Capítulo 2.

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Lucca

Calor do caralho! Ou sou apenas eu sentindo isso? O restaurante apesar de ser bem iluminado é climatizado, mas eu estou sentindo um calor que não é normal. Talvez seja os meus remédios, o médico explicou que eu poderia sentir essas sensações mesmo estando em um ambiente frio. Não sei não, acho que é culpa de uma certa mulher que está devorando seu prato com total prazer e sem se importar de estar comendo muitas calorias.

Há poucos momentos conheci essa morena amiga de Trevor. Quando a vi não prestei muita atenção nela, é uma mulher comum. Cabelos curtos escuros, olhos também escuros, pele branca mas com algumas marcas e machucados, acho que deve ser alguma alergia. Gordinha, estatura baixa. Realmente não é alguém que se nota a quilômetros uma primeira vez, mas tem algo nela que cutuca a minha curiosidade e admito que estou intrigado.

── Eu amo esse restaurante, a comida daqui nunca me decepciona. ─ diz ela saboreando um pedaço de carne.

── Eu sei, te trouxe porquê sei que ama uma feijoada. ─ comentou Clarice.

Trevor puxava assunto comigo e eu correspondia sua atenção ao mesmo tempo que mantia meu cérebro atento a Katerinne. As duas também conversavam algo banal como um filme que viram juntas sei lá, algo parecido. Alguns momentos trocávamos olhares mas era rápido, ela não desviava o olhar e eu gostei disso. Poderia entrar no jogo de encarar mas não queria parecer que estou afim dela logo de cara, ainda mais que também fico com medo de me decepcionar caso ela não sinta a mesma atração que eu. Irei pedir seu número mais tarde. Comemos bem e na hora de pagar eu deixei bem claro que ninguém iria pagar, pois eu faria a gentileza. Reclamaram, mas depois aceitaram e fomos todos pra fora pro carro.

Clarice dirigiu até uma pequena casa em um bairro perto do centro e notei que era onde Katerinne mora, tratei logo de memorizar.

── Ai, de novo? Que perseguição! ─ disse Katerinne enquanto olhava o telefone que tocava de forma frenética, ela parecia chateada e talvez até ansiosa. ── Amiga, obrigado pelo almoço e pela carona, falo com você por mensagem depois.

── Que nada, Kat. Eu que agradeço por me acompanhar, vai lá resolver essa bronca. ─ Clarice respondeu.

Katerinne saiu sem nem mesmo se despedir de mim e Trevor, acho que ela é do tipo que foca em uma coisa só e esquece das outras. Entrou em casa e suspirei me encostando no banco, nem sabia que segurava a respiração.

── É um namorado problemático que ela tem? ─ perguntei não aguentando de curiosidade.

── Não, é um B.O que ela tem que resolver aí mas vai dar certo. Onde é sua casa?

── No bairro Miltown.

── Caraca, lá é bem chique! Bem que você poderia comprar uma casa pra gente lá, amor. ─ fala Clarice fazendo biquinho.

── Eu mal pago nosso aluguel, Clarice. Para de ter olho grande. ─ Trevor a repreende.

── Tá, já me calei. ─ ela revira os olhos.

Eu observava aquela conversação e se divertia. Esses dois se cutucavam na maioria das vezes mas era claro o amor que sentiam, isso era relacionamento pra durar muitos anos. Me fazia lembrar de meu antigo amor. Balanço a cabeça pra dissipar as lembranças que chegavam e fico observando o caminho até que chego em minha casa. Antes de me despedir resolvo logo fazer o que estava pensando desde o restaurante.

── Quero o número de Katerinne. ─ falo sério e firme.

── O QUÊ? ─ disse o casal surpreso enquanto me olhavam embasbacados.

── Quero o número dela, qual o problema? ─ Lucca olhou confuso para os dois.

── Nenhum, é que nunca te vi com mulher nenhuma e você nunca pareceu se interessar por elas. ─ Trevor desabafou.

── Eu não sou gay, se é o que tá perguntando.

── Nossa, que conversa mais idiota. Eu te dou sim, Lucca. Um instante. ─ Clarice pega um celular no bolso de Trevor e desliza seus dedos pela tela. Em segundos chega uma notificação em seu aparelho e visualiza uma mensagem do amigo com o contato de Katerinne, ele dá um sorriso satisfeito.

── Ih, ele tá afim mesmo. Isso sim que é o evento do século.

── Cala boca, amor. Assim você estraga tudo! ─ disse Clarice dando uma tapa na cabeça de Trevor.

── Mas vou te avisando que a Kat não curte muito nosso trabalho, ela é desconfiada com militares.

── Como assim? ─ pergunto curioso.

── Para de falar porcaria, Trevor. Não acredita nesse idiota, se tiver dúvida em algo pergunta a ela. Katerinne é um pouco grossa mas ela não é de esconder as coisas.

── Ok. ─ disse pra encerrar a conversa estranha e saio do carro. Agradeço os dois e procuro a chave no meu bolso direito a encontrando logo em seguida.

Entro em casa e vou pra cozinha tomar uma água e meu remédio que já está passando da hora. Enquanto o engulo penso em Katerinne. É, ela realmente não é uma beleza excepcional, mas parece ter uma personalidade incrível. Dou um último gole e pego meu aparelho celular clicando em seu contato. Penso em uma mensagem direta porém que eu pareça interessado e logo bolo uma.

         Olá, Katerinne. Aqui é Lucca, amigo do Trevor. Olha, eu não faço muito isso mas te achei interessante e bonita, quer sair comigo qualquer dia desses? Você pode escolher o lugar, se quiser. Espero um retorno, boa tarde pra ti.




Oi, pessoas. Eita que vocês votaram e até comentaram, eim. Pois bem, aqui está o segundo capítulo. Façam valer a pena novamente que eu volto rapidinho com o terceiro capítulo.

Um militar em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora