batalhão 27 /Malila

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POV maraisa

1 ano e 6 meses depois...

"Você é tudo que eu preciso..."

Sair do exército foi uma das maiores escolhas da minha vida, eu nunca tinha pensado em como iria ser fazer isso, chegar no último dia do meu alistamento e não renovar aquele momento, mas ao mesmo tempo quando a noite virou eu estava livre depois de 14 anos, foi libertador e ao mesmo tempo foi assustador. Eu tinha um mundo na minha frente e esse mundo era ao lado da mulher que me fez enxergar o mundo longe do exército.

Eu aposentei minha farda aos 33 anos como Major do exército e tendo levado o Iraque a ser um país hoje sem nenhum tipo de grupo terrorista conhecido, ganhei a maior medalha que tinha no exército, tinha marcado meu nome na história, tinha servido o meu país mas agora era hoje de viver minha vida também ao lado da mulher que eu amava.

No inicio eu não sabia bem o que fazer longe do exército, mas depois de 2 meses de férias viajando com a Lauren ela se inscreveu no curso pra ser bombeira depois de servir no exército o pai da Marília relaxou sobre isso e aceitou a filha migrar de carreira, eu ainda fiquei um tempo sem saber o que eu queria fazer da minha vida, eu precisava achar alguma coisa que me fosse me completar e que me ajudasse a viver com os meus traumas.

A Marília encontrou a paz pra alma dela salvando o máximo de vidas que ela podia sendo bombeira já eu no final das contas resolvi fazer a mesma coisa, eu precisava encontrar paz pra minha alma e eu fiz isso entrando na universidade para fazer medicina, sim eu escolhi ser medica, iria demorar alguns anos até eu me formar enquanto aquilo não acontecia eu dava aulas de tiro em um estande nas minhas horas fora da faculdade.

Salvar vidas depois de tudo que eu fiz era minha forma de terapia, não só minha como era da Marília também, a guerra deixa marcas que nós duas iriamos levar para vida toda, eu achava que estava fazendo a coisa certa do exército, mas ainda sim eu tirei vidas de algumas pessoas inocentes mesmo que muitas vezes sem querer fazer aquilo mas ainda sim eu fiz, eu vi coisas que ninguém deveria ver, perdi pessoas que eu amava muito para a guerra e agora eu estava me curando, eu iria levar uma vida inteira para me curar e talvez além disso.

Fora a parte de lidar com as coisas fora do exército, eu estava vivendo um dos momentos mais felizes da minha vida, eu estava morando com a Marília, estávamos noivas e nosso casamento estava marcado daqui a 2 meses, a Marília queria a irmã dela no casamento e ela estaria de licença do exército, Taylor estava servindo na Síria, lá as coisas inda estavam feias mas eu tinha fé que iriam melhorar por lá.

Eu não tinha do que reclamar da vida que eu estava levando, eu me sentia feliz na maior parte do tempo, eu tinha uma noiva linda que estava fazendo o que mais gostava que era salvar vidas, eu estava seguindo pelo mesmo caminho de ajudar pessoas, estava prestes a me casar com a melhor pessoa do mundo, eu que sempre passei minha vida toda pensando no exército agora me sentia mais do que feliz em estar fora dele.

Agora eu não precisava lidar com mortes, escolhas que sempre levavam a morte, a sangue e dor, eu não tinha mais que lidar com o inferno de areia, era tão bom deitar na minha casa e abraçar a mulher que eu amava para acordar no outro dia e ter um dia normal sem precisar andar com armas, sem rondas ou ter que me preocupar em sempre prestar atenção onde eu tinha que pisar pra não explodir.

Para algumas pessoas viver assim era uma coisa completamente fora da realidade e muitos podem nem imaginar como é viver o tempo inteiro em atenção constante, sem poder baixar a guarda nunca, eu vivi dessa forma por 14 anos, levar a vida que eu tenho hoje é encontrar a paz na terra, paz essa que eu não sabia se iria encontrar depois da minha morte.

Olhei pra Marília dormindo nos meus braços e sorri puxando ela mais para perto de mim como se fosse possível, ela estava com a cabeça deitada no meu peito, suas feições estavam leves enquanto ela dormia nos meus braços respirando de forma calma depois de um dia de trabalho, depois de um dia que ela falou que ajudou a salvar uma criança de uma casa que estava pegando fogo, ela entrou lá dentro pra salvar a criança.

As vezes me assustava quando ela contava as coisas que ela fazia, a profissão de bombeira era perigosa também, ela corria muitos riscos, as vezes eu ficava preocupada mas eu sabia que a Marília era uma das melhores e o treinamento e experiência que ela viveu no Iraque estava fazendo da Marília uma bombeira maravilhosa, todos tinham muito respeito por ela, pelo que ela tinha feito, Marília estava construindo uma linda historia nesse país, digna do nome que ela tinha e na pessoa que ela era.

- Você esta me encarando - ouvi ela dizer ainda de olhos fechados o que me fez sorrir.

- Se você soubesse o quanto eu te amo e sinto orgulho de você iria entender porque eu sempre estou te olhando - falei pra ela que abriu os olhos.

Encarei o mar castanho que eram seus olhos, os que encantavam minha alma e me fazia me sentir completa no mundo, olhar para seus olhos era como voltar pra casa, era como estar em casa, Marília abriu um lindo sorriso se arrumando nos meus braços para encarar meus olhos, ela passou a mão pela minha bochecha fazendo um carinho gostoso que me fez fechar os olhos.

- Não vejo a hora de poder te chamar de minha esposa, de poder falar aos quatro cantos do mundo que você é minha mulher, perante Deus e perante aos homens, de colocar uma aliança dourada na minha mão sabendo que ela representa o nosso amor, o meu amor por você - ela disse me fazendo abrir um sorriso enorme.

Eu sempre me encantava quando ela falava essas coisas, eu não esperava sentir as coisas que eu sentia pela Marília, ela entrou na minha vida em um momento em que eu me sentia perdida em mim mesma, depois de perder meus amigos, eu só queria voltar pro Iraque e matar, mas ela me mudou, ela me mostrou o amor mesmo quando eu não sabia que precisava daquilo, Marília foi luz mesmo no meio da guerra, mesmo no meio da guerra dela com ela mesma Marília ainda sim era uma boa pessoa no meio da escuridão que ela viveu por um tempo, nos piores dias da Marília ela ainda sim me fez ser uma boa pessoa.

O pai dela costuma dizer que eu trouxe disciplina pra vida da Marília, dando mais estabilidade pra ela mas no final das contas foi a Marília que trouxe a vida para os meus olhos, foi ela que trouxe a luz e a vida para mim.

- Eu te amo - falei me perdendo no mar verde que eram seus olhos, um dos meus lugares favoritos no mundo.

Marília sorriu grudando nossas testas.

- Obrigada por me aceitar, por me amar- ela disse e selou nossos lábios de forma leve - Eu te amo mais do que posso dizer em palavras - ela disse me beijando agora com mais intensidade.

Puxei seu corpo mais para o meu apertando a sua cintura aprofundando o nosso beijo apaixonado me entregando aquele momento, parecia que nós duas queríamos mostrar nosso amor uma pela outra através daquele beijo porque palavras já não eram mais o bastante, nunca era.

Sabe quando você ama tanto alguém que nem as palavras mais lindas do mundo podem expressar o tamanho daquele sentimento? Então era assim que a gente se sentia naquele momento, palavras já não bastava tínhamos que demostrar, seja pelo olhar, beijo e toque, mesmo que as vezes nem isso era o suficiente para demonstrar, nunca era e talvez nada no mundo seja.

Segurei o rosto da Marília com as duas  mãos fazendo ela me olhar com um sorriso no rosto e a respiração ofegante por causa do nosso beijo.

Você é tudo que eu preciso...

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• ADAPTAÇÃO