Sofia e Amanda 2023

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Amanda estava conversando com Larissa que havia acabado de chegar com Sofia no bairro. Quando Antônio chegou, ele estava ansioso e inquieto e todas perceberam.

- Pai, você está com ansiedade. – A menina de nove anos concluiu com tranquilidade para a surpresa de Amanda.

Sofia sabia da ansiedade do pai porque ele mesmo tinha explicado para a filha no momento em que ela podia entender que tinha dias em que ele não estaria bem e que isso era normal e não tinha nada a ver com ela. Que ele tinha Transtorno de ansiedade generalizado ou TAG e que nada do que ele sentia era culpa de Sofia.

A psicóloga de Antônio tinha sugerido que ele tratasse com a filha, o assunto de forma tranquila e amorosa. E que Sofia entender que isso era uma coisa normal e que nada tinha a ver com ela.

- Eu estou bem, bambina. – Antônio disse sorrindo para Sofia.

Amanda não sabia como se comportar quando Larissa se despediu de todos e foi para a clínica atender. Amanda não sabia estar férias, ela amava trabalhar mesmo entendendo que era o momento de parar.

- Vamos tomar um gelato. – Sofia disse olhando para Amanda e depois para o pai. – Nós três.

Amanda e Antônio se olharam surpresos quando Sofia segurou a mão de ambos.

- Sofia, eu acho que seu pai não vai querer. – Amanda disse sem jeito.

Mas Antônio se adiantou e disse sorrindo para Amanda de forma inesperada se lembrando das palavras de Bruna mais cedo.

- Vou adorar, bambina! Vamos Amandinha. – Antônio disse sorrindo para ela enquanto observava a surpresa ao ser chamada por algo tão carinhoso vindo dele. – Deve fazer muito tempo que você não toma um gelato italiano decente.

Todos riram juntos. Aquela sensação de algo especial estava presente no coração daquelas três pessoas naquele dia.

Ao chegaram no melhor gelato de São Paulo, o senhor Luigi os recebeu sorrindo. Aquele senhor os conhecia desde de pequenos e acompanhou o crescimento deles.

- Amanda Ricci e Antônio Ferrari. – O senhor Luigi gritou de forma italiana. – Quanto tempo não vejo vocês dois juntos.

Amanda e Antônio se olharam sem jeito. Aquele senhor estava tão presente na vida deles que eles chegavam a ouvir as vozes deles adolescentes e crianças.

- Pequena Sofia, esses dois eram unha e carne. – O senhor Luigi disse sorrindo para a menina. – Não se desgrudavam nunca. Não é?

Amanda e Antônio assentiram e Sofia sorriu com as novas informações coletadas. Ela percebia o desconforto do pai na presença daquela mulher e ele nunca ficava desconfortável. Sofia sabia disso porque o pai dela era a estrela da escola dela. Todas as amiguinhas delas e as mães delas o achavam um galã e ele sempre fugia das mães delas.

- Vocês eram muitos amigos então? – Sofia disse enquanto Amanda e Antônio comiam o gelato de Luigi.

Os dois assentiram sem dizer algo em voz alta.

- Entendi. – Sofia disse olhando para Amanda tentando ver nela alguma semelhança com ela mesma.

Não que Antônio não quisesse falar sobre a mãe de Sofia para a filha. Mas não foi uma decisão dele. A mãe de Sofia não quis ser a mãe da garota e então, Antônio quis mais que tudo ser o pai da menina. Ele amava a filha e não queria que ela lidasse com qualquer rejeição.

Sofia não merecia ser rejeitada. Sofia merecia ser amada. Sofia merecia o maior maior do mundo.

- Você é minha mãe? – Sofia disse direta e Amanda engasgou sendo amparada com Antônio que seu alguns tapinhas nas costas de Amanda desesperado tanto pela pergunta que podia dar a entender que ele disse algo quanto por Amanda estar engasgada.

Após Amanda tomar vários goles de água, ela olhou para Sofia que estava branca após ver Amanda engasgar.

- Sofia, eu não sou a sua mãe. – Amanda viu a tristeza e a decepção nos olhos da menina. Os olhos negros de Antônio com o cílios enormes. – Infelizmente, porque você é tão maravilhosa que qualquer mulher mereceria ter uma filha incrível como você.

- Você realmente acha isso? – Sofia disse encarando Amanda.

Amanda sorriu e abraçou a menina emocionada.

Antônio estava emocionado com as palavras de Amanda para a filha. E vê-las se abraçando naquele momento íntimo o fez entender que ele nunca esteve bravo com Amanda realmente. Ele sentia saudades, ele sentia tanta saudades que transformou em raiva. A dor que ele sentia se transformou em raiva.

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