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POV Marília

'Eu fui ao inferno e voltei mas não é sobre isso..."

Eu sentia meu corpo pesado e algumas dores, mas eu sentia mais vontade ainda de abrir os olhos, foi difícil me acostumar com a claridade mas logo eu soube onde estava, era um quarto da ala médica de uma das nossas bases no Iraque mas não sabia qual, olhei para o relógio na parede na minha frente e passava das 22h da noite mas eu não sabia de qual dia, olhei para o lado e vi maraisa dormindo em uma cadeira toda torta e foi impossível não sorrir ao ver ela ali.

Tentei me mover mas acabei gemendo ao sentir todos os músculos do meu corpo doerem, além disso tinha um soro no meu braço, eu sentia algo nas minhas pernas também e uma faixa nas minhas costelas, além disso meu rosto todo estava doendo, eu sentia ele um pouco inchado também, meu peito doía sempre que eu respirava mais fundo, minha cabeça doía e meu ouvido esquerdo também, além disso minha garganta estava completamente seca e dolorida, meu gemido fez a maraisa se mover e abrir os olhos.

Quando ela me viu acordada um lindo sorriso surgiu no seu rosto, ela se levantou de forma rápida ficando ao meu lado, maraisa segurou minha mão devagar para não me machucar, parecia que eu estava dolorida em todas as partes do meu corpo e realmente estava.

- Você me assustou tanto - ela disse com os olhos marejados, tentei esticar minha mão pra tocar seu rosto mas eu gemi de dor novamente, ela fez uma careta - Não faça muitos movimentos, você tem que descansar - ela disse.

-Q-quanto tempo? - perguntei com dificuldade, minha voz quase não saiu mas ela entendeu.

- Faz 8 dias que a gente te resgatou, você desmaiou assim que chegamos lá. Estamos em Erbil, na mesma noite minha mãe foi consultada para saber como os médicos deviam seguir com a gravidade dos seus ferimentos e foi indicado pela minha mãe o coma induzido para controlar a dor que você iria sentir por causa das torturas que sofreu e para o seu corpo começar a se recuperar. Na parte da manhã minha mãe tirou os medicamentos para você acordar, ela disse que agora você precisa se recuperar acordada - maraisa falou.

Fiz uma careta.

- Estou tão ruim assim? - perguntei baixinho tentando encontrar minha voz, mais suspirou.

- 5 costelas quebradas, tímpano esquerdo perfurado, ferimentos internos nos pulmões pelos choques que sofreu isso comprometeu sua respiração foi a maior parte do problema o mais grave também, desidratação severa, dois dentes parcialmente quebrados, duas concussões cerebrais, fora pequenos cortes na sua pele e o que seu corpo sofreu pra te manter viva, ele foi muito sobrecarregado precisava descansar bastante- ela disse e beijou minha testa de forma delicada.

Fechei os olhos tendo pequenas lembranças das dores que eu senti naquele lugar, aqueles choques quase me fizeram falar mas eu fiquei firme.

- Minha mãe falou que se a gente tivesse demorado mais algumas horas você não iria conseguir - maraisa disse baixinho, parecia que ela tinha medo daquelas palavras.

- Ela está certa - falei.

Maraisa pegou uma jará de água que estava perto da cadeira que ela estava dormindo antes, ela encheu um copo e de forma delicada me ajudou a beber um pouco de água colocando na minha boca, aquilo foi ótimo pra minha garganta que estava doendo muito e ressecada.

- O que eles queriam? - perguntou para mim depois que eu bebi quase a água toda do copo.

- A localização da nossa base secreta de bombas nucleares no Havia, eles souberam de uma noticia que envolvia o nome da minha família, queriam a informação do Chris e viu outra oportunidade em mim, mas é claro que eu não falei nada - falei pra maraisa que me olhava surpresa.

batalhão 27 /Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora