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POV MARAISA

"Ando pela cidade sozinho

Memórias que assombram estão passando por mim

Um assassino que anda pela suas ruas hoje a noite

Perdoe-me pelos meus crimes, não esqueça que eu era muito jovem e assustado

Lutei tão assustado em nome de Deus e pelo país"

Olhei para todos eu via como estavam prontos para aquele momento, olhos brilhando, alguns falavam sem parar, outros estavam quietos e concentrados, mas eu estava a todo momento buscando os olhos castanhos da Marília, ela era uma das pessoas que estavam em silêncio enquanto seguimos dentro dos blindados em linha reta até Baijia no meio da madrugada, Marília olhava pela janela o tempo todo.

Antes da gente embarcar nessa missão tivemos um raro momento de conversa com nossas famílias, todos queriam falar, dizer o quanto amava as pessoas que estavam em casa. Era proibido falar nossa localização ou o que iriamos fazer mas pelo tom das conversas as pessoas que amamos sabiam o que estava por vir e que aquilo poderia ser uma despedida.

Meu pai sabia o que iria acontecer, trabalhar na parte burocrática próximo aos Generais fazia isso acontecer, minha mãe por tabela também sabia, então tivemos uma breve despedida e declarações, no final eu prometi que iria ficar viva mas todos sabiam que eu não podia prometer aquilo, falei com minha irmã também, mesmo sem saber muita coisa ela chorou ao falar comigo, me fez prometer de dedinho ficar viva.

Quando os telefones eram desligados eu via um misto de tristeza e medo no rosto dos meus soldados foi o momento que caiu a ficha de que essa missão seria difícil e que eles sabiam que poderiam não voltar, foi o momento que a realidade bateu na porta de todos, inclusive na minha que já tinha vivido outras missões mas essa era diferente, dava pra sentir no ar.

Estávamos nos aproximando da cidade em 5 equipes diferentes, entrando por 5 partes diferentes em 3 pelotões em cada equipe, segundo o Khalil o arsenal deles estavam no centro da cidade que ficava bem no meio mesmo, na prefeitura, e no pequeno aeroporto estavam os aviões.

- Um avião foi abatido - ouvi através do meu rádio o comandante da Força Aérea falar e isso me fez engolir em seco, as conversas que estavam acontecendo acabou depois daquela notícia.

Era o primeiro avião da nossa força aérea que era abatido em solo inimigo desde que essa guerra começou a 6 anos, isso fez todos ficarem mais tensos, Khalil não mentiu quando falou que Baijia era o coração de tudo e iria ser protegida como se a vida deles dependesse daquilo e realmente dependia.

Aos poucos fomos nos aproximando da cidade, dava para ouvir os sons de bombas, aviões, olhei pela janela vendo um míssil quase atingir um dos nossos aviões, eu não fui a única a ver isso pois ouvi alguns suspiros de alívio.

- Equipe 4 com os 3 pelotões já estão em ação pelo sul próximo ao aeroporto - ouvi através do meu rádio um dos Tenentes do capitão Donovan falar.

- Se preparem soldados - falei para o meu pelotão de 15 pessoas, quando entramos na cidade passando por uma ponte.

Entre elas estavam a Marília, Ally, Vero e Edward sim ele queria muito vir mesmo eu negando algumas vezes, mas ele falou comigo e deu alguns tiros me mostrando que o ombro dele iria aguentar, no outro carro estava mais um pelotão que estava a Normani, Dinah e Tom.

Ao redor não tinha nada, ninguém na rua, ouvia barulho de bombas próximo de nós, ouvi pelo rádio que os outros já tinham entrado na cidade também, que já estavam em confrontos, quando entramos em uma rua com o carro encontramos um prédio destruindo, não dava para ir andando a rua estava fechada, quando o motorista tentou voltar ouvimos uma explosão próximo da gente, todos abaixaram, senti o carro tremendo, olhei para trás vendo um prédio caindo atrás do nosso carro fechando a rua, eu fiquei com a impressão de ver alguns corpos durante a queda do prédio de 5 andares mas fiz questão de apagar isso da minha mente.

batalhão 27 /Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora