La vita 2023

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Larissa chegou ao restaurante acompanhada de Fred, Amanda e Sofia. Nas quartas feiras, Sofia ficava com os padrinhos, era uma tradição e depois de brigar muito, Larissa e Sofia conseguiram convencer Amanda a ir também já que Antônio ficaria na cozinha e não haveriam interações que davam medo em Amanda.

O restaurante ficava dentro de um prédio na cobertura e tinha a vista mais bonita que Amanda já tinha visto. Depois de anos, agora estava muito mais moderno e a cozinha era toda de vidro. Amanda o viu de primeira assim que eles entraram. Todo de branco, a dólmã tinha a bandeira da Itália.

- Sofia. – Genaro, maître do La vita abraçou a menina. Ele trabalhava lá desde que Giovani tinha aberto o restaurante. – Amandinha, bambina! – Genaro disse abraçando Amanda a quem não via a muito tempo.

- Que saudade seu Genaro. – Amanda retribuiu o abraço. – É muito bom ver o senhor.

Genaro os acompanhou até a mesa próxima do vidro da cozinha e com uma vista de tirar o fôlego. Amanda via Antônio concentrado nas preparações. O restaurante não era o sonho dele. Amanda se lembrava disso claramente. Mas ele sempre foi talentoso e sempre teve um jeito para cozinhar. De qualquer forma ele parecia sério.

Antônio viu quando eles entraram no salão. Ele sequer podia reclamar que ela estivesse ali quando ele mesmo havia dito na festa para ela ir. Mas ainda era estranho. Era muito estranho a presença dela após tantos anos de ausência.

- Então, vocês se conheciam? – Sofia perguntou para Amanda. – Papai disse que estudaram juntos, mas já tinha vindo aqui.

Larissa e Fred observaram Sofia encarar Amanda aguardando por uma resposta que revelasse a proximidade com o pai e sua família.

- Sim, todos nós. – Amanda disse olhando para o casal de amigos. – Todos nós viemos aqui.

Fred sorriu, aquele restaurante tinha algumas das melhores lembranças de sua infância e adolescência.

- Mas a Amanda era a melhor amiga do seu pai. – Ele disse sem pensar. – Eles não se desgrudavam.

Larissa chutou Fred por debaixo da mesa e Amanda o encarou perplexa com a informação. Sofia sorriu surpresa com a informação preciosa que tinha acabado de conseguir sem nem ao menos tentar.

- Sim, éramos. Depois eu fui embora e enfim. – Amanda tentou dizer entre pausas nervosas.

Antônio foi a mesa para servir somente a sobremesa. Sofia sorriu para o pai que beijou a cabeça da menina.

- Tudo bem por aqui? – Antônio disse sem encarar Amanda.

- A comida está fantástica. – Fred disse sorrindo para o amigo. – Vocês são incríveis.

- Sério, Tonino. Estava sensacional. – Larissa completou.

Amanda apenas sorriu para Antônio que apenas a olhou por um segundo e depois de agradecer saiu da mesa em direção a cozinha.

- Frederico, eu tenho que ir para casa! – Larissa disse assustando Fred e piscando para Sofia. – Eu e Sofia temos um compromisso agora. Vamos ver uma luta. Amiga, você pega um Uber né? – Larissa disse sorrindo para Amanda que revirou os olhos.

O restaurante já estava fechando quando Amanda esperava o Uber na frente do prédio.

- Ei. – Amanda disse quando Antônio parou ao lado da moto que tinha acabado de retirar da garagem.

Antônio acenou para ele não entendendo muito bem o porquê dela ter ficado ali enquanto poderia ter ido embora com os amigos e Sofia. Ele se odiava por não conseguir deixa-la ali, mas estava escuro e era tarde então ele estendeu o capacete que guardava e ela pegou sem dizer nada.

As vezes era como se nada tivesse mudado. Era como se eles ainda se entendessem sem dizer nenhuma palavra. Em outros momentos havia uma distância entre eles.

Quando parou a moto na frente da casa dos Ricci, Antônio relembrou inevitavelmente dele e do seu passado. Tudo que ele lembrava tinha os amigos e, principalmente, Amanda.

- Antônio. – Amanda disse descendo da moto e tirando o capacete. – Podemos conversar?

Amanda segurou o capacete e caminhou para a pracinha que ficava na frente da casa dos seus pais e que carregava muitas lembranças da infância.

Antônio suspirou. Se ela fosse ficar ali por um tempo e tendo o mesmo círculo de amizades seria impossível não encontrar com ela, então, era melhor conversar para tentar diminuir o incomodo que o atormentava.


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