Era final de tarde de domingo, eu terminava de ler um livro de batalhas entre anjos e demônios, meu tema favorito. Eu mergulhava naquele mundo de fantasia para poder esquecer dos meus problemas e pra disfarçar as saudades que eu sentia do meu marido, John.
John é um homem muito ocupado, viaja muito por conta do trabalho. Mesmo longe, nunca deixava de me ligar. Logo de manhã cedo, me ligava desejando um bom dia, a noite para me desejar uma boa noite de sono.
As vezes eu finjo não me importar muito, finjo ser um pouco fria, indiferente... Mas eu faço isso, acredito eu, por medo de um dia ele enjoar de mim e me abandonar. Tenho medo sofrer por ter me apegado demais a ele, assim como ele é apegado a mim...
Porém, acho que acabei me apagando um pouco mesmo eu lutando contra... estou eu aqui, nesta bela casa com esta bela sacada com vista pro mar que ele comprou pra mim com tanto gosto, morrendo de saudades dele, deixando uma pequena gota de lágrima escorrer pelo rosto.
John gastou uma fortuna com essa casa, não economizou nenhum centavo para me agradar. Ele sempre se esforça muito para me agradar e não demonstra querer o retorno. Ele só quer me ver feliz... E está conseguindo....
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Distraída, observo o pôr do sol... lá está ele sumindo naquela bela montanha... mais um dia se encerra com esplendor....
- Querida? - ouvi a voz masculina entoar perto da sacada
Eu reconheceria aquela voz rouca e de tom amoroso a quilômetros de distância. Era meu querido amor, a quem me apaixonei a alguns anos, estava em casa, estava em nosso lar.
- John! - corri para os seus braços assim que ele apareceu diante de mim
Meu amado se surpreendeu um pouco com o meu comportamento. Eu me segurava tanto pra não dar "confiança demais", correr para os seus braços não era uns dos meus costumes. Mas era porque ele passou muito tempo fora, demorou mais do que das outras vezes, imprevisto ocorreu e não deu pra retornar no prazo estipulado.
- O que foi, meu bem? - perguntou estranhando e ainda me abraçando - Aconteceu alguma coisa? - quis saber preocupado
- Nada... Eu só... Só estava com muitas saudades... - confecei
Confecei porque tenho mania de me fazer de durona, assim como ele se faz de durão para os seus companheiros de negócios.
Eu nunca pensei que eu fosse ficar com tantas saudades, nunca pensei que sentiria tanta falta dele assim....
- Eu também morri de saudades de você, meu amor. - ouvi ele dizer ao pé do meu ouvido
Nos abraçamos forte por ficar tantas semanas separados e, claro, trocamos muitos beijos.
John me encarou com muito amor e contemplação, me pôs em seu colo e me carregou para o nosso quarto onde viramos a noite trocando sussurros e gemidos misturados com confições de amor.
