Invisible String - TLOU

Capítulo 5

Antes que entrássemos no túnel, chamei Ellie em um canto e entreguei a arma que ela usou. Ellie parecia feliz e apreensiva ao mesmo tempo, mas Joel e eu só ficaríamos menos preocupados se soubéssemos que ela teria como se defender.

— Pode usar caso algum daqueles bichos venha pra cima de você, certo?

— Sim. É só para os bichos ou...

— Qualquer um que tentar te machucar, Ellie. — Joel completa.

— Tá bom. — Um sorriso vitorioso aparece em seu rosto.

Voltamos a correr até a passagem e vejo o quão ofegante Joel estava.

— Ei, você está bem? Quer esperar mais um dia?

Ele balança a cabeça e fico confusa.

— Não está bem? O que você tem? — Pergunto preocupada.

— Não quero ficar mais nenhum dia nesse lugar. Eu estou bem, Stella.

— Certo. — Não me dou cem por cento por convencida, mas aceito sua resposta.

— Acho que é por aqui! — Henry diz.

Joel toma à frente e vou atrás dele.

— Fica com a Ellie. — Joel diz sem piscar enquanto olhava todo o lugar e descia as escadas devagar.

— Ela vai ficar bem, eu vou estar atrás de você.

Joel bufa mas continua prestando atenção.

Seguimos todo o caminho em silêncio, parecia tudo realmente vazio e sem nenhum infectado assim como Henry garantiu.
Caminhamos até que encontramos o túnel, e na entrada dele havia um castelo desenhado, arco-íris e muitos desenhos em volta. Ellie e Sam ficam encantados, enquanto Joel permanece em silêncio e abre a porta do "castelo" revelando uma espécie de escola para crianças.

Ellie e Sam correm para uma das mesinhas para brincar, e ficam conversando sobre as revistas que encontraram. Enquanto permaneci prestando atenção nos detalhes, para entender ao certo o que tinha acontecido ali, mas era praticamente óbvio.

— Silêncio, Ellie! — Joel resmunga.

— Vamos descansar aqui, por favor! Pelo menos temos coisas para fazer. — Ela aponta para os brinquedos e Sam concorda.

— Não é uma má ideia, podemos esperar escurecer um pouco.

Isso vai levar uma eternidade, pensei.

— É mais seguro no escuro quando formos atravessar. — Henry diz na tentativa de nós convencer.

Joel balança os ombros e sai caminhando pelo lugar.
Faço o mesmo, me sento em canto afastado das crianças e de Henry, olho meu braço e sinto a dor do tiro, o curativo já estava ficando velho e precisava trocar. Ouço os passos de Joel se aproximando, encosto minha cabeça na parede e fecho os olhos tentando não chorar com aquela dor que me consumia.

— Está doendo, não é? — Joel abaixou e segurou meu braço enquanto eu permaneci em silêncio e com os olhos fechados.

Ele abriu a mala e tirou as coisas do kit emergência para refazer o curativo.

— Deveríamos ter feito isso antes de sair, mas com toda essa confusão não me lembrei, desculpa. — Joel desenrola a faixa que estava em meu braço enquanto limpa a ferida.

Abri os olhos devagar o observando refazer o curativo, e conforme ele limpava a dor diminuía um pouco.

— Se infeccionar eu estou fodida. — Digo baixo.