mudanças no percurso

capítulo 4

Levantei da cama cedo antes mesmo do despertador tocar, me arrumei vestindo o meu uniforme, peguei a minha bolsa e coloquei no sofá antes de sair e fui para a cozinha tomar café.

— Bom dia mamãe, comprimentei com beijo na bochecha.

— Bom dia minha filha, falou minha mãe.

— Meu pai já foi para o serviço? Perguntei.

— ainda não, está lá em cima ele já vem para tomar café, falou minha mãe e assenti

— Oi, minha filha, bom dia, falou meu pai assim que chegou na cozinha.

— Bom dia Papai, falei comprimentando.

— Minha filha, quero ter uma conversa séria com você? Falou meu pai.

— pois então diga, falei tomando o meu café.

— Você irá casar, em breve.

— casar!? Pai, falei com espanto — Não quero saber disso tô nova, falei 

— mas você irá casar vai está tudo no jeito para isso acontecer.

— mas eu não quero! Falei com a raiva subindo.

— você não tem que querer, você vai e pronto.

— Não vou e pronto, falei batendo o pé que não e com raiva.

— você irá sim, você vai comigo e sua mãe no cartório pra isso, ah e lembrando teremos um jantar para irmos hoje.

— nesse jantar até que vou, mas casar não, falei saindo dali batendo a porta da sala indo direto para a escola, sair e nem vi a hora que tinha saído, mas saí pisando duro com raiva do meu pai.

Assim que cheguei na escola tinha poucos alunos entrando sabendo que era mais cedo do que o meu de costume, indo direto para a sala só que dessa vez fiquei na sala de aula com a cabeça baixa o tempo todo nem sequer conversei com Rick na hora que tinha chegado.

A minha cabeça estava a mil pensando Enis  coisas, estava nervosa por causa do meu pai e minha mãe que não tinha falado nada comigo? Por que ele sempre vem e joga as coisas para o meu lado? Sabem que não tinha plano nenhum para isso? Ai que nervoso, oh vontade de explodir a cabeça de um por aí.

Estava calada o tempo todo não abrir o meu bico horas nenhuma porque sabia que se abrisse ia falar alguma merda e se arrepender depois, já era aula de português novamente estava de cabeça baixa não estava prestando atenção em nada  com a minha mente em outro lugar, até que eu senti um dedo cutucando a minha costela.

— O que foi? Falei olhando para o Rick 

— o professor, falou balançando a cabeça na direção dele.

— o quê que tem ele? Diz sem saber.

— me explica o que eu acabei de falar, williana, diz o professor.

— e eu lá sei professor? Falei sem dar a mínima e ainda com o tom de raiva.

— o que você tem? Falou Rick.

— Não é nada, falei me apoiando a cabeça novamente na carteira.

— Você está prestando atenção na aula, senhorita? Falou o professor chamando a minha atenção 

— não, e não tô com cabeça para isso, e com licença vou beber água, falei saindo da sala, coisa que eu não fazia eu fiz que era ficar fora da sala de aula, para tudo tem sua primeira vez.

Estava no pátio da escola quando senti uma mão em meu ombro, nem sequer olhei para quem fosse.

— Vai embora Rick, falei ao sentir uma mão me tocar.

— sou eu, vamos para sala, sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar o corpo inteiro.

— me deixa professor, falei assim que o olhei.

— o que você tem? Desde quando comecei a trabalhar aqui nunca te vi assim? Falou preocupado.

— o quê que eu tenho, falei olhando para ele — parece que não tenho voz mais, não me permite seguir a minha vida do jeito que quero, meus pais planejando a minha vida sem me consultar se eu quero ou não, não estamos no passado mais não, estamos no presente em pleno século XXI e meu pai fazendo uma coisas dessas, me desabafei sem perceber senti algumas lágrimas escorrer em minha face com a sua mão em meu ombro.

— Não sei o que é mas se acalme, para tudo tem um porquê, falou o professor Max me abraçando os meus ombros, ficamos alguns segundos assim, parecendo uma eternidade com uma vontade imensa de continuar ali naquele abraço, mas me lembrei que estávamos na escola.

— Lave a cara, falou assim que olhou  enxugando as últimas que estava em  meu rosto — bebe um pouco de água e vá para sala de aula e não fica assim, diz Max.

Professor Maxwell