Capítulo 3.

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Katerinne

Eu entro em casa e assim que fecho a porta meu telefone começa a tocar novamente. Nem preciso olhar pra tela pra saber quem é.

── Oi, mãe. ─ falo desanimada.

── Katerinne faz uma semana que não nos falamos e você ainda me atende com preguiça.

── Não é preguiça, mas sempre é a mesma conversa. Eu tô cansada! ─ confessei.

── Olha, a culpa não é minha se sua irmã já casou e tá a espera do primeiro filho. Você com vinte e cinco anos e nem um namorado, se parasse de ser tão arrogante arrumaria um. ─ disse despejando tudo de uma vez.

── Tá vendo porquê não ligo? Só sabe falar disso. Eu não quero filhos, mãe. Não tenho psicológico pra isso e meu emprego paga mal, como vou cuidar de uma criança? Sem falar que a maioria dos homens não querem nada sério e tenho preguiça de ir a encontros porque é sempre a mesma coisa.

── Você que não se esforça, filha. Se não fosse tão fria talvez conheceria alguém, mas é dura como pedra.

── Irei desligar, só isso que quer me falar? ─ disse enquanto sentava no sofá, uma dor de cabeça ameaçava me pegar.

── Não, sua irmã precisa de você para o casamento dela, te quer como madrinha.

── Não entendo bulhufas de casamento, mãe. Não entendo cores, nem tecidos nem nada do tipo.

── Eu disse isso a ela mas mesmo assim faz questão que você participe. Ah, e por favor, venha acompanhada no dia da cerimônia porquê senão vai ser a única a sentar na mesa das criancas.

Gemi.

── Arhg, ok. Tchau, mãe! ─ desligo o telefone e o jogo enquanto deito inconformada.

Não acredito que Angelina vai me fazer participar de tudo do casamento. Eu sou a menos indicada pra esse tipo de coisa. Primeiro que nunca fui a um casamento. Segundo, não sei organizar nem festa de aniversário quem dirá uma cerimônia dessas. E terceiro, quem diabos vai me acompanhar? Eu poderia conversar com o Trevor pra ser meu acompanhante mas iria ser humilhante. Preciso de um plano. Sem falar que o esforço pra emagrecer três kilos vai ser enorme, com certeza vão opinar sobre meu corpo na prova de vestidos.

O telefone apita novamente e o pego vendo que tem uma mensagem de número deaconhecido e acho estranho. Não usei o Tinder ultimamente pra passar meu número pra alguém. Ao ler o conteúdo arregalei os olhos. Lucca? Mas nem ao menos ele trocou quatro palavras comigo, como que ele quer sair? Irei escolher um lugar que eu possa pagar, porque vai que ele me leva pra um barzinho chique e lá se vai meu salário do mês.

           Oi, Lucca. Obrigada pelo elogio. Olha, eu trabalho a semana toda, que tal sexta no Fliemen's?

Envio a mensagem e ele responde rapidinho.

           Ok, combinado. Te pego as oito, pode ser?

                Pode ser sim, até sexta.

Ele só visualiza e saio do aplicativo. Caramba! Agora o nervosismo bateu. Como diabos vou segurar minha língua perto de um cara desse? Ele é muito bonito pra sair com alguém tão sem graça. Levanto do sofá e vou até meu quarto ficar na frente do espelho. Eu não me considero grande coisa. Sou baixinha, gorda, um cabelo de modelo normal em uma cor chata. Pele que por mais que eu tente acabar com uma alergia ela não acaba nunca. Olhos sem ânimo nenhum. Comum. Eu sou uma mulher comum.

                      Sexta feira

Não gosto de encontros na minha casa mas como meu humor hoje não está pra sair acabei o convidando pra cá. Vou pedir algo em um restaurante e a gente come aqui mesmo, eu poderia cozinhar mas sou péssima na cozinha, cozinho pra sobreviver, não por prazer. Dou uma varrida na casa, organizo a mesa e me arrumo. Ponho uma roupa simples mas arrumada, um pouco de maquiagem ajuda, unhas postiças, uns cílios pequenos e voilá, estou pronta. Alguém bate três vezes na porta e ando ansiosa pra atender e quando abro quase caio pra trás mas me seguro. Lucca é a porra do Chris Hensworth, fico me perguntando como ele ficou doido e veio trabalhar nesse fim de mundo que é minha cidade.

── Entra, a comida já já chega. Enquanto isso pode ficar a vontade, vou trazer um vinho pra gente.



Eita que eu cheguei daquele modelo! Vamos votar e comentar eim, minha gente. Até o próximo capítulo, beijos!

Um militar em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora