batalhão 27 /Malila

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POV MARAISA

" Era impossível não me apaixonar pelo seu sorriso, era impossível olhar pra você e não esquecer do que eu ia falar..."

A frase que a Marília falou ficou girando na minha mente eu tentei formular alguma frase pra responder pra ela mas me chamaram para dentro, contra a minha vontade de deixar ela ali voltei para a roda de conversa que eu estava mas eu realmente não estava ali.

Eu estava presa nos olhos castanhos da Marília que estava tão linda naquela noite, ela tinha colocado seu piercing de argolinha no nariz, além disso percebi que ela tinha uma tatuagem atrás da orelha que parecia um beija-flor, uma data em algarismos romanos e um nome no pulso que eu já tinha visto antes, esses detalhes só deixava ela mais linda aos meus olhos.

Esses sentimentos estavam me enlouquecendo, essa vontade de conversar, de estar perto, de querer saber mais e até um sentimento de proteção as vezes durante os treinamentos isso estava me deixando completamente louca, sem saber o que estava acontecendo comigo, sem saber como lidar com essas coisas, eu não era assim, nunca fui assim e eu nem sabia como ser.

Fiquei mais quieta durante o resto da noite apenas bebendo e interagindo as vezes na roda de conhecidos que eu estava, até porque ali só a Normani era minha amiga de verdade, o resto era conhecidos mesmo, as vezes eu olhava pra Marília que estava bebendo e bebendo muito, não sei como ou da onde surgiu um mulher que estava conversando quase se atirando pra Marília, ela parecia uma civil qualquer, tinha cabelos loiros, pele clara e olhos azuis parecia ser bem ser tudo comprado o que ela tinha.

Isso estava me incomodando e isso não devia me incomodar, tentei não ligar mas por algum motivo elas estavam próximas demais, eu não consegui desviar o olhar e trinquei os dentes quando a Marília me olhou por alguns segundos e na sequencia beijou aquela mulher me olhando até fechar os olhos segurando os cabelos daquela loira, desviei o olhar para minha cerveja pegando a garrafa virando de uma vez.

Tudo que minha mente queria era ir até lá e tirar aquela mulher dos braços da Marília ver elas se beijando me deixava furiosa, afinal o que diabos estava acontecendo comigo? Ela podia fazer o que ela quisesse afinal era o dia de folga dela até amanhã as 19h mas ainda sim eu queria ir lá e mandar ela voltar para base.

- Tudo bem? - Normani perguntou e seguiu meu olhar vendo o beijo da Marília com a loira e depois me olhou de novo, olhei para minha garrafa na minha frente novamente - maraisa? - ela questionou.

- Nada - falei ficando em pé.

Eu não queria ver aquilo ou falar sobre nada daquilo sai pra fora novamente eu precisava de ar, precisava me entender, se é que tinha como fazer isso fui até a praia me sentando na areia sentindo a brisa no meu rosto, o que eu estava fazendo ou pensando? Eu não sabia.

Nesses últimos dias eu só queria fazer o meu trabalho que muitas vezes e para muitas pessoas parece ser cruel e é mesmo, porque quando chega na hora da verdade eu preciso dos melhores ao meu lado, eu preciso saber que eles são os melhores para que se um deles vier morrer lá fora que seja porque chegou a hora mesmo e não porque eles não eram bons o bastante, meu pai me aconselhou a não ter pena porque aqueles que foram para casa foram para o bem deles mesmo.

Eu estava seguindo esse conselho mas de duas semanas pra cá eu estava pensando muito em olhos verdes, eu estava presa na Marília, eu já estava até acostumada em dormir e sonhar com meus amigos morrendo mas agora eu não sonhava só com isso, eu sonhava com a Marília e não acordava mais gritando, eu dormia até que relativamente bem e isso me deixava mais louca ainda.

Fiquei um tempo ali mas na verdade eu queria era extravasar minha raiva, mandei um mensagem pra Normani falando que eu iria voltar para base porque minha perna estava doendo mas era mentira, eu queria era socar alguma coisa. Quando cheguei na base fui direto trocar de roupa e fui pra academia.