Amanda o viu primeiro. Ele estava todo de preto com um tênis branco. O cabelo e a barba por fazer. Sofia estava de mãos dadas com ele antes de soltar e correr para os braços de Ricardo e Fred que brincavam com a menina. Caio, seu futuro ex marido, estava ao lado dele.
Ela se lembrou como Caio e Antônio eram inseparáveis desde que se conhecera. Todos eles eram. Larissa, Fred, Aline, Ricardo, Caio, Antônio e ela. Ela simplesmente não tinha memórias onde eles não estivessem.
Antônio a viu de longe, ele sabia quem ela havia se tornado. Mas para ele, ela parecia uma completa estranha toda de preto como se nenhuma cor existisse, ele era o monocromático, ela era as cores, todos os tipos de cores.
Já fazia muito tempo. Muito tempo e Antônio ainda não sabia como restaurar aquilo. Alguns quadros estavam quebrados para sempre.
Enquanto ambos tomavam extremo cuidado para não se esbarrar na festa, os amigos eram discretos, principalmente, por causa de Caio. O único que não tinha nenhuma responsabilidade naquela bagunça toda.
Porém, o destino sempre era cruel com Amanda e ao entrar no banheiro deu de cara com a pequena menina de olhos pretos acompanhada por Larissa que era madrinha de Sofia.
- Você era a médica que atendeu a filha dos Diazi não era? – Sofia disse olhando para Amanda.
Larissa olhou para Amanda surpresa e sem saber o que tinha acontecido.
- Bom, nani – Sofia disse encarando Larissa rindo, nani era como Sofia chamava a madrinha. – Primeira ela quase atropelou a filha dos Diazi.
Larissa arregalou os olhos e Amanda começou a explicar.
- Ela apareceu do nada de bicicleta. – Ela disse olhando para Larissa e Sofia. – E está tudo bem o carro nem encostou nela.
- Oi, meu nome é Sofia Alice Mancini Marine Ferrari – a menininha estendeu a mão e sorriu.
Larissa sorriu para Amanda que abaixou e estendeu a mão para a garotinha.
- Meu nome é Amanda Alicia Conti Ricci. É um prazer conhecê-la, Sofia. – Amanda recebeu os cumprimentos de Sofia sorrindo.
Antônio estava no bar quando viu a filha com ela e Larissa. Ele não sabia o que sentia, mas o coração dele estava disparado. Ele não sabia explicar. Não havia muito o que dizer sobre aquela situação e nem como tinham chegado aquele ponto.
Quando Sofia viu o pai, imediatamente ela levou Larissa e Amanda que havia acabado de conhecer para apresentar ao pai.
Amanda viu que Sofia caminhava até ele. Mas ele já estava as encarando, não tinha como fugir. Então, ela foi, ela iria passar um tempo em São Paulo, eles acabariam se esbarrando em algum momento.
- Papa, essa é a Amanda. – Sofia disse apontando para Amanda que encarava Antônio.
Antônio olhava dentro dos olhos dela tentando compreender quem aquela pessoa havia se tornado. Então, estendeu a mão e olhou para a filha antes de olhar para Amanda enquanto Larissa acompanhava roda a cena.
- Nós estudamos juntos. – Antônio disse apertando a mão de Amanda. – Não é? Amanda Alice?
Amanda estranhou como parecia que ele não sentia absolutamente nada. Por ela, porque com todos os outros ele era exatamente o mesmo Tonino de quem ela se lembrava. O modo como ele sorria para Sofia. Mas ele não a olhava com nenhuma emoção.
- Sofia, vamos lá com o padrinho? – Larissa disse levando Sofia pela mão.
Sofia acompanhou a madrinha e deixou o pai com a médica legal que tinha acabado de conhecer.
- Tonino. –Amanda começou dizendo. Era estranho chamá-lo assim depois de tanto tempo. Ela tinha mudado tanto e ele também. – É bom ver você.
Antônio queria dizer tantas coisas. Mas nenhuma dela vinha a mente enquanto ele encarava Amanda. Ele queria dizer tudo que pensava sobre ela e sobre as escolhas dela e ao mesmo tempo queria dizer o quanto se sentia mal por não tê-la lá em momentos tão difícieis e em outros tão bons.
- Alguns anos. – Antônio disse pegando uma água na bandeja do garçom. – Como está o trabalho?
Amanda o encarou enquanto ele tomava um gole da garrafa de água com gás. Ele podia dizer tanta coisa, mas preferiu uma conversa banal.
- Tudo bem! – Ela respondeu . – E os seus pais como estão?
Antônio sabia que eles deveriam conversar. Ele sabia que ela era casada com Caio, mas eles realmente precisavam conversar.
- Sim, muito bem. Deveria visitá-los. Eu sempre vejo Isabella e seu pai. – Antônio disse sem sorrir. – E deveriam ir no restaurante. Ótimo te ver. Eu preciso ir, amanhã trabalho bem cedo.
Amanda precisava falar. A ideia dele sair sem ela falar apertava demais o seu peito e talvez por isso ela tivesse demorado tanto para voltar.
- Antônio. – Ela segurou o braço dele e ele se virou surpreso. Ela percebeu os olhos marejados que ele escondeu ao se virar para deixar ali. – Eu sinto muito. De verdade.
Antônio não queria gritar. Ele não queria mesmo. Ele queria verdadeiramente se esconder de tudo que sentia naquele momento. Ele se odiava por sentir tanto. Antônio a encarou triste.
- É meio tarde para isso né? – Ele disse enquanto a olhava triste. – Você está alguns anos atrasada.
Ele saiu e Amanda soube que jamais poderia voltar para o Brasil sem viver aquele sentimento. Era demais para ela.
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Follow You - Amanda e Antônio
FanficAntônio Carlos era pai e aspirante a boxeador em uma academia em São Paulo. Entre o trabalho como sous chef de um restaurante estrelado na Avenida Paulista, os treinos e a filha o descendente de italiano de 25 anos tenta realizar os sonhos para além...