Sofia e o Convite 2023

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Sofia segurava em mãos aquele envelope com um convite. Na foto, uma turma desenhada. Entre eles, tia Lari e tio Fred. O convite tinha chegado na casa dos avós de Sofia, mas o nome do pai estava escrito no verso, então, não tinha problema ela abrir.

Ela observava, era uma festa, uma festa poderia ter possíveis mães ou namorados para o seu solitário pai. Sofia sorriu marota. Quando a avó a encarou, olhando o convite sorrindo.

- Ah, você encontrou esse? – Ela disse pegando em mãos e abrindo uma gaveta da sala com outros envelopes exatamente iguais. De anos anteriores, Sofia concluiu. – Seu papa não vai a esse evento, mas Larissa Lorenzo sempre manda os convites. São todos muito bonitos. O restaurante é o fornecedor oficial de comidas dessa festa.

- Porque o papa não vai? – Sofia perguntou curiosa olhando para a gaveta.

- Porque eu não tenho tempo e você está atrasada para o balé. – Antônio estava correndo. Ele tinha a impressão que sempre estava correndo desde dos 16 anos.

Ele corria para sustentar a filha e corria para fugir dos pensamentos que o cercavam. Sofia já estava com a roupa do balé e eles foram para o carro.

- Mama, eu vou deixar a Sofia no balé e o papai vai buscá-la. Eu tenho que voltar para o restaurante para o jantar. – Antônio disse já saindo da casa.

- Nosso Tonino trabalha tanto não é, amoré? – Lola disse para Giovani que assentiu. Eles eram orgulhosos de Antônio, embora achassem que ele se esforçasse demais.

A rotina de Antônio era sempre a mesma. Treino de boxe pela manhã. Levar Sofia para a escola. Ir para o restaurante acompanhar o mise en place dos ajudantes. Buscar Sofia na escola. Voltar ao restaurante para o almoço. Levar Sofia a alguma atividade. Voltar ao restaurante para jantar.

Para as lutas que conseguia, ele pegava as folgas dos restaurantes.

- Nós devíamos ir a festa.– Sofia disse convicta, Antônio não pode deixar de sorrir pela determinação da filha.

- "Nós"? – Ele disse sem tirar os olhos da estrada. – Não acho que seja uma festa para pessoas pequeninas.

Sofia mudou a expressão com ironia.

- Não sou mais criança, papa. – Ela disse sorrindo. – Além do mais, o senhor precisa se divertir.

Antônio a achava a criança mais inteligente do mundo inteiro.

- E porque eu preciso me divertir? – Ele perguntou se divertindo com o processo de argumentação.

Sofia encarou o pai séria. Ela não desistiria daquilo. Era importante para ela. Ela precisava começar a procurar pela mãe e aquela festa poderia ser um lugar adequado e se não fosse ele poderia encontrar alguém.

- O senhor só trabalha. – Ela mudou a voz para decepção. – E é por minha causa.

Antônio sabia que ela estava atuando. Ela era muito esperta nesse sentido. Eles sempre conversavam sobre o excesso de trabalho dele.

- Não faça drama atriz mirim. – Antônio disse gargalhando com o rosto de decepção da filha. Ele a amava tanto que mudaria o mundo por ela. – Se significa tanto para você. Nós iremos a essa festa.

Sofia sorriu feliz e satisfeita. Não achou que seria tão simples.

Mas foi e ela amava o pai por isso. Porque nada era maior que o coração dele. Sofia faria o pai ser feliz como ele merecia. Aos poucos, afinal,

Piano, piano, se va lontano

Follow You - Amanda e Antônio Onde histórias criam vida. Descubra agora