Capítulo 21

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Ellie dedilhava o violão completamente desafinado, Joel observava e tentava ensiná-la da forma mais tranquila possível enquanto ela parecia estar perdendo a paciência, e eu permanecia lendo um dos livros que Tommy me deu de presente.

— Não é possível que eu seja tão ruim em tudo que me proponho fazer. — Ela coloca o violão no sofá e cruza os braços.

— Ah para, você já está quase conseguindo tirar um som. — Joel ri a deixando mais brava.

— Queria conseguir ao menos tocar uma música completa, mas esse violão só pode estar com defeito.

— Ellie, sem drama. — Sussurro enquanto não tirava os olhos do livro.

— Não é drama.

— Precisamos terminar a casa na árvore, você podia ir me ajudar. — Joel comenta.

— Não sei, talvez depois do almoço. — A preguiça da garota era contagiante.

Fechei o livro e coloquei na mesinha ao lado enquanto observei os dois em silêncio.

— Certo, vamos almoçar porque estou faminta — Me levanto.

— Finalmente! — Ellie me segue.


Joel me olhou estranho enquanto eu saboreava o frango com um copo de café do lado, paro de mastigar e arqueio a sobrancelha.

— O que foi? — Pergunto.

— Por que você está tomando café no almoço? — Ele ri enquanto se serve.

— Tirando essa nojeira de café está tudo uma delícia. — Ellie atravessou a conversa com a cara suja de molho.

— Não sei, me deu uma vontade estranha de tomar café — Balanço os ombros.

Ele e a garota estreitam os olhos.

— Bom, eu gosto de fazer umas misturas estranhas, deve ser de família. — Ellie ri.

Vocês são estranhas.

— E você demora demais para comer. — Retruco.

Joel levanta as mãos brincando estar rendido.

— Ok, não digo mais nada.

Dei um gole no café, que estranhamente parecia uma das melhores bebidas que eu já havia provado na vida. E Joel estava certo, era estranho, eu odiava café. Mesmo me perguntando se alguma coisa estava errada, meus pensamentos evaporaram quando a campainha tocou propagando seu som escandaloso.

— Pode entrar! — Ellie gritou e Joel a olhou feio.

— E se for alguém que não conhecemos? — Joel pergunta.

Mas não tenho tempo para respondê-lo, quando tudo que vejo é a cara de desespero do Tommy.

— Stella, a Maria entrou em trabalho de parto, e aparentemente ela não quer ninguém além de você.

Minhas sobrancelhas levantam em surpresa.

— Claro, já estou indo! — Me levanto rapidamente e meu estômago desaprova o café com frango, fazendo com que eu sentisse tudo se revirar dentro dele. — Merda, foi uma péssima ideia tomar esse café nojento.

— Imagino que tenha sido mesmo. — Joel ri.

— Tchau, encontro vocês depois e com um novo bebê na família! — Digo animada.

Apenas sigo Tommy que estava mais pálido que uma parede branca, era engraçado como homens ficavam nervosos em situações que fugiam do controle.

— Se a Maria precisar de mim, promete que vai me chamar? — Tommy pergunta antes que entrássemos em sua casa.

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