- Você vai usar esse blusa branca novamente, papa? – Sofia disse enquanto olhava o pai se arrumar para o jantar com Amanda. Ela estava animada, ela adorava Amanda e achava que o pai estava sempre feliz ao lado dela, apesar de nervoso. A blusa branca em questão tinha um bolsinho do lado esquerdo do peito e era sempre muito utilizada.
Antônio tinha três cores de camisetas desde adolescência. Preta, branca e azul e elas intercalavam entre os seus dias. Quando não estava vestido com a dólmã do restaurante, ele estava vestido daquelas três cores. Ele achava mais simples e também se achava mais bonito daquela forma.
- Por quê? – Antônio disse assustado pela filha de nove anos passando a mão pela roupa que tinha acabado de colocar. – Estou horrível.
Sofia encarou o pai séria. Ela já achava que poderia cuidar dele. E ela cuidava, aos nove anos ela de preocupava com o pai e ele se preocupava com ela, era uma relação de amor mútua e feliz.
- O senhor nunca fica feio. – Ela disse determinada. – Mas precisamos colorir o seu guarda roupa. O senhor é italiano, lembra?
Antônio gargalhou com a constatação da filha que já compreendia o exagero do país natal dos avós. Lola amava una decoração e vestidos estampados, Giovani amava carros de várias cores. O restaurante por si só não era uma extensão deles, visto que era sobrio e elegante. Sem muitos detalhes, tinha mais a personalidade de Antônio.
Quando Antônio parou o carro na frente da casa de Amanda estava nervoso. Sofia estava sentada no banco de trás e percebendo o nervosismo do pai disse.
- Fica calmo. – Sofia segurou a mão dele. Antônio sorriu para ela e a abraçou surpreso com o que ela disse a seguir – Eu acho que ela gosta do senhor também.
Amanda viu o carro pela janela enquanto Bruna e mãe a encaravam sorrindo. Elas sabiam que Amanda estava nervosa e olha que Amanda lidava com muita pressão todos os dias, mas ali, naquele dia, ela estava muito n
- Finalmente, hein? – Bruna disse com o sotaque cada vez mais carioca. – Até que enfim.
Amanda sorriu porque a mãe delas olhou com um olhar de reprovação para a filha caçula e Bruna fez uma careta. Bruna não gostava muito de regras e nem repreensões e apesar disso era uma mulher maravilhosa que Amanda amava muito e sempre estaria ao lado dela.
- Somos amigos. – Amanda disse repetindo insistentemente as palavras de Antônio. Ela não queria criar expectativas. – E Sofia vai junto. Não é um encontro nem nada do tipo
- Aham. – Bruna disse enquanto Amanda abria a porta. – acreditamos em você. E lembre-se, pode virar um encontro, por que não?
Amanda sorriu ao entrar no carro para os dois. Era estranho pensar na vida dela daquela forma. Ela amava o seu emprego e a sua independência. Ela tinha muito sucesso conquistado com tanto trabalho, mas ali ela se sentia tão bem e em paz. Aquelas duas pessoas eram uma lembrança de sua casa e de tudo que ela amava.
- Vamos no La Vita? – Amanda perguntou e Sofia caiu na gargalhada.
- Você está muito pessimista. – Sofia disse piscando para o pai que retribuiu a piscadela.
Eles não andaram muito para chegar em uma cantina italiana simples, mas muito bonita. As mesas de madeira tinham a tradicional toalha xadrez. Aquilo era bem distante do La Vita, mas era o típico restaurante que remetia a família.
- Senhor Genaro! – O senhor abraçou Antônio sorridente.
Muito italianos pensou Amanda sorrindo.
- Tonino, meu filho. – Senhor Genaro que era alto e devia ter em torno de 70 anos estava sorridente com a presença de Antônio ali. – Bella Sofia. – Ele disse passando as mãos no cabelo da menina. E essa é?
Amanda ergueu a mão para Genaro.
- Amanda Ricci. – Ela disse sorrindo enquanto ele retribuía o aperto de mão.
- Aqui é o melhor restaurante italiano de São Paulo. – Antônio disse sorrindo para Amanda. – Não deixe os críticos saberem que o sous chef do La vita disse isso.
Amanda amava isso em Antônio. A simplicidade com que ele levava a vida. Os pais dele eram exatamente iguais, apesar do dinheiro e do sucesso jamais mudaram uma vírgula de quem eram. Esse tipo de coisa era para poucos, viver a vida com a simplicidade que era preciosa.
Eles comeram cada um uma massa diferente. Todas excelentes. Quando Antônio foi se despedir de Genaro na frente de Amanda e Sofia. O senhor disse sorrindo.
- Até que enfim encontrou alguém que ama. – Antônio não sabia reagir aquela informação, então apenas sorriu e abraçou Genaro de volta.
No carro, o silêncio não perdurou, pois Sofia já queria listar todos os lugares que Amanda poderia ir com eles. Todos os bons restaurantes de família que ela e o pai procuravam para experimentar. Todos os parques que ela e pai já visitaram em São Paulo e em viagens.
- Papa, estou com sono, pode me deixar na nona? – Sofia disse para o estranhamento de Antônio.
Sofia tinha uma rotina predefinida, mas as sextas sempre burlava as regras dormindo mais tarde. E eram apenas 21h30. Mas ele não discutiu, como estava mais perto da casa da mãe, deixou Sofia lá e foi em direção a casa dos Ricci.
- Buona notte, Amanda. – Sofia disse sorrindo para Amanda enquanto a mais velha beijava o rosto da garotinha.
- Pode deixar que eu vou andando. – Amanda disse sorrindo para Antônio, já que ela morava naquele bairro, mas Sofia interrompeu rapidamente.
- Meu papa te leva. – A garotinha disse encarando o pai. – Não leva, papa?
Antônio quase gargalhou pela insistência da filha em algo que ele já queria fazer. Ele já queria fazer muitas coisas e ficar perto de Amanda o maior tempo possível sem dúvidas era uma delas.
- Claro, eu faço questão. – Ele respondeu sorrindo para Amanda que então, aceitou a carona.
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Follow You - Amanda e Antônio
FanficAntônio Carlos era pai e aspirante a boxeador em uma academia em São Paulo. Entre o trabalho como sous chef de um restaurante estrelado na Avenida Paulista, os treinos e a filha o descendente de italiano de 25 anos tenta realizar os sonhos para além...