POV Marília
"Se matarmos uma pessoa somos assassinos, se matamos milhões de homens celebram-nos como heróis..."
Olhei para a janela eu me sentia literalmente em outro planeta, eu já estava naquele lugar a 3 semanas e aquela cidade agora parecia uma cidade minimamente viva, depois do tiro que eu dei tirando a vida daquele adolescente eu não tinha apertado o gatilho nenhuma vez mas eu sabia que isso iria mudar, estávamos partindo para uma missão importante e eu sabia que teria que apertar o gatilho novamente.
Depois que eu matei aquele rapaz eu dormi por poucas horas porque sempre que eu fechava os olhos eu via ele morto, ouvia o som do tiro e até o cheiro da pólvora e acordava, mas acho que o pior era ver que todos viam que eu não estava bem, eles sempre queriam conversar comigo sendo que eu não queria conversar, eu não queria falar sobre aquilo e até uma parte minha queria que tivesse algum tipo de ação para que eu parasse de ser o centro das atenções e finalmente aquele momento parecia ter chegado.
Meu relacionamento com a maraisa estava estável, não tinha muito tempo para ficar sozinha com ela mas quando tínhamos matávamos nossa saudade com beijos apaixonados, eu sabia que ela estava preocupada comigo mesmo eu falando que não precisava, além disso pessoas demais já estavam sabendo sobre a gente mesmo sem falarem, a Vero me viu no colo dela chorando no banheiro, além da Dinah e provavelmente a Normani também sabiam porque eu via ela me lançando alguns olhares.
Olhei pela janela vendo a cidade ficar para trás dando lugar ao deserto sem fim eu sentia que algo grande estava por vir, estávamos indo para uma cidade próxima de Kut onde uma das lideranças do Estado Islâmico estava, nos últimos 3 dias a maraisa e a Normani fizeram um reconhecimento pela cidade, encontraram a casa onde o tal Khalil estava, maraisa falou que escolheu os melhores para essa missão e eu estava nela, eu não sabia se era uma das melhores agora mas aqui estava eu em um blindado indo para a missão mais importante da minha vida e uma das mais importantes para a maraisa também, o Major entregou essa missão nas mãos da Maraisa e ela queria que tudo fosse perfeito.
Ela queria pegar o Khalil vivo para ver se conseguia tirar alguma informação dele, então isso iria ser mais difícil, eu não queria estragar tudo para a maraisa que estava muito concentrada em fazer tudo certo por isso eu passei o dia inteiro repassando o plano que foi traçado pela manhã, eu não podia e nem queria estragar nada, não dessa vez.
Quando chegamos perto da cidade de Sinjar deixamos os veículos e começamos a andar pelo meio do deserto no meio da madrugada, estávamos disfarçados para essa missão com roupas típicas sobre o nosso uniforme, eu tinha uma burca na cabeça que só deixava meus olhos livres, era uma merda andar com aquilo, a cidade estava silenciosa, era noite, tinha pouca movimentação na rua. Os carros que ficaram no deserto estava com mais soldados, eles iriam entrar na cidade com os carros no momento em que a gente desse o primeiro tiro que iria ser avisado por rádio, eles iriam entrar para levar a gente devota para base.
Para essa missão estava eu, maraisa, Dinah, Normani, Tom, Vero, Ally e mais 3 soldados veteranos, quando chegamos perto da rua onde o nosso alvo morava a maraisa interpretou o papel que tínhamos ensaiado ontem, ela pediu ajuda para um rapaz falando que viemos andando desde Kut até aqui fugindo da invasão dos Americanos e a maraisa falava muito bem Árabe, a mulher era uma ótima espiã, ela falava que nos encontramos no caminho, o cara caiu como um pato vendo nossas roupas sujas e a forma que a maraisa falava estava até me convencendo também mesmo sem entender nada, a voz dela tinha até um choro reprimido.
O cara levou a gente para dentro da casa dele, ele tinha esposa e duas crianças, eles estavam todos na sala pequena, ele falou alguma coisa para a maraisa que estava bem ao lado dele mas agora ele não era nosso amigo, agora ele era nosso refém, coloquei minha mão na minha arma por baixo daquela roupa toda e em um movimento rápido a maraisa colocou a mão na boca dele e todos levantamos as armas, o homem arregalou os olhos e a mulher abraçou os filhos.
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batalhão 27 /Malila
FanfictionMarília 20 anos tinha visto mais coisas do que uma garota da idade dela devia ver, vem de uma família de militares, bombeiros e soldados, passou a maior parte da vida viajando e se preparando para ser uma grande militar por causa do trabalho do pai...