ela estava longe de ser.

Era uma predadora.

— Marie — engoli em seco ao pronunciar seu nome. Podia sentir a minha mão trêmula enquanto segurava a maçaneta com certa força.

— Jake. — sorriu falsamente e suspirou antes de passar por mim, entrando no apartamento.— Então, é aqui que você mora agora ?

— O q-que você quer aqui? — perguntei receoso enquanto fechava a porta atrás de mim.

— Vim ver com meus próprios olhos, o que eu já desconfiava. — disse em um tom sarcástico enquanto se sentava no sofá, cruzando as pernas. — Imagina, quando papai me disse que você havia se mudado, eu não acreditei. Afinal, você não tem onde cair morto, e nenhum parente vivo, que eu saiba. — disse em um tom cruel. — Mas aí, não sei por qual razão... pensei em Ashley e naquele dia no jardim... ela parecia realmente interessada em você... tsc...

— Eu acho que voc-

— E aí, papai também disse que você estaria trabalhando em uma floricultura, não foi difícil juntar as peças, sabe? — me cortou, sorrindo sem um pingo de humor. — Mas e aí, estão juntos? Está comendo ela?

— O quê? ! — perguntei incrédulo e um tanto irritado. — Como você pode falar uma coisa assim? Ashley apenas me ajudou e está me ajudando.

— De graça? Vai dizer que não está fodendo ela, Jake? — suspirou se levantando. — Por favor, sei que ela não te ajudaria assim do nada...

— É, mas ajudou !! Pelo visto ela não é como você, nem sei porque ela é sua amiga! — disse irritado.

— Ela não é nenhuma santa, posso te garantir. — sorriu amargamente, enquanto se aproximava devagar.

E enquanto mais ela se aproximava, mais eu me afastava para trás, até bater com as costas na porta e ter a sua mão em meu peito.

— Senti sua falta. — ela sussurra e aproxima seus lábios do meu rosto. Porém, eu a empurro, saindo de perto. — O que foi? Não me deseja mais?

— Achei que já tivéssemos dado um fim nisso. — digo com irritação, pois a simples presença dela ali havia me tirado a paz.

— Fim?

E então pude ouvir o som estridente de sua gargalhada. E confesso, que a cena que se passava diante de meus olhos me assustava.

— Não há como dar fim nisso que temos, Jake. — ela disse ao se recuperar.

A encarei seriamente nos olhos e queria não ter notado, quando ela suspirou e escorregou sua mão pelo próprio corpo, parando em cima de sua barriga, repousando ali. Engoli em seco e novamente a sensação de enjôo me atingiu. Fechei os olhos com certa força, enquanto caminhava até um dos sofás. Respirei profundamente, puxando todo o ar que conseguia e abri meus olhos, mas não me atrevi a olhá-la. Tinha medo de voltar a olhar.

ESCRAVIZADO [DARK ROMANCE] ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora